Olívia de Cássia – jornalista
Está na Declaração Universal dos Direitos Humanos e é
importante que se lembre, sempre, que manifestações de ódio e intolerância,
seja religiosa ou política é crime. “O crime de ódio é uma forma de violência
direcionada a um determinado grupo social com características específicas”, diz
o texto da DUDH.
Já comentei em artigo, em outra oportunidade, que não tolero
esse tipo de manifestação e sempre vou combate-la. Recentemente, tivemos um
exemplo de caso de intolerância religiosa contra a líder espiritual à Yalorixá
Mãe Neide Oyá D´Oxum.
O caso foi parar na polícia e está rendendo um processos
contra a assessora de imprensa Juliana Despírito, ex-namorada do ator Henri
Castelli, que deverá ser intimada para depor no Rio de Janeiro, Estado onde
mora, por meio de carta precatória.
Tudo começou quando o ator, que é filho espiritual de Mãe
Neide, postou uma foto para homenageá-la no Dia das Mães, onde a filha estava
vestida de baiana e no colo da ‘vó preta’. Por conta dessa postagem, a
ex-namorada se sentiu ofendida tascou xingamentos nas redes sociais, que
repercutiu em todo o país e até em sites de Portugal.
Pessoas intolerantes e sem noção fizeram os mais absurdos
comentários, com incitação ao ódio e à violência e devem responder por isso
também na Justiça. Outro exemplo nas redes sociais é o menosprezo e a baixaria
daqueles que foram derrotados nas últimas eleições contra a presidente Dilma.
Todos sabem que o país está vivendo momentos de tensão,
desde a campanha presidencial, mas isso não justifica esse comportamento
agressivo, deselegante e disforme contra nossa principal liderança política.
No domingo, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o
Brasil assistiu uma grave e cruel demonstração de ódio, machismo e misoginia à
presidenta Dilma Rousseff, por meio da publicação da principal charge do Jornal
o Globo. A ilustração feita pelo cartunista Chico Caruso, mostrou Dilma de joelhos, prestes a ser degolada por
um terrorista islâmico.
A charge foi uma verdadeira incitação ao ódio e violência
contra a mulher, principalmente em meio ao atual clima de radicalização
política em que vive o país. Isso depõe contra a democracia.
A charge foi veemente criticada nas redes sociais. Por outro lado, esses mesmos internautas
usuários das mídias sociais têm se mostrado intolerantes, mal educados, mal
amados e sem noção.
Esta semana compartilhei uma imagem da presidente ainda
menina com um texto afirmando sua coragem, valentia e determinação e fui criticada severamente e
com deselegância por alguns amigos virtuais, que não aceitam a opinião do outro
e ainda se acham no direito de destilar ódio, veneno e desentendimentos.
Eu não
uso as redes sociais para isso, repito mais uma vez. Essa ferramenta me serve
para divulgação do meu trabalho, diversão, fazer amizades e compartilhar
mensagens engraçadas ou que eu avalie como interessantes.
Segundo a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH),
o crime de ódio é mais do que um crime individual; é um delito que atenta à
dignidade humana e prejudica toda a sociedade e as relações fraternais que nela
deveriam prevalecer. “Ele produz efeito não apenas nas vítimas, mas em todo o
grupo a que elas pertencem. Assim sendo, podemos classificá-lo como um crime coletivo
de extrema gravidade”.
Apelo mais uma vez para que os caros colegas se dignem a
entender que a DUDH assegurou a igualdade entre todos os indivíduos.
Independente do grupo social ou do modo de ser e agir, todo ser humano tem o
direito ao tratamento digno e imparcial. A Constituição Federal do Brasil
afirma como objetivo fundamental do país a promoção do bem-estar de todas as
pessoas, sem discriminações. Espero que tenha me feito entender. Fiquem com
Deus.
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