Artista diz que não se vê mais morando em Salvador, onde começou sua carreira musical
Olívia de Cássia - Repórter
Igbonan Rocha é uma voz conhecida de quem frequenta o meio artístico e musical alagoano. Ele é baiano e adotou Maceió como sua cidade há 30 anos e conta que não se vê mais morando em Salvador, sua terra natal, onde começou a carreira musical, no início da década de 1980, cantando em barzinho.
Esse baiano arretado tem o riso fácil, voz que encanta e muita gente comenta que se assemelha à tonalidade de Milton Nascimento. Ele comenta que a primeira vez que subiu ao palco foi na Barra e quem convidou foi o Netinho, da Banda Beijo.
Igbonan Rocha, ou Rochinha, como o chamam carinhosamente os amigos, destaca que às sextas-feiras à noite costumava ir ao Croques e Crepes, uma creperia de Salvador. “A dona era minha amiga e botou o Netinho para cantar lá; ele era bem novinho para cantar MPB”, destaca.
Segundo o artista a turma de jovens que não tinha o que fazer,ia às sextas nesse local. “Um dia Netinho me chamou para cantar e eu cantei Corcovado, foi a primeira vez que eu cantei e a dona do local pediu para eu me apresentar lá: ele cantava na sexta e eu no sábado; a partir daí cantei em vários locais”, explica.
Igbonan conta que terminou o curso de história, foi fazer pós-graduação nos Estados Unidos, ganhou uma bolsa de estudos de uma fundação americana e quando voltou, em 1985, a irmã que tinha uma escola de Inglês em Maceió o convidou para passar três meses para tomar conta da empresa.
Ele conta que a princípio recusou o convite, mas depois aceitou: veio para Maceió e não quis mais voltar. “Tinha uma barraca perto da escola onde cantavam Zelia Santi e Eraldo França; as barracas de praia começavam a funcionar naquela época à tarde e escutávamos da escola os meninos passando o som”, relata.
Depois do expediente, Igbonan Rocha comenta que saía com uma amiga para tomar cerveja nessa barraca e uma das noites pediu uma música do Milton Nascimento e o amigo disse que não sabia a música: só sabia tocar, “e eu disse que sabia, cantei a música e a partir daí comecei em muitos lugares: no Marina Morena, Ipaneminha, Astrolábio, entre outros locais”, destaca.
Passados os três meses que tinha combinado com a irmã, ele conta que ela liga e informa que já tinha encontrado a pessoa para tomar conta da escola e que ele poderia volta para Salvador. “Aí eu disse: ‘não vou mais voltar’ e nessa história vou fazer 30 anos em dezembro que estou em Maceió”.
Igbonan Rocha disse que também trabalhou em hotel, mas sobrevive atualmente apenas da música. Ele ressalta que há cinco anos entrou pro samba: “Foi outra guinada em minha vida, porque sempre cantei MPB. Montei um show ‘Samba eu canto assim’, chamei o Marcão para dirigir o show e fizemos um show muito legal lá no Cantoria”.
A partir desse show ele destaca que veio a ideia de se montar um grupo de samba: “Primeiro veio o Clube do Samba, depois veio o Nosso Samba, começamos no Jaraguá Tenis Clube e depois montei o Samba de Nego”.
Atualmente o cantor está fazendo festas particulares e com alguns projetos: “No próximo dia 30 estou fazendo aniversário de 55 anos e pretendendo fazer um show legal para comemorar; recebi uma proposta legal de um cantor de renome para fazer o show comigo; estou correndo atrás para ver se acontece”, pontua.
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