Fotos: Olívia de Cássia\arquivo-20-1-2013
Olívia de Cássia – jornalista
Neste domingo, 19, como acontece há 179 anos, os católicos
palmarinos vão reverenciar sua
padroeira, Santa Maria Madalena, com a tradicional procissão do mastro, dando
início ao evento turístico religioso mais importante da região da mata
alagoana.
Ciclistas, cavaleiros, motoqueiros, carroças, carros e uma
grande procissão a pé, levando bandeirinhas com a imagem de Madalena seguem numa
demonstração de fé e devoção e vão percorrer várias ruas da cidade, até chegar
ao seu destino final: a Praça Basiliano Sarmento, onde o mastro será erguido
para que seja colocada, no dia 23 de janeiro, a bandeira da santa; é no
local onde se concentram as festas
principais do município.
O cortejo será acelerado e as pessoas acompanham quase correndo,
por conta do peso do mastro, que será carregado nas costas de dezenas de
devotos e nos últimos anos também por mulheres, em cumprimento de promessas alcançadas.
As comemorações festivas à padroeira da cidade têm início
depois da procissão da bandeira, no dia 23 de janeiro e ocorrem em nove dias de
festas e novenas, que se estendem por nove noites de festas, até o dia 2 de
fevereiro, quando acontece a procissão das charolas dos santos e leva milhares
de pessoas às ruas de União dos Palmares.
Para quem é da cidade é tudo muito emocionante: as quatro procissões
e a festa em si. Nessa época, o município, onde surgiu o primeiro grito de
liberdade do Brasil, recebe visitas de turistas de várias estados e de outros
países, além dos palmarinos que moram em outras cidades de Alagoas e vão rever
os amigos.
Todo ano o mastro é doado por um fazendeiro da região. A tora
de madeira tem 21 metros de comprimento e este ano a doação foi feita por
Marcelo Galvão e retirada do sítio Gordo. A hora do erguimento do mastro é
sempre um momento de emoção e contrição e leva muitos católicos às lágrimas.
Conta a lenda local que se houver algum problema na hora do
erguimento, significa que o ano será de dificuldade. Ano passado aconteceu de a
madeira ser muito pesada e o mastro ameaçou cair. Muita gente chorou na hora.
Quando chega à Praça Basiliano Sarmento, antes de ser
colocado no buraco cavado previamente para o acontecimento, várias pessoas fazem pedidos, orações, se
abraçam e se confraternizam.
É costume também que antes da procissão, logo cedinho, os
católicos vão até a Rua Juvenal Mendonça, antiga Rua do Castelo Branco, local
da concentração do evento e onde a madeira está colocada, para colocar fitas, escreverem pedidos e
fazerem também orações pedindo graças.
Todos acreditam que os pedidos são atendidos, pelos poderes
da santa que esteve ao lado de Jesus em vários momentos de sua vida e que foi
por muito tempo excluída dos escritos católicos.
Segundo os estudiosos da vida de Santa Maria Madalena, ela
foi ‘a grande apóstola dos apóstolos, uma mulher poderosa, cuja história foi
deturpada por muitos anos pelos poderosos e pela igreja, que não admitia
mulheres em seu comando.
“Madalena foi a principal testemunha da Ressurreição e uma
líder feminina que entendeu a missão de Jesus melhor do que os discípulos
homens, segundo a religiosa Chris Schenk , da congregação das Irmãs de São José
e diretora-executiva da FutureChurch.
Chris Schenk observa que, curiosamente, a Igreja Oriental
nunca a identificou como uma prostituta, mas honrou-a ao longo da história como
‘a Apóstola dos Apóstolos, diz a religiosa. E viva Maria Madalena!
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