Olívia de Cássia – jornalista
União dos Palmares está vivendo o ponto alto de atividades
festivas nessa época do ano. É a Festa de Santa Maria Madalena, principal
evento turístico religioso, que acontece há 179 anos e leva milhares de
visitantes e palmarinos nativos às ruas da cidade.
Os festejos a Santa Maria Madalena iniciaram no domingo
passado, com a procissão do mastro, que levou mais de 20 mil pessoas a
acompanharem a procissão, numa mistura de fé e devoção e a procissão da bandeira nesta quinta-feira, 23; o cortejo repete o mesmo ritual todos os anos: a bandeira sai da casa paroquial e percorre ruas da cidade, indo até a praça onde será erguida no mastro.
A festa cresceu, ficou
gigante e agora está em quase todas as ruas do centro da cidade. Antes se concentrava apenas na Praça Basiliano Sarmento,
onde também eram armados os brinquedos, que agora ficam dispostos na Avenida
Monsenhor Clóvis Duarte. É o Parque Lima, que se agigantou, tem brinquedo de
todo tipo, mas que desde que eu era menina tinha a concessão para armar os
brinquedos na festa de União.
As novenas e a programação festiva começam nesta
sexta-feira, 24, e acontecem até o dia 2 de fevereiro, na igreja matriz e na
Praça Basiliano Sarmento, respectivamente. No passado, era um tempo de a gente
receber parentes e amigos em casa.
Para mim era a maior felicidade nessa época do ano, tudo era
motivo de comemoração: receber primos e primas que chegavam do Rio de Janeiro e
de Maceió, saber das novidades da família, da juventude da época e as nossas
brincadeiras na hora de dormir todo mundo junto.
A festa já foi e está sendo ainda motivo de vários
documentários, referências e livros contando a história dos festejos da
padroeira. É a história do nosso município que se multiplica pelo mundo afora.
E por mais que a gente conte algo a respeito do evento, há sempre um detalhe,
uma resenha daqui e dali para a gente tentar matar a saudade.
Desde Jorge de Lima e Carlos Povina Cavalcante, que tão bem
retrataram as festas da padroeira, até os escritos mais recentes, estão
retratadas as lembranças de quem viveu uma juventude salutar e cheia de boas
aventuras, de amizades que não se trocavam e nem acabavam, das boas lembranças
da juventude na terrinha querida, que estão intrinsecamente ligadas à festa.
A União dos Palmares da nossa juventude rebelde, dos bailes
de carnaval na Palmarina, dos desfiles nos carros alegóricos, das bandas de
fanfarra na emancipação política, dos bailes noturnos com bandas famosas, que
levavam a todos nós ao encantamento juvenil.
A festa da padroeira de União é tudo isso junto: está na
memória de todos que viveram numa época de telegramas pedindo músicas para os
paqueras, no serviço de alto-falantes de seu Maurino Veras, das mensagens
românticas e inocentes de um tempo em que não havia tanta violência e a
convivência era fraterna.
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