Olívia de Cássia – jornalista
Enquanto aguardo a chave para abrir a porta do meu local de
trabalho, me ponho a pensar em mil assuntos que estão na ordem do dia em meu
ciclo do cotidiano. São 6h57 quando começo a escrever e penso que ainda tenho
duas pautas para concluir.
Cá estou eu imaginando ideias para ilustrar as matérias,
além do texto que vou escrever e em como vou cumprir minhas tarefas acumuladas
durante o recesso da Assembleia. A greve dos servidores continua até que paguem
os salários devidos.
Não recebemos décimo-terceiro, que deveria ter sido pago em
20 de dezembro do ano passado e passa um monte de indagação na minha cabeça.
São tantas coisas a pensar e resolver e estaciono no prazo que terei para
colocar todas as informações em dia: vai demorar.
Este ano será atípico; de eleições, Copa do Mundo, temas que
tomam quase todas as pautas dos meios de comunicação e as rodas de conversa nos
botequins. E enquanto o tempo vai passado tão rápido, eu lembro que já se
passaram sete anos, desde o fechamento da nossa Tribuna de Alagoas e ainda não
recebemos nossas indenizações, os ganhos que todo trabalhador tem direito.
Essas informações me vêm à tona, quando lembro que tenho
reformas urgentes da minha casa para fazer, serviços que são essenciais:
reforma total. Preciso de tudo por lá, de toda estrutura: desde o piso, pintura
e outros adereços, a móveis e eletrodomésticos. Quase nada mais está prestando lá
em casa e ela grita por uma reforma.
Enquanto aguardo a chave vou pensando em tudo isso; ligo o
rádio na Educativa FM e ouço uma entrevista da vereadora Heloísa Helena (PSOL) que
fala de vários temas, como o orçamento de Maceió, recém-aprovado na Câmara.
A vereadora falou ainda de seu voto contrário à matéria e os
motivos que a levaram a isso, falou de seus projetos no parlamento municipal e
da pré-candidatura ao Senado, entre outros assuntos, como os gastos exorbitantes
de alguns candidatos na próxima campanha.
Loló disse que vai fazer uma campanha propositiva, ‘pisando
firme e seguindo em frente. Espero que a campanha seja de alto nível’, disse
ela e é o que todos nós esperamos. A população esclarecida está cansada da
baixaria nas campanhas e da ausência de propostas e projetos.
Há um ciclo vicioso na política brasileira e em Alagoas isso
não é diferente: é preciso acabar com a corrupção, mas cada dia vejo isso se
distanciar. E me ponho a pensar na proposta do voto facultativo no Brasil.
Nesta quarta-feira, 29, entrou em vigor a chamada Lei
Anticorrupção Empresarial no País. A norma prevê que empresas e pessoas
jurídicas respondam civil e administrativamente quando seus empregados ou
representantes forem acusados de envolvimento com a corrupção de agentes
públicos, de fraude em licitações ou de dificultar investigações.
Mas a Lei 12.846 entra em vigor, no entanto, sem que o
decreto presidencial que a regulamenta tenha sido publicado, de acordo com
informações publicadas na imprensa, mas segundo a Casa Civil, a lei é válida
mesmo sem a publicação do decreto.
Ainda falta a regulamentação de aspectos como os critérios
para aplicação das multas, os fatos agravantes da prática ilícita e quais os
mecanismos corporativos de controle de irregularidades que podem servir de
atenuantes à pena pode criar dificuldades processuais, caso alguma empresa ou
entidade venha a ser denunciada. Enquanto aguardo a chave eu sigo pensando em
temas múltiplos e o tempo corre.
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