Olívia de Cássia – jornalista ©
Estou vivendo momentos de incerteza, depois de ter sobrevivido a tantos desencontros e desamor. Sinto-me mais insegura e frágil diante da vida. Tem situações que acontecem comigo que fico sem entender o que significam. Sei que não sou a única a ter esses questionamentos nesse universo de meu Deus. Deve ter milhares de muitas mulheres e de homens também, que passam por experiências semelhantes.
Nessas horas sinto-me desprestigiada diante da vida, mas tenho convicção de que preciso mais é agradecer a Deus por tudo o que ele me deu até agora. Deu-me uma boa família, pais honestos e trabalhadores, que me proporcionaram meus estudos, uma profissão que amo e de qualquer forma dá o meu sustento e uma casa para morar, sem luxos, mas uma boa morada.
São tantas as pessoas que queriam estar no meu lugar agora, que me sinto até envergonhada de sofrer por inseguranças assim. Mas é essa constatação de que tenho muito mais a agradecer que me dá mais força para continuar na luta pela minha sobrevivência pessoal, espiritual e pela minha felicidade.
Tanta coisa boa, que muitas vezes me envergonho de ter esses sentimentos de angústias e incertezas. Sinto-me inquieta, insone, impaciente, mas até essa inquietude pode resultar em algum proveito, quando me valho dela para tirar ensinamentos.
Muitas vezes desejamos sair de uma determinada situação, experiência pessoal que estamos vivendo que avaliamos como inapropriada, inadequada e que precisa acabar. Fazemos tudo para sair dela e quando isso acontece, a gente se põe a pensar se realmente tomou a decisão mais acertada, se não foi por influencia de terceiros que tomamos a decisão ou coisa que o valha.
Minha maior preocupação sempre foi não precisar magoar os outros e acabo sempre ferida quando isso acontece. Toda as vezes que eu penso muito mais nas outras pessoas (e isso sempre acontece comigo), me magôo de alguma forma, tendo decepções com aqueles que eu não queria ferir para não ser injusta.
Saindo desse contexto e ficando nele mesmo, passo a me sentir vazia de mim mesmo, procurando de alguma forma me encontrar e me dá mil motivos para continuar a perseguir meus objetivos, meus sonhos, minhas aspirações de mulher, de profissional e de ser humano sempre apaixonado pelo outro.
Estou tentando entender o mundo. Fazendo mil e um questionamentos, sentimentos que não me pertencem ou que nunca me pertenceram. Será que eu sou alguém do outro mundo? Por que não consigo me firmar como as outras mulheres? Sou tão diferente das pessoas ditas normais! O que é a normalidade?
Vivo nessa procura incessante, buscando motivos para me encontrar, para não sucumbir a um sentimento negativo de solidão no que ela tem de mais triste. Procurando preencher os espaços vazios de uma vida cheia de contradições, de sentimentos desencontrados, não-vividos. De uma vida cheia de incertezas de muito ainda para aprender. Experiências que podem até me fortalecer, mas que me tornam muito frágeis diante dos outros, diante de mim.
São tantas as indagações! Sou uma mulher inconstante, um ser humano sempre buscando a serenidade, a harmonia, a paz interior e o fortalecimento pessoal. Será que estou errada? Entendo menos ainda esse sentimento que teima agora em meu coração, diante de tudo, diante do nada. O mundo é tão cheio de incertezas e indefinições que me ponho a pensar o que será feito da vida, o que será feito de mim?
sábado, 25 de setembro de 2010
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