terça-feira, 28 de abril de 2015

De Quebrangulo, para o Brasil, Geraldo Cardoso vai trilhando o caminho do sucesso

Artista participará da gravação do São João do Nordeste, que terá entrevista feita por Wesley Safadão

O Matuto de Luxo Geraldo Cardoso, natural de Quebrangulo, em Alagoas, vai trilhando seu caminho de sucesso, com simplicidade e determinação e uma carreira já consolidada nos palcos do Brasil. O artista compartilha essa alegria com o público, pela qualidade do seu trabalho e empreendimento na sua carreira.
Para divulgar esse novo trabalho Geraldo Cardoso disse que está vendo pauta para lançar o DVD no Teatro Deodoro, antes do São João - Fotos Paulo Tourinho
Geraldo também foi convidado pela Rede Globo, para gravar para o São João do Nordeste e a gravação acontecerá em sua casa, com Wesley Safadão, que fará a entrevista, apresentando o programa. “Estou muito feliz de ter sido escolhido aqui de Alagoas para representar o São João do Nordeste”, comenta.
O artista tem shows previstos para o São João em Serra Talhada, Recife, Caruaru, Paulo Afonso, Canindé do São Francisco, Piranhas (na Festa do Cangaço), Belém de Maria e Maceió, que segundo ele está de parabéns com a nova administração cultural, no que se refere à valorização dos talentos locais, “dando oportunidade a quem faz o autêntico forró”, destaca.
Ele concedeu entrevista à reportagem do Primeiro Momento, em sua residência, na capital alagoana, um local aconchegante, onde a natureza está presente em todas as suas vibrações. Ensaiando canções que ainda não foram gravadas em disco, ele deu uma cancha à equipe de reportagem e mostrou seu mais novo trabalho que será incluído no próximo disco que promete estourar nas rádios do Brasil inteiro.
Para divulgar esse novo trabalho, Geraldo Cardoso disse que está vendo pauta para lançar o DVD no Teatro Deodoro, antes do São João.  “Estou prestes a lançar o Roda de Forró, meu novo DVD, terceiro da carreira. Esse trabalho foi concebido aqui em casa, nos encontros com os músicos, Pardal (zabumbeiro) e Geraldo Araújo (baixista). A gente se encontra aqui, depois dos shows, para dar uma descansada e virou um show, por intermédio do jornalista Keyler Simões”, observa.
Show no Teatro Deodoro - Arquivo pessoal
O músico conta também que fez o show no Teatro Deodoro e para sua surpresa estava lotado: “Todo mundo sentado no teatro para ver o show, cantando junto comigo. O repertório foi de clássicos como Zé matuto foi à praia, de Luiz Gonzaga; Nessa estrada da vida, de Aparecido José, que foi sucesso na voz de Luiz Gonzaga, e vários parceiros”, destaca.
Além dos parceiros ele destaca o sexteto, formado por Eré na sanfona; Milla do acordeom; no Pardal zabumba; Geraldo Araújo, baixo, Eduardo, violão; triângulo e back vocal do Jairo Marques e Jucélia Santos no back. Participações especiais de Almir Medeiros, Chau do Pife e Ari Perciano, que é parceiro de vários tempos.
O Roda de Forró, segundo Geraldo Cardoso,  já tem de início quatro mil cópias (CD e DVD) prontas e está sendo distribuído em vários locais e com boa aceitação. “O público participa muito, nesse lançamento agora vamos colocar muita animação”, explica.

Início da carreira foi no grêmio estudantil, com muita timidez

O artista comenta que tudo começou nos idos da década de 1980, no grêmio da escola. “Eu não era muito bom, em artes e faltava muito a essa aula e quando chegava ao grêmio, para ganhar ponto, ia lá na frente, tremendo, com medo danado  do povo,  ainda tímido, conseguia cantar alguma coisa e ganhar pontos para poder passar”, relata.
Geraldo Cardoso explica que desde aquela época adorava a sanfona: “Quando vi um sanfoneiro tocando de perto, eu fiquei encantado, me perguntando como é que um cara toca desse jeito: abre o fole naquela velocidade e faz as notas e os acordes. O som do triângulo, da zabumba, me deu uma vontade de cantar e eu disse: ‘um dia eu canto com esses caras’”, observa.
Influenciado por artistas como Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Alceu Valença, Nando Cordel e Jorge de Altinho, Geraldo Cardoso explica que essas foram referências muito boas para a sua carreira. “No final dos anos 80 eu juntei uma banda com os meninos que tocavam ali; uma banda não, um pedaço de banda”, comenta rindo.

O COMEÇO

Geraldo Cardoso explica que começou a banda com formação simples: uma sanfona, zabumba e um baixo; depois viu a necessidade de se colocar uma bateria, uma guitarra, e em seguida  entraram os metais e ele gravou o primeiro disco chamado ‘Baião Aceso’.
“Gravei com 36 horas de estúdio, sem nunca ter entrado em um, eu não sabia o que era. Matuto das ribeiras do Paraíba, em Quebrangulo, eu entrei num estúdio, em Recife, onde gravava as grandes estrelas do forró, na época: Alcimar Monteiro, Jorge de Altoinho e outros gravavam tudo nesse local”, comenta.

 Sem recursos, ele conta que só tinha dinheiro para pagar 36 horas de gravação

Geraldo Cardoso conta que, nessa época, só tinha dinheiro para pagar as 36 horas e gravar um disco que tinha metais, “já é complicado gravar porque naquele tempo, não tinha o recurso que tem hoje, era tudo em fita K-7. Se a gravação não prestasse, voltava as fitas todas, agora, não. Você grava ali e emenda um pedaço: o computador e a tecnologia ajudaram bastante”, pontua.
O artista explica que nesse primeiro disco ficaram quatro músicas com voz guia (voz que o cantor usa só para guiar os músicos para gravar a base do disco). “É uma voz imprestável, grava-se com um microfone simples e na ora de botar a voz, não sobrou tempo para colocar a voz suficiente; a imaturidade também (atrapalhou) e quatro músicas ficaram com mixagem de voz guia”, destaca.
O trabalho ele conta que foi produzido pela gravadora Polidisc, por intermédio de Antônio Jacinto, produtor executivo. “Vendeu aqui em Alagoas mais de cinco mil cópias. Na época foi bom para um artista iniciante. O repertório foi todo de composições minhas e de composições com outros parceiros como os alagoanos Geo D’ Almeida, Beto Barbosa, Cinho, de Palmeira dos Índios, e músicas minhas. Foi muito bom para minha carreira, meu cartão de visita”, avalia.

NA ESTRADA

De lá para cá Geraldo Cardoso não parou mais e já gravou três vinis; na era do CD e DVD já gravou 14 trabalhos: onze CDS  e três CDS e DVDs.  “Me orgulho de ter começado em uma época que se gravava vinil, tempo muito rico para a música. Fiz bastante shows, em muitas capitais, pelo Nordeste principalmente, muita coisa no interior, o interior consome muito o nosso trabalho”, argumenta.
Geraldo Cardoso também já teve música incluída na trilha sonora da novela América, da Rede Globo, com a música ‘Um matuto em Nova Iorque, época em que ganhou o título de Matuto de Luxo.
O artista também já fez apresentações em aniversários de cidades, festa de padroeiro, vaquejadas, festa junina. O mais estranho, segundo pesquisamos em sua biografia, foi num Circo Tourada, sem palco e com som de corneta, no início da carreira, e cantou em um restaurante do hotel Fenícia em Brasília, para vários prefeitos, no evento chamado Marcha de Prefeitos, em 2005, quando estavam presente prefeitos do Brasil inteiro.
Geraldo observa que recebeu da gravadora a informação de que já tinham sido vendidos, nos primeiros três trabalhos, mais de 200 mil cópias, “até onde fechei a conta, mas depois vieram os pingados, porque a gravadora está sempre relançando os trabalhos e acredito que já tenha passado disso”, ressalta.  

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