Olívia de Cássia – jornalista
Ontem revi o meu amor. Amor que não dimensiona o valor de um sentimento profundo, antigo. O coração bateu forte de novo. Não posso me deixar levar por esse sentimento invasivo que me toma por inteira, me tira a capacidade de raciocínio, a sensatez e muitas vezes a razão.
Nesses momentos não existe bom senso dentro da gente. Nos meus doces devaneios tolos fico pensando em mil e uma possibilidades de vida, mas até em sonhos alguma coisa nos afasta, me embaça a memória, indefine essa situação. Mas que situação ? Não existe situação.
Hoje é quinta-feira santa, as famílias se preparam para almoços de confraternização. Eu estou só. Mais um ano de luta, mais um ano de dificuldades, de esperança. Não posso perder a esperança de uma vida melhor e mais amena.
Tenho muita ‘culpa no cartório’ como se diz à boca miúda. Tudo o que vivo, o que sou, o que sinto são resultados das minhas próprias escolhas. A gente é o que é e pronto. Se o mundo inteiro me critica pelas minhas tolices, deixa o mundo me criticar, há espaços para todos: os espertos, os ingênuos e puros de coração.
O mundo é muito implacável para aqueles que são mais frágeis. Cada experiência na vida é um aprendizado. Na maioria das vezes eu ajo por impulso nas minhas atitudes e como resultado dessa precipitação, eu me prejudico na vida prática.
Às vezes, eu não me porto como uma pessoa madura, mas essa maneira do meu agir, muitas vezes está provado que é para omitir ou não revelar o que me vai no coração cheio de sentimentos, mas isso é involuntário.
Eu acho que já desperdicei muito tempo, oportunidades únicas que a gente só percebe depois. A vida não se passa como uma novela, peça de ficção, é fato real. A gente não tem todas as oportunidades do mundo; muitas vezes quando tem ou não sabe aproveitar, ou não dimensiona sua importância.
Amo a fotografia porque a gente pode congelar o instante e mais tarde pode revivê-lo naquele espaço. É memória pura. Quantas memórias eu tive que guardar de mim e dos outros? A realidade é cética, não tem muito mistério, é cristalina. Não posso voltar no tempo. “O tempo é o senhor da razão”.
quinta-feira, 21 de abril de 2011
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