sexta-feira, 19 de junho de 2015

Canal do Sertão: perspectivas e desenvolvimento foi tema de debate na ALE

Audiência pública foi de autoria do deputado Ronaldo Medeiros. Foto assessoria
Olívia de Cássia – Repórter
Com o objetivo de debater o andamento das obras do Canal do Sertão, tendo como tema perspectivas e desenvolvimento da região, a Assembleia Legislativa Estadual realizou uma audiência pública, na manhã desta sexta-feira, 19, atendendo um requerimento do deputado Ronaldo Medeiros (PT). A audiência reuniu lideranças ribeirinhas do São Francisco, agricultores familiares, além de diversas autoridades do Estado ligadas ao setor.
Segundo o deputado Ronaldo Medeiros, a obra do Canal do Sertão é a maior do Estado e pode primeiro manter o homem no campo. "Hoje a gente observa que o nível do salário do alagoano é muito baixo e isso acontece devido à falta de escolaridade; avalio que o Canal do Sertão pode tornar esses agricultores em pequenos empreendedores”, destacou.
O parlamentar destaca que, além disso, o Canal do Sertão pode trazer para a região sertaneja, indústrias, como já acontece em Pernambuco, Sergipe “e com isso melhorar a qualidade de vida desses trabalhadores, mantendo o homem no campo”.  
Ronaldo Medeiros observa ainda que o Canal do Sertão já tem concluído 60 quilômetros de seu trajeto e o governo deve concluir o restante nos próximos três anos. “É um projeto viável de sustentabilidade para atender a população que mora no Sertão e para desenvolver a economia da região”, observa.
O superintendente de Irrigação da Secretaria de Agricultura do Estado de Alagoas, Silvio Azevedo, observou que a secretaria tem pensado no Canal do Sertão como um instrumento transformador e de desenvolvimento da região e para as famílias que hoje vivem no campo, que não têm tanto acesso à infraestrutura.
Segundo ele, a Secretaria tem trabalhado junto à Companhia dos Vales dos Rios São Francisco e Parnaíba (Codevasf) e outras secretarias, para levar projetos empreendedores àquela área, mas sempre com o foco na agricultura familiar.
“Estamos apresentando o que vem sendo planejado e o que já tem acontecido com relação ao uso da água para a produção ligada à agricultura ou à produção de forragens para manter o rebanho e os agricultores no Sertão”, pontuou.
A secretária estadual de Infraestrutura, Maria Aparecida Azevedo, disse que a quando o governo do Estado assumiu, em janeiro, tinha um débito de 163 milhões para pagar de obras já executadas do Canal do Sertão em Alagoas.
“Durante esse ano nós recebemos 165 milhões, dos quais 148 milhões foram utilizados para pagar obras executadas durante o governo passado, por conta da interrupção do fluxo de pagamento por parte do Ministério nas obras de infraestrutura, mas o governador procurou o MI e não descansou um  só momento, para informar da necessidade de manter os recursos para a obra”, observou.
Segundo ela, são 250 quilômetros de obra e o Estado está concluindo até dezembro 93 quilômetros: do 93 até o 123, que é o trecho quatro,  vai ficar mais lento, mas o Ministério da Integração garantiu que não vai ter motivos para paralisação da obra.
“O recurso para a conclusão do trecho três, que leva do 68 até 93 quilômetros está garantido, bem como recurso para obras da Adutora do Sertão, que irá abastecer oito municípios do Sertão quando estiver pronta. A ideia é que essa obra no mais tardar até fevereiro do próximo ano esteja concluída, garantindo abastecimento d’água direto a diversos municípios”, destacou.
Quanto aos recursos, Maria Aparecida destaca que a informação é que vão ter um corte no orçamento, mas que o Ministério da Integração não vai permitir a paralisação do Canal do Sertão. A obra se estende de Água Branca até Senador Rui Palmeira.
O vereador e ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Olho d’ Água das Flores, Idevilson Alves da Paz (PSB), conhecido como Pingo do Sindicato, disse que a audiência pública para discutir as obras do Canal do Sertão é de fundamental importância para os agricultores sertanejos, que nela têm a oportunidade de debater e dizer o que almeja com a obra.
“Primeiramente gostaria de agradecer ao deputado Ronaldo Medeiros pela iniciativa da realização da audiência pública: para nós, agricultores sertanejos a audiência é de fundamental importância porque é em momentos como esse que a gente tem o espaço para debater, dizer o que almeja com o Canal do Sertão”, observou.
Segundo ele, a conclusão das obras do Canal do Sertão, vai fazer com que o homem do campo fique fixado ao seu local de origem, tenha condição de produzir emprego; gerar renda para a região “e o resultado das propostas que saírem daqui, possam contribuir e mostrar o que o povo está precisando, chamar atenção das autoridades para a importância do Canal do Sertão para o homem do campo”, pontuou.
Idevilson Alves destaca o que preocupa o agricultor  com relação à obra “é que não temos ainda muita informação por onde a água vai passar e a quem vai beneficiar e um espaço como esse é muito importante”, ressaltou.
Seu Josué Dias de Souza também é agricultor na região de Olho d’Água das Flores e disse que planta milho, feijão, macaxeira e tudo que pode e avalia que a seu ver para a agricultura a obra trará muitos benefícios para os agricultores, em compensação a vasão do Rio São Francisco vai diminuir e isso tem que ser observado. “Há uma dúvida  com relação a isso”, disse ele.
Seu Evilson Rodrigues dos Santos também é agricultor, disse que o Canal do Sertão passa bem encostadinho à sua casa e acha que vai devorar um bocado de coisa. “Minha terra é grande e onde ele passa (Canal do Sertão) acho que vai devorar tudo. Eu sou agricultor e vivo de plantação, se caso se pudesse desviar seria melhor, tava bom, mas ás vezes não querem desviar, né”, observou.
HISTÓRICO
O Canal do Sertão foi idealizado para minimizar os efeitos da seca e promover o desenvolvimento socioeconômico das regiões Semiárida e Subúmida Seca, permitindo a oferta de água para atendimento das comunidades ao longo do seu trecho.
O Canal do Sertão em Alagoas tem extensão total projetada de 250 quilômetros, abrangendo seis microrregiões socioeconômicas, em um total de 42 municípios alagoanos. A obra faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e atualmente beneficia os municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha e Água Branca.


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