Para José Carlos Silveira, a determinação do Contran objetiva mais segurança para os condutores |
Repórter/ Tribuna Independente
(foto: Sandro Lima)
As fábricas de motocicletas terão que se adaptar à Resolução 509/2014 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que obriga que as motocicletas saiam das fábricas equipadas com os freios ABS ou CBS. O novo sistema será exigido de forma escalonada, a partir de 2016: “Primeiro, para 10% das motocicletas novas, e até 2019 chegarão a 100%”, observa José Carlos Silveira, presidente da Organização não Governamental (ONG) Moto Amiga.
Segundo José Carlos Silveira, a determinação objetiva mais segurança para o condutor e por conta do custo, motos pequenas de até 300 cilindradas terão obrigatoriedade de ter o freio CBS podendo ter o ABS. “Já as motos com motor de tamanho igual ou superior a 300 cilindradas ou motor elétrico de potência igual ou superior a 22kw serão obrigadas a utilizar o ABS, que impede o travamento das rodas numa frenagem brusca”, observa.
As motos novas que têm menos de 300cc poderão ser equipadas com freios ABS, como o dos carros, que evitam o travamento das rodas, ou com os CBS, que distribuem proporcionalmente a força de frenagem para as duas rodas, para garantir uma desaceleração rápida e segura. Para motos com mais de 300cc será obrigatório o ABS. Em motos de alta cilindragem, o sistema de freios ABS já está presente na maioria dos modelos.
“Algumas fábricas já se anteciparam e agora para 2015 já estão oferecendo a nova tecnologia. A regra será aplicada apenas para fabricantes, porque é um trabalho de engenharia, não se aplica para as motos antigas. O ABS é quase inviável de se colocar em uma moto barata. E ainda tem o sistema Cabs que é muito mais caro”, pontua.
HÁBITO
”A ideia do CBS é corrigir o mau hábito dos motociclistas de usar somente o freio traseiro, quando o ideal é acionar os dois, já que a maior parte do poder de frenagem de uma motocicleta está na dianteira. Com o sistema, a moto consegue parar antes. O acionamento do freio combinado ocorre de maneira progressiva. É necessário pressionar o pedal com força, utilizando todo o seu curso, para entrar em ação a frenagem na roda dianteira. Com leves toques sobre o pedal, a força fica apenas na roda traseira”, pontua.
Alguns fabricantes já estão colocando os novos freios
Com a resolução do Contran, segundo o presidente da ONG Mão Amiga, as fábricas já estão colocando segurança nas motos, mas o principal elemento é o condutor, que deve ter precauções como: “Evitar o álcool; excesso de velocidade, andar com roupas resistentes, no mínimo um bom capacete e um sapato de couro, evitar andar descalço como a gente vê e sem capacete”, destaca.
José Carlos pontua que o motoqueiro precisa andar dentro das normas de segurança. Se for para local longe, precisa usar uma jaqueta, um casaco, proteção do joelho, ter cuidado com a segurança própria, tanto ao conduzir como a se trajar.
Da parte do governo, ele disse que deve ter cuidados com as vias, “pois muitas vezes você vê uma moto cair por causa de uma lombada, um buraco, ou via que não tenha demarcações, com buracos nas curvas. Da parte dos condutores, tem muita imprudência, totalmente irregulares, é preciso que as autoridades do trânsito observem isso, punindo a quem não obedece”, ressalta.
CALENDÁRIO
Segundo o calendário de adoção dos sistemas, de acordo com a Resolução 509/2014 do Contran: a partir de 1º de janeiro de 2016, 10% da produção ou importação; a partir de 1º de janeiro de 2017, 30% da produção ou importação; a partir de 1º de janeiro de 2018, 60% da produção ou importação; e a partir de 1º de janeiro de 2019, 100% da produção ou importação.
CAMPANHAS
O Moto Amiga é uma entidade nacional que tem filial no Estado e surgiu há três anos, com o objetivo de conscientizar os motociclistas e reduzir o número de acidentes de trânsito no Brasil. Segundo José Carlos Silveira, são registrados uma média de três acidentes por dia no Estado e as principais causas são provenientes do condutor, devido a ações de dirigir alcoolizado, imprudência e uso de roupas inadequadas.
Segundo ele, também em Alagoas, o Moto Amiga faz campanhas educativas de trânsito nas escolas com palestras, junto à Secretaria de Saúde, Detran, redes sociais, entrevistas nos meios de comunicação, entre outras iniciativas. O presidente da entidade observa também que segurança e moto não dependem apenas da moto e da rua, depende de três fatores: da motocicleta, do condutor e da via.
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