Olívia de Cássia – Repórter
Um dos temas abordados no I Encontro Nacional dos
Jornalistas pela Igualdade Racial (Enjira) foi a Mídia e o racismo
institucional, que teve como palestrante Washington Andrade, diretor do Portal
Áfricas, da cidade de Araraquara, São Paulo. Segundo o jornalista, o racismo é
institucional e está em todo o sistema de comunicação.
“O racismo é institucional, temos dificuldade de colocar o
jornalista negro não só nas redações, como em todas as mídias e também na
apresentação de jornais televisivos, pois eles (os empresários de comunicação) argumentam
que há muita informação, no cabelo e nas roupas dos jornalistas negros”,
observa.
Washington Andrade observa também que é difícil ver nas
pequenas mídias o investimento do governo. “O governo continua investindo nas
grandes mídias e é difícil a gente ver esse investimento nas pequenas mídias. Estamos
discutindo no Enjira propostas que serão aprovadas e encaminhadas no final do
evento para vários setores”, destaca.
Entre as propostas discutidas na tarde de ontem pelos
jornalistas que defendem a igualdade racial estão: analisar o envio de pautas
sobre as mulheres negras nas redações; moção de apoio à manutenção do sistema
de cotas na Universidade Nacional de Brasília (UNB); apoio para manter pesquisa
crítica e nacional sobre a cobertura racial no Brasil; moção de apoio ao
Projeto de Lei que está tramitando no Congresso Nacional, a respeito de cotas
nos concursos públicos, entre outras.
O evento contou com a participação de integrantes das
Comissões de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojiras) de São Paulo, Rio de
Janeiro, Distrito Federal, Alagoas, Paraíba e Bahia, além do Núcleo de
Jornalistas Afrobrasileiros do Rio Grande do Sul, que agregam profissionais
engajados na discussão da temática, além de representantes dos demais
sindicatos da categoria em outros Estados do Brasil.
Todas as propostas discutidas e aprovadas no I Enjira serão
encaminhadas para o 36º Congresso Nacional que foi aberto ontem, com uma conferência
de abertura ‘Jornalismo para humanizar a comunicação’, ministrada pelo do sociólogo
francês Dominique Wolton, doutor em sociologia, diretor de pesquisa do Centro
Nacional da Pesquisa Científica (CNRS) na França, seguida de um coquetel de
confraternização de boas vindas.
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