Tribuna Hoje (foto)
O desabamento de uma das três torres do Moinho Motrisa, na
Avenida Comendador Leão, no bairro do Poço, na tarde de ontem, causou pânico e
susto aos moradores da região e adjacências, soterrando carros e pessoas e
causando tumulto.
O acidente mobilizou várias viaturas do corpo de Bombeiros,
moradores, Serviço de Atendimento Médico
de Urgência (Samu), Bope, Polícia Civil e outras unidades foram acionadas.
Segundo informações que circularam no local, na hora do
acidente o sinal do cruzamento da Avenida Comendador Leão estava fechado e a
confusão se estabeleceu. O trânsito foi desviado e os curiosos e a imprensa
foram orientados a afastarem-se e ficarem longe, porque as outras torres
cilíndricas corriam o risco de desabarem também. Há suspeitas de que tenha havido
explosão, mas as causas do acidente ainda vão ser apuradas pelas equipes
técnicas.
Vagner Falcão é dono de um cartório que fica vizinho ao
moinho e disse que ouviu um grande estrondo, que parecia ser de um tsunami. “A
ficha ainda não caiu, tinha várias pessoas no meu cartório, mas graças a Deus
quem estava no local não foi atingido. Não sei se o acidente danificou alguma
parte do prédio, mas todo mundo foi orientado a abandonar o local”, observou.
Seu Pedro Sobral era um dos clientes do cartório de Vagner
Falcão e contou que escapou por pouco: “Eu estava no cartório quando ouvi o
barulho, graças a Deus que eu não estava no carro; se eu tivesse lá, tinha morrido, escapei por
pouco”, ressaltou. O carro de Pedro Sobral foi danificado pelo acidente.
Seu José Damasceno, um popular que também estava no local,
disse que estava trabalhando quando uma das colunas (silo) desabou e teve um
susto muito grande: “Foi trigo para todo lado, o barulho ensurdecedor”, disse,
entre assustado e nervoso.
A Vila Nossa Senhora do Carmo foi a parte mais atingida pelo
acidente no Moinho Motrisa e os moradores foram obrigados a saírem de suas
casas. O jornalista Antônio Torres é
morador do local há quarenta anos e estava sozinho quando aconteceu o acidente.
A casa dele não foi atingida, mas o jornalista ressaltou que o moinho sempre
foi uma preocupação dos moradores, porque já apresentava problemas com
rachaduras.
“Sempre teve
problemas, onde tinha uma rachadura eles faziam enxertos até que chegou a esse
ponto que é uma catástrofe. Eu estava sozinho, tenho uma pessoa que trabalha
comigo, minha secretária, que teve que sair às duas da tarde e minha filha, que
tinha almoçado comigo; uma vizinha da primeira entrada do lado esquerdo não
estava em casa quando aconteceu, por isso que ela escapou”, disse.
O jornalista observou que o que aconteceu não se sabe e
alguma coisa está embaixo desses escombros, e eu torço para que não sejam vidas
humanas. “Quem vai mais garantir que a
gente tenha segurança morando aqui com esse moinho desse jeito?”, pergunta.
Antônio Torres disse que um coronel do Corpo de Bombeiros
informou que os moradores da região teriam que evacuar o local, todo mundo sair
de casa. “Quem tem familiar vai para a casa deles, quem pode deve procurar um
hotel e eles vão ter uma avaliação técnica, acredito que até amanhã de como
isso vai ficar”. Torres acredita que duas coisas podem acontecer na Comendador
Leão: “Ou se mudam os moradores ou esse moinho tem que ser tirado daqui”,
pontou.
Dona Geniza Correia de Araújo foi uma das pessoas resgatadas
com vida e estava bem, apesar do susto e do nervosismo, mas policiais não
deixaram que ela falasse com a imprensa.
A polícia de resgate,
guindastes, carro do Corpo de Bombeiros, máquinas e tratores foram
usados para a retirada do trigo que soterrou carros e pessoas. Assim que o
acidente ocorreu, em poucos minutos vários vídeos circularam na internet e um deles foi o de um rapaz
identificado como Thiago, que gritava o
tempo todo apavorado dizendo que o carro tinha ficado soterrado.
Policiais solicitavam a todo o instante para as pessoas se
afastarem do local, inclusive a imprensa: “Pessoal, se afaste, facilite o nosso
trabalho, vocês estão correndo risco ficando aqui, saiam, vão para perto do
sinal”, gritavam os policiais.
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