Fotos: Olívia de Cássia
Jornalista Carlos Gonçalves |
Oficina fez parte da programação do último dia do 36º Congresso
Nacional dos Jornalistas
Olívia de Cássia – Repórter
Neste sábado, 5, no Centro de Convenções Rute Cardoso, em
Jaraguá, os jornalistas debateram em oficina, “A complexidade do comportamento
do assessorado e do assessor de imprensa diante nas mídias sociais”, no painel
‘O Jornalismo e a Democracia Contemporânea’, no último dia de programação
científica do Congresso Nacional dos Jornalistas.
A palestra foi ministrada pelo jornalista Carlos Gonçalves,
assessor dos Correios e estudante de psicologia e abordou as várias questões
ligadas ao tema. Segundo o jornalista, algumas instituições já estão se
preparando e elaborando um manual de conduta do assessorado para atuação nas
mídias sociais.
“O manual deve conter os motivos para o assessor usar as
mídias sociais (Facebook, Twitter, etc); princípios gerais da conduta,
diplomacia e netiqueta; monitoramento dos perfis e canais em mídias sociais;
penalidades e consequências do uso incorreto das mídias sociais, que podem
resultar em advertência, suspensão e até demissão”, observa.
Carlos Gonçalves ressalta que algumas empresas em Alagoas já
estão correndo contra o tempo e elaborando o seu manual, para evitar alguns
constrangimentos como os que têm ocorrido, de alguns assessores falarem mal das
empresas para quem trabalham.
Durante quase duas horas os jornalistas debateram quais
seriam os caminhos apontados daqui por diante com relação à conduta dos
assessores nas redes sociais e se é possível dissociar o perfil pessoal do
trabalho. Segundo ele, não é possível.
“A internet ficou meio que terra de ninguém; tem gente que
tem discernimento, mas outros sem noção. A forma (o manual) não é uma ditadura,
é uma maneira de dizer que existem limites e diretrizes, pois existem pessoas
que se acham no direito de esculhambar A, B e C e isso já está lhe enquadrando
com determinado comportamento”, destaca.
Outra coisa que o
meio já está percebendo, segundo ele, é que alguns partidos políticos já estão
fazendo manuais para seus filiados usarem as mídias sociais. “O PT está fazendo
uma cartilha para orientar os militantes, as eleições vêm aí e tem que se
preocupar com os candidatos ou quem quer que seja, sobre a exposição da sua
imagem”, pontua.
Na oficina os jornalistas apontaram exemplos e debateram a
respeito das limitações que um manual de conduta pode trazer. Carlos Gonçalves avalia
que é necessário bom senso para se utilizar as redes e que os assessores devem
se policiar a respeito do que estão postando em seus perfis.
“Não é impossível dissociar a sua conduta pessoal do
trabalho que você exerce (no caso dos assessores). Se você está num local, mal
vestido ou com conduta não muito adequada, as pessoas não vão te ver como a
pessoa tal e sim como fulano, que é assessor da instituição tal. Hoje em dia
tudo passa pelas redes sociais, queiramos ou não. É uma mudança de cultura e de
comportamento e as pessoas estão fazendo uma viagem. Não se passa nada que não
se coloque nas redes numa exposição desnecessária”, argumenta.
Quem é
Carlos Gonçalves é ex-integrante da Diretoria de Assessoria
de Imprensa do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Alagoas; é formado em Jornalismo pela Universidade
Federal de Alagoas (Ufal), pós-graduado em Gestão Empresarial, também pela
Ufal, e graduando em Psicologia.
Atua como Assessor de Comunicação dos Correios em Alagoas há
20 anos. Há oito anos, leciona na Pós-Graduação de Comunicação e Marketing do
Cesmac/AL, onde já ministrou as disciplinas ‘Relacionamento com a Mídia e com o
Assessorado’ e ‘Comunicação Interna/Cultura Organizacional’. Atualmente, ministra a disciplina ‘Media
Trainning’. Também atua como consultor para profissionais liberais, políticos e
empresários.
Nenhum comentário:
Postar um comentário