sábado, 1 de junho de 2013

Preocupação...


Olívia de Cássia - jornalista

Qualquer preocupação que me tire o foco dos objetivos que venho perseguindo na vida me incomoda de uma forma dolorida. Tenho andado sem concentração, a cabeça doendo, a pressão descontrolada, tudo isso por causa de incômodos causados pela minha falta de tato para administrar a minha vida financeira.  

Deve ser isso, eu  avalio. Não sei lidar com esse lado material da vida, e com pouco dinheiro eu não sei fazer nada e me apavoro com a perspectiva de pensar que não vou poder arcar com todas as obrigações mensais que tenho e isso está me prejudicando a saúde.

Tenho andado com a pressão descontrolada: tem dias que está alta, outros baixa e me sinto mal de todo jeito, tanto ela alta quanto baixa. Desde a quarta-feira que tenho sentido esses incômodos, como se fossem avisos dentro de mim.

Além dessas preocupações com as dívidas, os incômodos da TPM, da quase menor pausa em uma mulher da minha idade, tudo isso me faz refletir muita coisa na minha vida: o fato de eu não ter conseguido me firmar financeiramente, como era a preocupação de papai, a velhice batendo à porta e com ela todas as limitações e ainda mais quando se tem a ‘sorte’ de ter herdado uma ataxia, sem querer me lamentar.

Não estou reclamando, Diário, estou só constatando circunstâncias. Longe daqui eu querer voltar àquela vida de viver mal humorada, reclamando de tudo e mal dizendo da vida. Eu quero ter a chance de ter a felicidade numa vida mais tranquila, mais confortável.

Estou fazendo o que gosto na profissão e isso já me deu um alento, uma mudança de vida qualificadamente, espiritualmente mais resolvida. Tenho estado melhor no corpo e na alma. Isso todos perceberam.  

Sou outra pessoa no aspecto físico no que diz respeito ao bem-estar comigo mesmo e com os outros. Fazer o que a gente gosta no trabalho é muito bom e eu amo o que faço. Eu não saberia ser outra coisa que não fosse ser jornalista, escrever, além de veterinária se eu tivesse tido a chance.

Reflexões que me pego fazendo neste fim de noite de sábado, quando as notícias lá de fora não são muito alegres. Perdemos mais um colega de profissão, tragado por um infarto fulminante e ficamos nos perguntando tanta coisa e procurando respostas que não encontramos. É a vida.

O calor é sufocante e não consigo pregar no sono. Desço as escadas e fervo uma água para fazer um chá, para ver se consigo me aquietar e finalmente pregar no sono, dá um tempo nas preocupações financeiras e finalmente me acalmar.

Penso na vida, nas oportunidades que às vezes a gente deixa passar e que são únicas, elas não voltam, por isso que a gente tem que aproveitar e viver intensamente cada minuto que nos resta da vida porque a vida é um instante e nós não somos nada se não tivermos a espiritualidade, a alegria, a positividade dentro da gente.

Preciso disso, dessa renovação de espiritualidade dentro de mim, de esperança e da fé, para que eu possa crescer muito mais e dentro da humildade, da perseverança, da busca da paz procurar ser melhor a cada dia. Boa madrugada para todos!

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