sábado, 8 de junho de 2013

Arraiá Luar do Sertão resgata o coco de roda durante concurso, em Arapirraca


Por Breno Airan

Nem a chuva atrapalhou os planos do Arraiá Luar do Sertão, no bairro de Zélia Barbosa Rocha, em Arapiraca, na noite desta sexta-feira (8). Esperando os 10 jurados, um cenário estava montado, recriando uma cidadezinha interiorana de décadas passadas.

Com o empenho da prefeita Célia Rocha (PTB) e da comunidade, a segunda noite do Concurso de Resgate às Tradições Juninas foi realizada com sucesso.

Na cidade cenográfica, havia uma rádio com vitrola – abastecida de vinis dos forrozeiros Pajeu do Sertão, Genival Lacerda, Negrão dos Oito Baixos, Luiz Gonzaga e Dominguinhos –, uma TV em preto e branco numa praça, estabelecimentos de barbeiros, costureiras, sapateiros, casa de fazendeiros e até uma igreja, todos na Rua Ilda Mateus de Abreu.

Na via ao lado, a Rua Doralice Ferreira, o palhoção estava todo enfeitado, a esperar pelo arrasta-pé. Antes de começar a apresentação para o concurso, a banda Alegríssimos do Forró deu o tom, animando o público.
Logo na sequência, meninas entre 4 e 10 anos fizeram a Dança da Fita, algo tradicional do Nordeste, mas de manifestação milenar herdada da Europa. Pouco depois, o organizador do evento José Arnaldo Gerônimo Ferreira, o “Bracinho”, se caracterizou de boi bumbá e entrou na brincadeira, antes de começar uma apresentação country.

Um dos momentos mais esperados da noite foi o que a Dança do Coco é exaltada, ao som da banda Balança Mas Não Cai. Os integrantes fizeram uma intervenção com os presentes e chamaram 10 homens da plateia para dançar.

As estudantes Alice Brandão, de 15 anos, e Thawanne Silva, 12, ficaram felizes em participar do evento. “Há dois anos, nós conhecemos o coco e, desde então, não o abandonamos. O coco não pode morrer, por isso fazemos esse resgate todos os anos”, diz Alice.

“E, mesmo chovendo, o povo da comunidade veio nos ver. Isso é gratificante”, completa a pequena Thawanne. Segundo José Arnaldo Gerônimo Ferreira, gratificante mesmo é ver essa juventude se espelhando e dando continuidade a esta tradição.
“E todo ano chove nos arraiais que organizamos. Estou à frente deste, do bairro de Zélia Barbosa Rocha, há 12 anos, e parece que é um bom presságio toda vez que a água cai do céu. É bom pros sertanejos e deixe nossa festa mais feliz, com cara de Nordeste”, diz.

Ele salientou o trabalho da comissão julgadora, que é sempre tão cuidadosa ao avaliar os critérios estabelecidos. “Ganhando ou não esse concurso, fico motivado em todos os anos ver as pessoas interagindo e fazendo as coisas com vontade”, conta o organizador do arraiá.

José Arnaldo ainda chamou uma quadrilha convidada, a do Arraiá Forró na Roça, da Vila São Francisco, para brindar quem compareceu. As rádios Metropolitana, Pajuçara e Nova FM também marcaram presença. Ao final das apresentações, a banda Planta Água encerrou a noite.

Neste sábado (8), os jurados têm mais uma missão: analisar toda a alegria e criatividade do Arraiá Matuto Macho, do bairro Jardim Esperança. Aberto ao público, o início será às 20h.


Nenhum comentário:

Aqui dentro tudo é igual

  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...