terça-feira, 18 de junho de 2013

O que virá depois?


Olívia de Cássia – jornalista

O País foi pego de surpresa essa semana com a mobilização feita nas redes sociais que arregimentou milhares de pessoas às ruas nas diversas capitais do País. Apesar de já ter visto muitas mobilizações ao longo dos meus anos calejados, confesso que tive um susto quando vi todo aquele povo de volta às ruas protestando, num primeiro instante, contra o aumento das passagens de ônibus.

O fenômeno certamente já deve estar sendo estudado por sociólogos e antropólogos, mas não precisa ir muito longe para a gente saber que toda essa mobilização já é um ‘esquenta’ do que está para vir nas próximas eleições e que o que está em jogo não é apenas o preço das passagens.

Uma pena que uma mobilização que começou de forma pacífica tenha descambado para o vandalismo e a depredação do patrimônio. Não sou contra a mobilização pacífica, às justas reivindicações e os protestos contra a corrupção e a roubalheira, já participei de várias delas,  mas me assustei ao ver uma massa desgovernada, insuflada, quebrando e destruindo o patrimônio público.

Conheço muito bem a massa insuflada o que é capaz de fazer. De repente, nas redes sociais, gente que sempre votou em candidatos conservadores e que sempre defendeu a ditadura militar, estava nas redes chamando para greve e para ir às ruas, como se fosse a mais avançada das criaturas.  

Muito me estranha isso, porque conhecendo a fundo determinadas pessoas, jamais elas teriam coragem, no governo de seus candidatos, de insuflarem alguém para ir às ruas.  Na segunda-feira, os manifestantes apedrejaram o prédio histórico da Assembleia do Rio de Janeiro e queimaram  um carro que estava na frente; na terça-feira, tocaram fogo no carro de transmissão da Rede Record.

Isso atenta contra a democracia. Isso não é manifestação democrática e pacífica. Eu entendo que os partidos políticos e seus comandantes estão desacreditados e muitos emporcalham a política do País. Com essa mobilização, avalio que os partidos políticos saíram enfraquecidos e isso não é muito bom.

As lideranças partidárias precisam saber que o povo está insatisfeito com o desempenho deles e que não é mais massa de manobra, seja da esquerda ou da direita. Na minha humilde avaliação isso tudo é resultado da decepção do povo e do despreparo de uma polícia que é treinada apenas para reprimir, bater e matar,  da falta de traquejo com que o governo de algumas cidades agiu no começo do movimento.

Mas eu torço pelo despertar da juventude brasileira, pela conscientização de seus direitos de cidadãos e se for para salvar nossos jovens da cultura do lek lek, das mulheres melões e melancias e tais e quais e das demais porcarias que eles costumam consumir, que o movimento seja bem-vindo e que um novo horizonte  surja, enriquecendo a história do País.

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