Foto: Olívia de Cássia
O bancário Petrúcio Manoel Correia de Cerqueira é alagoano
de União dos Palmares e atualmente mora em Maceió. Ele tem um hobby interessante
e ainda raro em Alagoas: é colecionador
de cédulas, antigas e atuais há 28 anos, desde 1986, época do Governo Sarney, quando o Brasil vivia
uma situação delicada no início da Nova República e houve a substituição da
moeda corrente do país, do cruzeiro para o cruzado.
“Comecei a colecionar em 1986, no governo Sarney, quando
começou a mudança do padrão monetário do Brasil; eu era caixa do Banco do
Brasil e começaram a aparecer cédulas estranhas; fiquei curioso e resolvi
começar a colecionar. Aí fui ampliando a coleção, pegando gosto pelo negócio e hoje tenho cédulas de 120 países, de todos
os continentes; são mais de mil”, observa.
A numismática é uma área extremamente interessante para quem
quer ampliar seus conhecimentos. Colecionar cédulas e moedas é uma verdadeira
arte. E se pode aprender muito com isso: aprender sobre a cultura de uma nação,
ou então aprender um pouco sobre os homenageados de cada país em suas cédulas.
A coleção de Petrúcio Cerqueira é ampla: ele diz que a
cédula mais valiosa que existe é a de um conto de reis, do Brasil colônia, que
vale 40 mil reais, mas desta cédula ele só tem uma réplica, por conta do preço
alto.
Petrúco Manoel conta que conserva sua coleção em pastas com
páginas em plástico, onde separa as unidades por
continente e país. As do Brasil estão em uma pasta separada, com as 15
mudanças de padrão monetário do país.
O bancário conta que não fez estudos para iniciar a coleção,
mas procura obter o máximo de informações a respeito do assunto e quando tem
dúvida consulta dois livros que tem, com tudo sobre a arte da numismática.
Perguntado se não deseja mostrar para os alagoanos, em uma
exposição a sua rica coleção, Petrúcio Cerqueira pontua que já fez uma na agência
do Banco do Brasil, quando trabalhava lá, mas ressalta que ‘bagunçaram toda a
coleção’.
Atualmente trabalhando na Caixa Econômica, da mesma forma
das moedas de outros países e locais, ele conta que sempre está buscando
novidades, mas revela que o hobby é muito caro. “Cada folha de plástico de uma
pasta da coleção custa R$ 3, fora a compra das cédulas que agora faço também
pela internet”, explica.
Segundo o bancário
colecionador, a numismática é muito diversificada e tem várias vertentes usadas
para se organizar as cédulas: “Eu coloco uma em cada padrão”. Outra
particularidade da numismática colocada por Petrúcio é que nos países de
regime totalitário, as homenagens impressas nas cédulas foram feitas aos
ditadores, em sua maioria.
“No Brasil, por conta de tanta mudança que teve no padrão
monetário, não tinha mais personalidade histórica para se homenagear e
ultimamente as cédulas têm a esfinge da República. O padrão monetário
brasileiro tem cédulas antigas com autógrafos, carimbadas e têm valores
diferentes”, destaca.
Antes da Casa da Moeda Brasileira, o dinheiro do Brasil era
fabricado no exterior: Estados Unidos e Londres, com dois padrões diferentes.
Petrúcio Manoel explica ainda que em Alagoas existem poucos colecionadores.
A numismática é uma arte
que também tem suas particularidades; uma delas, segundo Petrúcio Cerqueira, é
que tem colecionadores que seguem pelo asterisco, que é a reposição da cédula,
outros pela data. No Brasil, ele conta que a emissão de cédulas começou em 1833
e que em 1857 começou a chegar banco privado no país. “Aí passaram a dividir a
tarefa de emitir cédula”, observa.
Petrúcio destaca que muita gente tem dez cédulas do mesmo
valor, mas elas tem o número de série diferente; a assinatura; o valor legal; o leiaute e por
conta disso o valor para a compra é diferente. “Tem gente que coleciona aquelas
que vêm com defeito de fábrica que são caras também”, relata.
O colecionador alagoano diz que da mesma forma que em alguns
países como o Afeganistão o padrão monetário já mudou, ele está em busca de
novas cédulas para sua coleção que já é bem ampliada.
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