quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Inconformismo dos derrotados

Olívia de Cássia – jornalista

Ninguém aguenta mais essa ladainha sem nexo dos eleitores do candidato perdedor e da mídia conservadora que não se conforma e não se contenta em administrar a derrota. Precisam  entender que a vida é um jogo de perder ou ganhar e quem não ganha tem que aceitar a decisão da maioria, mesmo que seja difícil: isso se chama democracia.

Lá se vão dez dias do fim do segundo turno das eleições e da legítima vitória da presidente Dilma Rousseff e alguns insatisfeitos  ensaiam a mesma cantilena nas redes sociais.  Ganhamos e fim de papo e parodiando o velho Zagalo, o nosso Lobo, “vocês vão ter que engolir” a vitória da presidente Dilma.

Alguns setores da mídia parece não se conformar com a derrota do seu grupo nas eleições e ainda insistem em plantar discórdias e inventar mentiras deslavadas. O tal colunista da infame revista Veja, Reinaldo Azevedo, parece que vive no mundo da lua ou em outro planeta, ou deve ter experimentado algum produto estragado por aí.

Depois de defender a ideia daqueles que pedem auditoria da eleição, a proposta ser negada por unanimidade por quem de direito, ele noticia a seus 'leitores' que o pedido foi aprovado, por unanimidade, numa tentativa golpista e insana. Ele quer o quê com isso?

Azevedo,  não é de se estranhar, engana seus leitores e ainda alimenta essa postura sem noção. Isto é grave: estamos achando que o caso é patológico, como disse um internauta em um comentário no Facebook.

“Uma semana depois e ainda tem viúva do candidato perdedor que não sabe que lugar de choro é no sistema Cantareira”, observou outro. Vi comentário pertinente também nas redes sociais: “Vai chorar assim lá longe. Perdeu! Aceita e respeita a vontade da maioria. Isso é democracia e ponto”, ressaltou.

Seria de bom alvitre, como aconselhou um especialista em eleições, que o partido derrotado comece a agir com lisura para não sucumbir depois do apoio que recebeu do Lobão. Quem não sabe administrar as perdas não entra na disputa. O que esteve e está em jogo é o futuro do nosso país e queriam ou não, vão ter que aprender a viver com o contraditório.

E em sendo assim,respeitem a Constituição brasileira, a presidente e parem de semear discórdia em todo canto que chegam. Parem de desrespeitar o voto de mais de 54 milhões de eleitores achando que só vocês entendem das coisas, são os analistas políticos e donos da verdade.  

Chega de se acharem os puros, como se nunca tivessem cometido erros. Eu não sou a favor de corrupção e nem de irregularidades e se alguém errou que pague pelo seu erro, mas o que se viu nos últimos meses nas redes sociais e continua até os dias de hoje, por meio de alguns hipócritas trasvestidos de intocáveis exemplos de honestidade, foram os desejos e previsões nazifascistas; o que há de mais reacionário e rico em previsões tenebrosas contra o PT.  

Não existem santos em política. Eu já escrevi aqui em outra oportunidade que o mesmo brasileiro que chama os políticos de ladrões é aquele que comete pequenas corrupções no dia a dia: fura uma fila; que reclama dos políticos ladrões, mas não devolve a carteira que achou no chão, que vende o voto por qualquer tostão, que  mente em casa, na escola e no trabalho e por aí vai a listinha. Fica a reflexão.

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