Olívia de Cássia – jornalista
Em 25 de novembro comemorou-se o Dia Internacional
de Combate à Violência contra a Mulher, instituído no Primeiro Encontro
Feminista da América Latina e Caribe realizado na cidade de Bogotá em 1981,
para homenagear Minerva, Pátria e Maria Tereza, heroínas da República
Dominicana, brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1960.
Em todo o mundo nessa data ocorreram eventos pelo
fim da violência contra mulher. No Brasil, foi um momento de reafirmação da Lei
Maria da Penha e a reivindicação de todas as políticas públicas que visem o fim
da violência.
Foi mais um dia para a gente pensar e refletir em
como ainda falta muito para que tenhamos um mundo melhor e de
afetividade, sem preconceitos, sem extremismos em que a mulher ocupe o lugar
que lhe é de direito.
A luta feminina pela igualdade de condições vem
desde o início dos séculos e precisamos acabar com a violência de gênero, ainda
imposta na sociedade. A violência doméstica ainda é um entrave na vida de
muitas companheiras que as impede de ser feliz. É preciso acabar com todas as formas de
opressão.
A mulher ocupa hoje espaços de decisão e poder,
cargos e profissões diversas, em patamares iguais aos homens, mas infelizmente
ainda recebe salários bem abaixo e isso tem que ser reparado.
O Brasil foi um dos últimos países da América do
Sul a ter uma legislação específica para prevenir e combater a violência
doméstica e familiar, mas possui uma das três melhores leis do mundo no
enfrentamento à violência contra a mulher, segundo avaliação da Organização das
Nações Unidas (ONU), em 2008.
Mesmo com esses avanços conseguido nos últimos
anos, ainda falta muito para que se conquiste o bem-estar ideal para todas as
mulheres, principalmente porque a opressão, a discriminação e a falta de
sensibilidade ainda persistem, apesar de já estarmos no século XXI.
A globalização da violência eleva a problemática ao
status de preocupação internacional, refletido em importantes documentos como a
Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a
mulher e a Convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a
violência contra a mulher.
No Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo
DataSenado em 2011, ciúmes e alcoolismo ainda assumem a liderança das maiores
causas das agressões em âmbito doméstico, assim como o medo continua sendo a
principal razão para a não efetivação do registro da ocorrência, seguido pela
preocupação com a criação dos filhos, pela vergonha da violência sofrida, por
achar que foi a última vez, e, por ultimo, pela dependência financeira.
Recentemente, os movimentos sociais foram
surpreendidos com as denúncias envolvendo a Faculdade de Medicina da USP
(FMUSP) de violação dos direito humanos e que trouxeram à tona questões
essenciais para que um número bem mais amplo de mulheres tenha garantido seu
direito a uma vida sem violência.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais e virou
pauta de uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp),
que discutiu a realização de uma audiência pública para tratar das denúncias.
Há uma necessidade urgente de se trabalhar o tema
dos direitos humanos na educação para desconstruir a discriminação de gênero,
por um lado; e o peso da omissão institucional na naturalização e reprodução da
violência, por outro. É preciso acabar com isso; que sejamos mensageiros da paz
e da harmonia. Fiquem com Deus.
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