sábado, 29 de novembro de 2014

Em 25 de novembro...

Olívia de Cássia – jornalista

Em 25 de novembro comemorou-se o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher, instituído no Primeiro Encontro Feminista da América Latina e Caribe realizado na cidade de Bogotá em 1981, para homenagear Minerva, Pátria e Maria Tereza, heroínas da República Dominicana, brutalmente assassinadas em 25 de novembro de 1960.
Em todo o mundo nessa data ocorreram eventos pelo fim da violência contra mulher. No Brasil, foi um momento de reafirmação da Lei Maria da Penha e a reivindicação de todas as políticas públicas que visem o fim da violência.
Foi mais um dia para a gente pensar e refletir em como ainda falta muito para que tenhamos  um mundo melhor e de afetividade, sem preconceitos, sem extremismos em que a mulher ocupe o lugar que lhe é de direito.
A luta feminina pela igualdade de condições vem desde o início dos séculos e precisamos acabar com a violência de gênero, ainda imposta na sociedade. A violência doméstica ainda é um entrave na vida de muitas companheiras que as impede de ser  feliz. É preciso acabar com todas as formas de opressão.
A mulher ocupa hoje espaços de decisão e poder, cargos e profissões diversas, em patamares iguais aos homens, mas infelizmente ainda recebe salários bem abaixo e isso tem que ser reparado.  
O Brasil foi um dos últimos países da América do Sul a ter uma legislação específica para prevenir e combater a violência doméstica e familiar, mas possui uma das três melhores leis do mundo no enfrentamento à violência contra a mulher, segundo avaliação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2008.
Mesmo com esses avanços conseguido nos últimos anos, ainda falta muito para que se conquiste o bem-estar ideal para todas as mulheres, principalmente porque a opressão, a discriminação e a falta de sensibilidade ainda persistem, apesar de já estarmos no século XXI.
A globalização da violência eleva a problemática ao status de preocupação internacional, refletido em importantes documentos como a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher e a Convenção interamericana para prevenir, punir e erradicar a violência contra a mulher.
No Brasil, de acordo com pesquisa realizada pelo DataSenado em 2011, ciúmes e alcoolismo ainda assumem a liderança das maiores causas das agressões em âmbito doméstico, assim como o medo continua sendo a principal razão para a não efetivação do registro da ocorrência, seguido pela preocupação com a criação dos filhos, pela vergonha da violência sofrida, por achar que foi a última vez, e, por ultimo, pela dependência financeira.
Recentemente, os movimentos sociais foram surpreendidos com as denúncias envolvendo a Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) de violação dos direito humanos e que trouxeram à tona questões essenciais para que um número bem mais amplo de mulheres tenha garantido seu direito a uma vida sem violência.
O caso ganhou repercussão nas redes sociais e virou pauta de uma reunião na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que discutiu a realização de uma audiência pública para tratar das denúncias.

Há uma necessidade urgente de se trabalhar o tema dos direitos humanos na educação para desconstruir a discriminação de gênero, por um lado; e o peso da omissão institucional na naturalização e reprodução da violência, por outro. É preciso acabar com isso; que sejamos mensageiros da paz e da harmonia. Fiquem com Deus.

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