segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Como dói essa dor...

Olívia de Cássia – jornalista

Essa dor que eu e minha família estamos sentindo, pela perda do meu irmão Petrônio José, na última sexta-feira, 6, é uma dor já sentida várias vezes, pela perda de outros entes queridos,  igual ou da mesma intensidade à dor de quando perdi meus pais.

Tenho a consciência de que a gente não entende os desígnios de Deus; só ele sabe o que é melhor para todos nós, mediante a dor e ao destino de cada um. Mas perder um irmão que era sempre presente em minha vida me causa um vazio enorme.

Dentro de mim existe um turbilhão de sentimentos: de saudade, de vazio, de me sentir tão pequena e impossibilitada de mudar o destino, que às vezes sou capaz de me sentir invisível. Nós não somos nada diante da vida e não levaremos nada dela, apenas as boas ações, como diria o poeta.

De que adianta ter orgulho, ser egoísta, valorizar bens materiais se quando chega aquela hora fatal todos nós somos igualados? Ver meu irmão sofrendo daquele jeito também me causava um desespero, sem poder fazer nada diante de tudo aquilo; fazia a gente se sentir incompetente, impotente, um nada.

Nesta terça-feira, 10, vai fazer 12 anos que também perdi minha mãe Antônia e minha vida ficou mais vazia, posto que já tinha perdido meu amado pai. Daquele dia em diante passei a me sentir mais sozinha, mas pelo menos eu avaliava que teria o conforto dos meus irmãos e o apoio moral que eu precisava, já que estava num período de transição da  minha depressão.

Mas me conforta saber ou pensar que Petrônio foi se juntar  a minha mãe dona Antônia e ao meu pai que tanto o amavam. Sei que vai passar muito tempo para que essa dor tão forte passe dentro da gente.

Depois ficarão apenas as boas lembranças, o sorriso dele, as histórias que teremos para contar das suas aventuras boemias quando tinha saúde, o ceticismo diante de fatos da vida e a conformidade diante da sua condição de cadeirante nos últimos anos.

Todos que conheceram o meu irmão sabem do bom coração dele, da boa vontade com os amigos e familiares, sempre solidário e disposto a ajudar de alguma forma, na medida do que pudesse fazer.

O legado que o meu irmão deixou foi de ensinamento de uma pessoa de coração puro, inconformado com as injustiças. Que Deus, na sua infinita bondade, reserve para ele um lugar de paz e de luz. Te amo, meu irmão.


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