sábado, 10 de abril de 2010


Reflexões de um dia chuvoso

Olívia de Cássia – jornalista

A chuva cai anunciando que o inverno esse ano vai ser rigoroso. As notícias que tomo conhecimento são de desabamentos, enchentes e até mortes, em outros estados e no interior, consequência da revolta da natureza e da imprudência do ser humano. Muitas vidas ceifadas, causando descontrole nas famílias. Pessoas desabrigadas, crianças famintas.
Diante de tanta tragédia e acontecimentos negativos lá fora, meus problemas pessoais se tornam ínfimos, pequenos e mesquinhos. Estou fugindo de mim mesma, tentando não ver tudo o que me espera daqui em diante. Minhas pernas já não têm a firmeza de antes. Busco forças dentro de mim, sinto-me intolerante diante de muitas situações, com os outros e comigo também.
Por que não tomo uma atitude radical e resolvo de vez o que fazer? Tenho tanta dificuldade de dizer não aos outros que isso me limita e me confunde; prejudica-me por certo. Preciso ficar sozinha. Nasci para viver só. A solidão que gostaria de ter não é essa, quero a solidão da paz interior, para que eu possa refletir até onde eu posso ir.
Solidão para resolver minhas coisas, escrever sem ser incomodada; fazer tudo o que quero e que almejo e realizar meus sonhos. Sou um objeto estranho e único por aqui. Deus, quando resolveu me mandar para a terra dever ter me delegado alguma missão. Que missão será essa que ainda não me dei conta e que não me permiti entender como posso contribuir de alguma forma com a melhoria do mundo?
São essas indagações e reflexões que me ocorrem nessa tarde de chuva quando estou agora no ponto do ônibus aguardando a condução para ir ao meu itinerário de agora. O ônibus já vem, vou embarcar, são 12h10 do dia 10 de abril de 2010. Até breve!

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