sábado, 8 de maio de 2010


Dia das Mães

Olívia de Cássia – jornalista

Amanhã, segundo domingo de maio, comemora-se o Dia das Mães. Data que ao longo dos tempos foi se tornando um apelo comercial, como todas as datas comemorativas, a exemplo do Natal e da Páscoa. A proposta de se comemorar esse dia teve a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem norte-americana, Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em completa depressão.
Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse ampliada para todas as mães, vivas ou mortas. Em pouco tempo, a comemoração se difundiu por todos os Estados Unidos e, em 1914, sua data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson: dia 9 de Maio.
Segundo a Wikipédia, a biblioteca livre da internet, a mais antiga comemoração do Dias das Mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães.
No Brasil, o Dia das Mães passou a ser comemorado em 1932, quando o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
Para quem ainda tem o privilégio de contar com suas mães aqui na terra e para aquelas mulheres que tiveram o privilégio de terem sido contempladas com esse dom divino, será um dia de alegria. Passei muitos anos de minha vida, desde que descobri que não poderia ser mãe, com a ideia de adotar uma criança, que se chamaria Maria Clara.
Ela passou a povoar minha mente durante muito tempo, fiz poesia para minha suposta filha e tudo. Um dia tive uma crise muito forte, precisei entrar na terapia e o médico me recomendou que eu não o fizesse, que fosse viver minha vida, porque sou filha de um portador de ataxia e tenho 50% de chance de me tornar inválida, depender dos outros e de não ter condições de cuidar de outras pessoas.
Foi tudo muito duro para mim. Terapias, leituras, choros e finalmente eu fui deixando para lá a proposta da adoção. Substitui esse sonho pelo trabalho, pelos livros, pelos meus escritos, pelas fotos que tenho o prazer de fazer, pelas minhas amizades e pelos meus bichos de estimação.
Minha mãe costumava me aconselhar, quando me via chorando por ter sido abandonada pelo meu companheiro, dizendo que eu me contentasse com o amor dos meus cachorros. Eu acho que eu deveria também ter escutado ela nesse lado. Posso dizer hoje que também sou mãe. E por que não? Sou mãe, sim dos meus anjinhos de quatro patas, que me proporcionam muita alegria, carinho e que dependem de mim e esperam em troca apenas: carinho e pequenos cuidados.
Desejo para todas as mães alagoanas e palmarinas um dia de muitas alegrias e realizações. Que Deus abençoe a todas as mães.

Um comentário:

DASLAN MELO LIMA disse...

Fiquei muito emocionado com seu texto. Se os seus anjinhos de quatro patas falassem - e eles falam, sim - diriam que o instinto materno está acima das definições humanas.

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  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...