domingo, 8 de agosto de 2010


Quando chega a maturidade

Olívia de Cássia – jornalista

Hoje eu acordei com saudade da mocidade, da meninice, com saudade da juventude e de tudo o que essa fase da vida proporciona a uma pessoa. Quando a gente chega numa certa idade começa a se desencantar com algumas passagens e coisas da vida, vêm as limitações, a saúde fica mais frágil, acumulamos um monte de manias, gostos, esquisitices e às vezes muitas frustrações que os mais moços não entendem.
Na maioria dos casos os sonhos vão ficando para traz, como se tivessem sido apenas coisa de filme, de romance mesmo. O homem e o tempo se influenciam mutuamente, produzindo profundas mudanças nas subjetividades e diferentes representações que lhe permitem lidar com a questão temporal, como escreveu Alex Goldfarb. O vento e o tempo levaram tudo.
Estou na idade da maturidade, quase na terceira idade – mesmo sem ter alcançado essa sapiência que os anos calejados proporcionam. É como se eu me recusasse a envelhecer, apesar das marcas que o tempo trouxe para o meu corpo. Quando a gente chega nesse estágio da vida, já acumulou algumas maneiras de viver a rotina do dia-a-dia que não tem mais jeito de a gente abandonar. E parece que começam as proibições para essa idade.
A gente vai ficando individualista, querendo ter mais do que nunca o nosso cantinho, o nosso mundo particular. No meu caso avalio que a solidão é o mais recomendável mesmo. Passamos a viver um pouco do passado, a lembrar dos amigos, a rememorar fatos e passagens, vivências essas que nos trouxeram boas lembranças, aprendizado e até dor.
Os espiritualistas e seguidores de algumas religiões dizem que a maturidade traz sabedoria para a pessoa. Os japoneses respeitam os idosos que naquele país são considerados como sábios mesmo. Tanto que em algumas culturas, quando alguém morre é motivo de festa e quando nasce, de tristeza.
Apesar das ofertas de melhor qualidade de vida para quem chega à terceira idade, no Brasil os idosos precisam de muita assistência e em alguns locais ainda são muito discriminados. Agora inventaram outro termo e chamam de melhor idade a velhice. Eu discordo disso, que melhor idade que nada.
Melhor idade, no meu ponto de vista, é a da juventude, quando a gente vive as coisas mais importantes e marcantes da vida e acha que vai mudar o mundo com aquela garra e disposição de seus ideais. Com o passar dos anos, a responsabilidade chega à nossa porta e não tem jeito, temos que cuidar de nós e dos outros. E isso requer muitos sacrifícios e renúncias, que podem ou não nos servir de lições para o resto dos nossos anos.

2 comentários:

Elizangela disse...

Oiiiiiiii, eu diria que a melhor idade é aquela que se adiquire experiencia para toda vida, ou seja o que se vive hoje!
Abraços

Anônimo disse...

É por isso que devemos cuidar na nossa mente, do nosso corpo e preservar em nós aquela fase da vida que mais gostamos e continuar a fazer aquilo que nos realiza. Se for pra mudar o mundo... que seja! Atitude! Realize! Confie!!!
Bjs, Ju Vollaro.

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