terça-feira, 17 de agosto de 2010

Começa o horário eleitoral



Olívia de Cássia – jornalista

Começou hoje o horário político eleitoral em todo o País. É chegada a hora de reafirmar compromissos, propostas, projetos ou de conquistar mentes e corações. Para muita gente, não é, com certeza, o melhor programa preferido, mas numa democracia a gente tem que conviver com o contraditório, mesmo que isso às vezes incomode.
Quem iniciou o horário na TV foi o candidato do PSDB, José Serra, que tenta se igualar à popularidade do presidente Lula, mas explorando a mesma temática de seus programas anteriores. Caminhadas com comunidades carentes, imagens de possíveis apoiadores, histórico pessoal, “de infância pobre”, realizações no governo de São Paulo.
Em sua música de campanha apelou: “Quando o Lula da Silva sair é o Zé que quero lá”, diz a música de Serra; não sei se o TSE vai permitir que o candidato continue usando o nome de Lula em sua campanha, não tem nada a ver. Com índices abaixo da candidata do PT, Serra vai tentar recuperar o tempo perdido no horário gratuito eleitoral.
Sem paixão e com paixão, a aparição da candidata Dilma Roussef (PT) foi a melhor, digam o que disserem nossos opositores. Ela começou sua fala dizendo que “ninguém faz as coisas quando não tem paixão nem crença” e é essa paixão e essa crença, associadas à sua competência que dão a Dilma Roussef a possibilidade de ser a primeira mulher presidente do Brasil.
Os outros candidatos passaram ao largo. Em seguida veio o horário dos candidatos a deputado federal, começando com os da coligação do senador e candidato ao governo do Estado, Fernando Collor, mas logo no início houve uma lacuna em branco. Algum candidato não enviou em tempo hábil sua fala, ou já foi censurado pela Lei 9.504/97, a Lei Eleitoral.
Pessoalmente, gosto do horário eleitoral; como já afirmei em textos anteriores, puxei ao meu pai. Essa época era uma festa para ele em União dos Palmares: fosse para ele torcer pelos seus candidatos, ou para criticar os que não o fossem. Se alguém chegasse lá em casa criticando um candidato dele, meu pai colocava pra correr, na hora,com alguma resposta, apesar da sua timidez. Considero o horário eleitoral, além de esclarecedor, como o melhor programa de humor da TV.
A gente se diverte muito vendo os vários tipos que vão para lá só para aparecer, a serviço de outros políticos que não querem se comprometer perante o eleitorado, ou aqueles que vão mostrar sua revolta de forma humorada, como é o caso do candidato José Muniz Falcão que todo ano se apresenta com uma fantasia diferenciada; este ano não deve ser diferente.
Vai aparecer de tudo nessa eleição: de pilantra, palhaço, bandido de colarinho branco, vendedores de ilusões e também mulheres e homens sérios que querem ver um Brasil melhor e que têm alguns projetos sérios para a melhoria das comunidades menos favorecidas.
Não adianta reclamar, gostando ou não, todo mundo vai ter que esperar um pouco para assistir a novela das nove e vai ter que ouvir as mesmas conversas, vai também engolir baixarias, acusações e promessas que na maioria dos casos nunca são cumpridas, louve-se as raríssimas exceções. Poucas, mas têm.
Para os candidatos, o horário gratuito na televisão é uma ferramenta importante, para que façam conhecer suas propostas e o seu perfil. Para o eleitor, fundamental para que conheça melhor o candidato a quem pretende dar o seu voto. É um momento importantíssimo para a nossa democracia e que cada um escolha o melhor ou o menos ruim.

Um comentário:

Elizangela disse...

É nesse período de horário político eleitoral só não pode mudar de canal!!!!

Aqui dentro tudo é igual

  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...