sexta-feira, 13 de agosto de 2010


50 de ouro

Eliane Aquino (*)

Quando penso que posso escrever um relatório de conquistas e vitórias em minha vida, dou-me conta do quanto o tempo passou e do quanto eu aprendi e colhi nesse meio século em que cá estou, desde aquele 17 de julho de 1960 em que nasci.

Posso assegurar que me sinto feliz por ser nordestina de Alagoas; não gostaria de ter nascido em nenhum outro lugar; sinto-me orgulhosa da família e dos amigos que construí ao longo dos anos; emociona-me lembrar que fui mãe aos 19 anos de idade e avó aos 39; que hoje tenho como netos duas lindas garotas e um bebê, que me enchem o coração de paz e amor.

Não saberia ter outra profissão que não a de jornalista. E não teria feito com tanto gosto outro curso universitário, que não o de Direito; não me causa nenhuma curiosidade conhecer outros países, antes de desbravar cada região deste nosso Brasil; registro, aqui, que morei, conheci e vivi imensamente a cultura e a vida de oito dos nossos estados brasileiros.

Morar em Belém e Manaus; fazer lindas, emocionantes e fotográficas viagens pelo Amazonas e pela região da Amazônia; de Boa Vista ao Macapá, pelo rio e pelo ar, saboreando a atmosfera e descobrindo vidas e fatos novos, foi uma grande lição e presente que a vida me deu.

A agitação que sempre tomou conta de mim na juventude, continua a me inquietar nesta nova fase, onde meu corpo já não acompanha a vitalidade alimentada pelas emoções sempre renovadas, o que me faz, hoje, de todo modo, menos desassossegada na ansiedade de saciar as vontades, os deveres e os direitos que me movem no dia a dia.

Há horas que quero trabalhar, mimar meus netos, trocar ideias com meu filho, namorar meu marido, saber dos meus familiares e amigos; ficar só para refletir, escrever, ler, ir ao cinema, passear à beira da praia ou fazer um passeio de barco pelas lagoas; contenho-me nas prioridades e as prioridades são sempre acima das minhas próprias possibilidades de priorizar o essencial da razão.

Mas é assim que cheguei até aqui: sem pressa, embora apressada; sem rancor, perdoando; cheia de ansiedades, mas paciente; fazendo de cada dia um dia para a generosidade, o amor e a solidariedade; brigando, se necessário, mas, sempre, de braços abertos para o bem.

Que Deus abençoe os meus próximos passos na passagem por esta vida.

De qualquer modo, obrigada, a Deus e a todos amigos e familiares, pelo caminho que me ajudaram a seguir.

(*) Jornalista e minha muito querida amiga de infância

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