quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O que fazer quando não sabemos o que fazer?


Olívia de Cássia – jornalista

Eu não sei mais ficar em casa, na ociosidade, de molho, para sossegar o corpo de algum problema de saúde causado pelo estresse diário; parece um vício isso. Dá até crise de consciência e parece besteira, mas não é. Mesmo tendo diversos livros para ler e a opção da internet para pesquisar e me distrair um pouco conversando com outras pessoas, de repente, hoje, eu senti um grande vazio ocupando meu espaço.
Eu me angustio ao perceber que preciso preencher a minha vida com algo de mais positivo e salutar, com atividades culturais das quais estou ausente já faz alguns anos. Sem dinheiro para sair um pouco e participar desse tipo de lazer na capital, o jeito é a gente se refugiar mesmo no trabalho e esquecer esse impedimento real.
Procuro as respostas no fundo da alma; respostas que só eu posso me dar. Sou responsável por mim, pela minha felicidade e não posso esperar que ela venha dos outros, que os outros façam por mim aquilo que eu devo fazer como diz a música. Vou até a cozinha e preparo um saboroso café, para que ele me ajude a clarear as ideias.
Preciso ter disciplina para organizar a vida e poder ter mais conforto, me alertam alguns amigos. Como vou fazer isso? Vejo-me diante de um grande desafio que é cuidar de mim. Não tenho muita saúde, não me preparei bem para a rotina diária de uma vida organizada como as outras mulheres o fizeram e fazem com a idade que tenho.
Sou indisciplinada mesmo, sempre fui assim e a essa altura da minha vida, fica difícil eu me reparar. Minha vida é muito mais de desencontros, de infinitas procuras. Sou um ser errante, uma mulher à procura de um caminho.
Procuro a felicidade e percorri caminhos diversos, mas parece que esse bem-estar tão sonhado está sempre correndo do meu alcance. Devo confessar que não tive muita competência para conquistá-lo. Sempre fui mais idealista, como meu pai o era.
Minha mãe era realista e prática, dizia tudo o que lhe vinha à cabeça e não tinha reservas se queria dizer aquilo que pensava para quem ela achasse que deveria. Eu sempre fui o oposto dela, mesmo buscando minha independência e admirando aquela força que ela possuía.
Chego de uma consulta médica onde constato que preciso me cuidar. Ligo a TV no horário político eleitoral gratuito e os atores que se apresentam ali são os mesmos de antes. Políticos ou pretendentes ao cargo que prometem o que não podem cumprir, por incompetência mesmo ou impossibilidades, ou outros que querem nos fazer de palhaços.
As interrogações que tenho hoje são muitas. Até quando eu vou ficar aguardando respostas para esse meu desempenho tão atrapalhado na vida? O que fazer diante de tantos questionamentos e tantas interrogações que me chegam, num momento de tanta indecisão e de procuras? Será que vou conseguir melhorar meu desempenho na vida? O que devo fazer?

2 comentários:

Gagacia disse...

Olívia boa noite, li muito atentamente seu relato, parei pra pensar e sinceramente, não saberia como lhe ajudar nestes questionamentos a não ser dizendo, conte comigo se precisar de uma palavra de um ombro. Levantar a cabeça e tocar a vida, esses altos e baixos acontecem, mas o importante e não deixar se abater.
Bjussss

Franco Maciel disse...

Concordo com o que a Graça falou. Adoro você!

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  Olívia de Cássia Cerqueira   Aqui dentro está tudo igual. Lá fora os bem-te-vis e outros pássaros que não sei identificar, fazem a fes...