quinta-feira, 5 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher

Olívia de Cássia – jornalista

Neste domingo, 8 de março, estamos comemorando mais um Dia Internacional da Mulher, data que foi dedicada àquelas trabalhadoras da fábrica Cotton em Nova Iorque que morreram queimadas no local de trabalho, em 1857. Mas segundo estudiosos, a ideia da existência do dia Internacional da Mulher surge na virada do século XX, no contexto da Segunda Revolução Industrial e da Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria.

As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte dos trabalhadores. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se Nova Iorque, Berlim, Viena (1911) e São Petersburgo (1913).
O primeiro Dia Internacional da Mulher foi celebrado em 28 de fevereiro de 1909 nos Estados Unidos, por iniciativa do Partido Socialista da América, em memória do protesto contra as más condições de trabalho das operárias da indústria do vestuário de Nova York.

Segundo a história, em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhagen, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada a proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.

De lá para cá muita coisa mudou, mas no que diz respeito à violência de gênero, ainda há muito a se conquistar, pois aumenta a cada dia a estatística de assassinatos de mulheres no País.

No último dia 3 foi aprovado o projeto de lei do Senado que classifica o feminicídio como crime hediondo e o inclui como homicídio qualificado. O texto modifica o Código Penal para incluir o crime - assassinato de mulher por razões de gênero - entre os tipos de homicídio qualificado. O projeto vai agora à sanção presidencial.

A aprovação da proposta foi um avanço para os movimentos sociais femininos e segundo o que foi publicado, a matéria estabelece que “existem razões de gênero quando o crime envolver violência doméstica e familiar, ou menosprezo e discriminação contra a condição de mulher”. O projeto foi elaborado pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Violência contra a Mulher.

O projeto de lei também prevê o aumento da pena em um terço se o crime acontecer durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto; se for contra adolescente menor de 14 anos ou adulto acima de 60 anos ou ainda pessoa com deficiência. Também se o assassinato for cometido na presença de descendente ou ascendente da vítima.

Avalio que qualquer tipo de violência deve ter o repúdio da sociedade e a gente sabe que quando o crime é cometido contra a mulher, muita gente ainda diz que a culpa é da vítima, que fez alguma coisa errada e deve pagar pelo erro.

Vivemos em uma sociedade tecnológica, que apesar dos avanços acontecidos desde o assassinato das operárias têxteis, ainda há muita barbárie acontecendo pelo país afora, em nome ‘da honra’ e por sentimentos de posse e ciúmes.

Na justificativa para apresentação do projeto aprovado pelo Senado, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito  destacou o homicídio de 43,7 mil mulheres no Brasil de 2000 a 2010, sendo que mais de 40%  das vítimas foram assassinadas dentro de suas casas, muitas pelos companheiros ou ex-companheiros.

Além disso, a comissão afirmou que essa estatística colocou o Brasil na sétima posição mundial de assassinatos de mulheres; em Alagoas não é diferente e é preciso dar um basta a tudo isso. Avante, companheiras, por liberdade, igualdade e democracia: salve o 8 de março Dia Internacional da Mulher.

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