André Mendonça: Cirurgia plástica é uma das especialidades mais completas da Medicina |
Olívia de Cássia - Tribuna Independente
Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgias Plásticas em Alagoas indicam que as mulheres são as que mais procuram as cirurgias plásticas: 70% delas; contra 30% dos homens, ambos para melhorar a aparência, segundo informação do presidente da entidade, André Mendonça.
Segundo ele, as cirurgias mais realizadas no Estado são: aumento da mama ou redução e cirurgias de abdome. “Em Alagoas, 25 cirurgiões plásticos pertencem à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, sendo um cirurgião para 45.969 habitantes em Maceió”, explica.
A preferência, em uma sequência, segundo André Mendonça, em primeiro lugar, é a colocação de prótese mamária ou redução; seguindo de abdominoplastia (plástica no abdômen). O médico acrescenta que, entre as mulheres, a procura no caso da mama é mais comum entre as jovens e adolescentes.
Já entre os homens, ele afirma que a procura maior é para correções no nariz, lipoaspiração, aplicação de toxina botulínica em partes do rosto, além de tratamentos a laser. O Brasil é o líder mundial em dez dos dezenove tipos de cirurgia listados no relatório da International Society of Aesthetic Plastic Surgery, superando os EUA, com números referentes ao ano de 2013. Ao todo foram 23 milhões de cirurgias plásticas, incluindo rinoplastia (77.224), rejuvenescimento vaginal (13.683), aumento dos glúteos (63.925) e transplante capilar (8.319).
O número de cirurgias plásticas em adolescentes entre 14 e 18 anos mais do que dobrou em quatro anos no Brasil – saltou de 37.740 procedimentos em 2008, para 91.100 em 2012 (141% a mais), segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
O presidente da entidade em Alagoas, André Mendonça, ressalta que essa especialidade é bastante completa: “São cinco anos, no mínimo para se tornar um cirurgião plástico e depois da residência é necessário que o médico faça outra prova da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, embora muitas pessoas considerem uma especialidade apenas para fins estéticos”, comenta.
O médico esclarece que a cirurgia plástica é uma das especialidades mais completas da Medicina: “Atuamos literalmente da cabeça aos pés, desde fins estéticos até fins reconstrutores que vão de queimaduras, reconstrução após traumatismos e deformidades congênitas, dentre outras”, pontua.
Ele informa que no Hospital Geral do Estado HGE está disponibilizada uma equipe completa que presta serviço diário no atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS), em emergência e queimados, fazendo da especialidade uma das mais atuantes nesse serviço. Segundo o médico, ainda é preciso um serviço mais completo que possa atender pessoas carentes nas áreas de reconstrução de mama e deformidades congênitas.
Para isso, segundo André Mendonça, é preciso apoio do poder público para tal, “pois temos profissionais capacitados, mas precisamos de hospital e infraestrutura para uma atuação mais efetiva”, pontua.
Segundo especialistas, está provado que muita gente projeta na cirurgia plástica a fonte de salvação para as suas insatisfações estéticas. No entanto, eles ressaltam que a decisão da cirurgia merece ser pensada com bastante carinho, não só pelos riscos práticos que a cirurgia envolve, mas também pelo lado emocional.
Redução de mama
Maria Estela Murta Barbosa é propagandista de medicamentos e formada em Comunicação Social, habilitação em Relações Públicas, e disse que fez a cirurgia plástica para redução dos seios, em virtude de um problema na coluna e foi aconselhada por um neurologista a fazer a mamoplastia.
“Eu tenho hérnia de disco, uma lombar, e por causa desse problema, conversando com um neurologista que vinha fazendo meu acompanhamento, ele sugeriu que eu tentasse fazer a redução da mama, para ver se realmente ia melhorar a dor insuportável que eu vinha sentindo; eu usava sutiã 52 e agora 46”, explica.
(Foto: Olívia de Cássia)
Maria Estela Murta Barbosa
Estela Murta Barbosa observa que na hora de procurar um cirurgião plástico, em primeiro lugar ouviu pessoas que já tinham passado pelo procedimento e procurou informações sobre os especialistas da área.
“Procurei saber se ele é credenciado na Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, pois nem sempre o preço é o mais importante, porque às vezes existem cirurgiões que oferecem um preço menor ou igual, mais o mais importante hoje é a indicação, ter pessoas que já fizeram a cirurgia plástica e recomendam e também a questão do credenciamento no médico, a confiança no profissional”, ressalta.
Dentista diz que aumentou os seios e hoje amamenta muito bem
A dentista Daniela Lemos fez cirurgia para aumentar o busto: colocou silicone, quando ainda não tinha bebê.
“Fiz em 2010, quando tinha 29 anos, uma cirurgia plástica estética, onde foram implantadas próteses de silicone nas mamas. A cirurgia foi bem tranquila e era um desejo meu há muito tempo; fiz com o médico que umas amigas já tinham feito e ficaram satisfeitas”, ressalta.
Segundo Daniela Lemos, o pós-operatório foi um pouco delicado, pois requer repouso e cautela para a movimentação dos membros superiores, “embora quase não tenha sentido dor nos dias seguintes à cirurgia”, observa.
(Foto: Olívia de Cássia)
Daniela Lemos
A dentista diz que colocou 260 ml de silicone e não se arrepende de ter feito a cirurgia. “Na época em que fiz o procedimento, não tinha filho, e o médico me tranquilizou dizendo que não haveria qualquer dificuldade para amamentar um dia em que fosse mãe. Hoje, tenho um bebê de cinco meses, que mama exclusivamente e não me arrependo de forma alguma em ter feito, me sinto mais bonita e confortável”, explica.
Daniela acrescenta que aconselha as mulheres a fazerem a cirurgia plástica, se for um desejo grande da pessoa, e que tenha certeza do quer.
“E que faça com um profissional especializado, procure informações sobre ele e num hospital, em ambiente cirúrgico; não me arrependo. Muitas amigas já fizeram depois de mim, depois de verem o resultado, que ficou muito melhor do que o que esperava”, pontua.
Brasil passa Estados Unidos e lidera o ranking mundial
Pela primeira vez, o Brasil superou os Estados Unidos como o líder mundial em número de cirurgias plásticas. Em 2013, o país realizou 1,49 milhão de operações, quase 13% do total mundial - em território americano, foram 1,45 milhão. Em terceiro lugar está o México, com 486.000 cirurgias.
Os dados fazem parte de um relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês) divulgado na terça-feira. De acordo com o levantamento, as cirurgias plásticas mais comuns no Brasil em 2013 foram a lipoaspiração (228.000), o implante de silicone nas mamas (226.000) e a operação para elevar os seios (140.000).
O Brasil é líder mundial em dez dos dezenove tipos de cirurgia listados no relatório, incluindo rinoplastia (77.224), rejuvenescimento vaginal (13.683), aumento dos glúteos (63.925) e transplante capilar (8.319).
Ranking
No mundo, as cirurgias plásticas mais comuns em 2013 foram o aumento das mamas, a lipoaspiração e a operação para levantar as pálpebras. As mulheres corresponderam a 87,2% de todos os procedimentos estéticos, cirúrgicos e não cirúrgicos, realizados no ano passado em todo o mundo.
Embora o Brasil tenha ultrapassado os americanos em número de cirurgias plásticas, os Estados Unidos ainda são líderes em relação aos procedimentos estéticos não cirúrgicos, como aplicação de botox, por exemplo. O país realizou 3,9 milhões de procedimentos do tipo no ano passado, contra 2,1 milhões no Brasil.
Em Alagoas
As cirurgias para fins estéticos não são feitas pelo serviço público no Estado e segundo dados da assessoria da Secretaria de Estado da Saúde, em 2014 foram realizadas 1.457 cirurgias reparadoras.
Com maior número de procedimentos foram realizadas 926 plásticas de pele; 393 plásticas por lesões com perda cutânea; 39 plásticas valvares; 15 plásticas mamárias.
O ranking das unidades hospitalares que mais realizaram cirurgias plásticas pelo SUS no Estado, segundo a assessoria da Sesau, foram: Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe - 288 procedimentos; Santa Casa de São Miguel dos Campos - 194; Hospital Sanatório de Maceió - 162; Hospital Ortopédico de Maceió - 154.
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