sexta-feira, 22 de abril de 2016

Sobre os dias atuais...

Olívia de Cássia - jornalista

Estamos vivendo tanto retrocesso na sociedade brasileira que chega dá arrepios de a gente tocar nesse assunto. Mas eu não poderia deixar de comentar aqui o espetáculo dantesco que aconteceu no último domingo, 17, com aquela votação na Câmara Federal.

Um verdadeiro circo de horrores, patrocinado pelos partidos e parlamentares de oposição, que votaram pela admissibilidade da continuidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Uma mulher de coragem e determinação.

Votou-se pela mãe, pelo pai, pelo filho, pelo neto, mas poucos foram os que alegaram as tais das pedaladas fiscais para justificarem seus votos sacanas. Jornais do mundo todo criticaram o golpe e o retrocesso político que estão orquestrando no País.

Não sou eu quem está dizendo, mas jornais do mundo todo o disseram, sem meias palavras: “Foi uma assembleia geral de ladrões, presidida por um ladrão”. Assuntos que, como disse Fernando Brito, no site Tijolaço, dezenas de comentaristas políticos deste país acham e que nenhum deles tem coragem de dizer.

Estamos às voltas com uma imprensa conservadora, cheia de profissionais que só pensam em seus próprios umbigos e pouco se importam com o social e que transformaram revistas em panfletos de quinta categoria, que inventam inverdades, notícias sem comprovação e tidas como verdades inquestionáveis.

E nesse contexto influenciam a opinião pública que acredita nessas infâmias proferidas. E volto aqui a dizer que não estou isentando todos desse processo. Sempre defendi que a apuração das acusações fosse para todos e não apenas para o Partido dos Trabalhadores.

Muito pior ainda é que Justiça brasileira faz vistas grossas para o deputado Eduardo Cunha e sua malandragem, seu desvio de dinheiro para suíça, os gastos milionários das dondocas, mas o juiz Sérgio Moro quer mesmo é criminalizar o ex-presidente Lula e a presidente eleita com mais de 50 milhões de votos e que não tem nenhuma denúncia tramitando sobre sua pessoa.

Por outro lado, quase todos os digníssimos que votaram a favor do impeachment estão envolvidos até a alma em corrupção e desvio de dinheiro. A prova mais hilária foi a da deputada que votou pela ‘administração coerente de seu marido’ e que no outro dia o tal honesto foi preso pela Polícia Federal, desmoralizando e colocando abaixo toda a farsa.

Foi um teatro dantesco, um circo de horrores jamais esquecido e que vai ficar na história do País como uma mancha. O atraso na sociedade vai desde a contestação de projetos na área de educação, como se as crianças hoje em dia não soubessem mais de sexo do que nós adultos, a quererem proibir que professores falem sobre assuntos que a sociedade hipócrita e conservadora não quer ver tratados nas escolas. E muito menos conversam com seus filhos.

Elis Regina um dia cantou: ‘o Brasil não conhece o Brasil’, e Cazuza disse: Brasil mostra a tua cara. E agora mostrou. A sociedade brasileira está representada naqueles parlamentares hipócritas e conservadores. Um exemplo disso são os comentários que vemos nas redes sociais e que são dignos de dó e piedade.

Uma pessoa que tem coragem de dizer em sua página que é eleitor de Jair Bolsanaro e que votaria nele para presidente, esse estou excluindo do meu ciclo de amizades virtuais, porque não concebo que alguém aprove um parlamentar que defenda um torturador que colocava ratos nas vaginas das mulheres.

Por todas as companheiras e companheiros que morreram lutando pela liberdade e por uma sociedade mais justa; por todos os meus princípios, pelo passado de luta de guerreiros que ainda hoje clamam por justiça, eu digo NÃO AO GOLPE, DILMA FICA E LULA LÁ EM 2018. E tenho dito!


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