Olívia de Cássia - jornalista
Os últimos acontecimentos no país e na minha vida particular
têm me feito refletir sobre vários aspectos, como cidadã, mulher, cristã,
jornalista e seja lá qual seja a situação e apesar de não ter passado muito bem
esta semana, me senti contemplada no dia de ontem e a mobilização pela
democracia em todo o país me fez acreditar que o mundo ainda tem jeito.
E não estou aqui falando como eleitora da presidente Dilma e
nem de Lula, porque o que se viu ontem foi uma aula de história, de cultura,
democracia e muita alegria de pessoas que não aceitam mais golpe neste país.
Me fizeram lembrar as manifestações de ontem, de tantos
homens e mulheres que perderam suas vidas lutando por um país melhor e mais
justo; e tudo aquilo me fez acreditar que eu escolhi o caminho certo para guiar
minha vida e meus passos, já tão cambaleantes e sem saúde.
Lutar por uma sociedade mais justa e mais fraterna foi o que
sempre fiz, desde a mais tenra idade, embora sem saber o que fosse isso. Na
União dos Palmares daqueles tempos eu vivi uma adolescência e juventude sendo
rebelde, atropelando costumes que eu avaliava que não serviam para mim, porque
não era aquela situação que me fazia feliz.
E por conta da minha rebeldia eu passei por algumas
situações pessoais nem tão prazerosas; sempre defendi as liberdades
individuais; que as pessoas tenham o direito de determinar a condução de suas
vidas e de realizar suas escolhas de acordo com suas próprias consciências.
Essa filosofia de vida que defendi, desde que comecei minhas
leituras, sempre abominou a agressão contra terceiros, possibilitando, assim, o
pleno desenvolvimento de suas capacidades intelectuais e felicidade.
Com o tempo eu fui lapidando um pouco meus conhecimentos e
minha maneira de ver a vida e fui me aproximando dos socialistas utópicos: cheguei
a ler poucos livros filosóficos que tratavam do assunto.
Já na faculdade conheci os companheiros comunistas e
socialistas e percebi que aquele sim era o meu mundo e que aquelas pessoas
tinham ideias semelhantes às minha e que eu não era tão louca como diziam e se
o fosse, que se danasse o resto do mundo.
Vejo no momento atual amigos que defendem os dois lados, mas
nem por isso, os que estão do lado contrário ao meu vão ser inimigos. Temos que
ser fraternos e respeitar as individualidades de cada um, mesmo que essa
maneira de pensar não se coadune com a nossa. E exijo respeito do mesmo jeito.
Palavras de baixo calão, agressões verbais, deselegância
intelectual e moral são comportamentos inadequados de gente sem etiqueta. Não
aquela etiqueta da granfinagem, mas aquela que a gente aprende no berço.
Tomei uma decisão e
saí já de dois grupos do WatSap, por conta de comportamentos que não aceitam a
opinião dos outros, de pessoas que avaliam ser os donos do mundo e da verdade.
E ainda têm o disparate de me acusar de doutrinada e alienada. E para não
perder o prumo, achei por bem sair desse imprensado.
A liberdade e a democracia são os bens maiores que sempre
defendi e não vai ser agora que vou mudar de lado, só porque grupos resolveram
odiar um partido que tirou milhares de pessoas da miséria absoluta.
Estou e estarei sempre do lado que sempre estive e como
disse a presidente Dilma, “precisamos nos manter vigilantes e oferecer resistências
às tendências antidemocráticas e às provocações. Nós não defendemos qualquer
processo de perseguição de qualquer autoridade porque pensa assim ou assado.
Nós não defendemos a violência”, observou.
E como ela pontuou em seu discurso, sem democracia, a
estrada das lutas pela igualdade, contra o preconceito será muito mais difícil.
“Por isso, nós não vamos permitir que nossa democracia seja manchada", disse
Dilma. E eu assino e passo a procuração.
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