Projeto realizou curso
de capacitação numa chácara, no Benedito Bentes neste domingo
Olívia de Cássia – Repórter
Foto: Olívia de Cássia
Um grupo de servidores do Samu (Serviço de Atendimento
Médico de Urgência) criou um projeto solidário voluntário de socorristas, para
realizar atendimento pré-hospitalar de urgência e emergência nas comunidades, quando
acaba o expediente de trabalho.
Segundo Ricardo Lima, que é condutor do Samu, com o passar
do tempo, o projeto foi amadurecendo, conquistou o CNPJ (que o CPF das entidades), “e
descobrimos que seria da nossa parte uma injustiça deixar de fora tantos
profissionais no mercado, da área de saúde e fora desse projeto”, observa.
O projeto Salve (Serviço Alagoano Voluntário de Emergência) foi
criado há três anos e neste domingo, 17, durante todo o dia, realizou um curso
de capacitação para integrantes de uma igreja evangélica, para fazerem
atendimento básico de primeiros socorros, com palestras, aulas práticas de
procedimentos com bonecos, entre outras técnicas.
O curso foi realizado numa chácara no Benedito Bentes, para
lançar oficialmente à comunidade a
proposta do projeto. “Quando o Salve tiver
funcionando por inteiro, a sociedade vai ver e temos certeza de que teremos uma
maior colaboração e o abraço da população”, avalia.
Na próxima terça-feira, 19, os voluntários do Salve foram convidados
para participar de uma simulação feita pelo Corpo de Bombeiros, com 50 vítimas
de afogamento, na Praia de Pajuçara.
Na oportunidade terá a participação da Marinha, do Exército,
Polícia Militar, Bombeiros, Samu e voluntários do projeto Salve. “Para nós já é
gratificante, um sinal positivo por parte dos gestores de passar a crer no
projeto como esse”, destaca Ricardo Lima.
AMPLIAÇÃO
O condutor-socorrista avalia que, com a chegada do Samu,
criado pelo governo Lula há quase 12 anos, o Serviço trouxe para as pessoas da
área de saúde um desejo enorme de fazer parte desse serviço. “Por esse motivo nós
pensamos em abrir o leque para essas pessoas e chegamos ao ponto de ter uma
procura enorme”, pontua.
Agora o Salve, segundo Ricardo Lima, parte para uma nova vertente,
que é qualificar os profissionais da saúde que já estão inseridos no mercado e
os que estão chegando como: acadêmicos de medicina, técnicos em enfermagem, socorristas,
enfermerandos, que estão prestes a se formar e que verão a prática na
universidade e no Salve a prática de aprender, indo para as BRs, onde acontecem
vários acidentes.
Ricardo Lima observa ainda que o Salve está ampliando seu
serviço e que será instalado no município de Messias: “Segundo um levantamento
da Polícia Rodoviária Federal e do Samu, até a divisão com Pernambuco é onde está
o maior índice de acidentes automobilísticos gravíssimos. A nossa escolha foi
baseada em cima desse levantamento e temos a pretensão de colocar no futuro também
em São Miguel dos Campos, próximo ao posto da PRF”, destaca.
Salve tem cerca de
100 profissionais envolvidos
Atualmente quase 100 profissionais estão envolvidos no
projeto Salve e com a estruturação ele observa que pretendem colocar uma ambulância
na BR. O projeto atualmente se sustenta com uma contribuição de R$ 50 mensal de
cada voluntário, para pagar o aluguel de uma sala na Rua Miguel Palmeira, no Farol,
material de trabalho e todo equipamento necessário foi financiado pelos
voluntários.
Segundo Ricardo Lima, o projeto está buscando mais parcerias:
“Já temos empresas de manutenção mecânica, que vão dar gratuitamente a manutenção
das viaturas; com dois fornecedores de insumos de material hospitalar, um de
Pernambuco e outra de Alagoas; e outras parcerias estão surgindo”, pontua.
“O trabalho é apaixonante e tem duas vertentes: não existe
coisa mais gratificante do que você ver o olhar de alguém, muitas vezes o
último rosto que ele vê é o do socorrista; não tem nada mais gratificante do
que quando a pessoa aperta a sua mão. Naquele gesto está envolvido pedido de
socorro, e um muito obrigado, mesmo que morra ali”, define Ricardo Lima.
O voluntariado
funciona assim: o profissional dá o horário que pode; diz o dia e o horário que
pode prestar o serviço e não é obrigado a ir todos os dias na semana. Faz o
horário disponível para que possa desempenhar e se adequar ao seu horário de
trabalho, de 12 ou de 24 horas.
Além desse trabalho, Ricardo Lima explica que a ONG vai
fazer alguns trabalhos sociais de blitze da saúde nas grotas de Maceió: levar
médico para consultas, exames de glicemia e aferição de pressão arterial; e
vários outros serviços a exemplo de corte de cabelo, a cada 90 dias, levando o
projeto para as comunidades mais carentes.
A médica Mira Jurema da Rocha Leão é médica cirurgiã e atua
como médica do Samu, ela é intervencionista e reguladora e fala que está
participando do trabalho voluntário de socorrer as vítimas de acidentes nas BRs.
“Atualmente estamos trabalhando com a capacitação do pessoal”, observa.
Pedro Calheiros é natural de Messias, parceiro e
incentivador do projeto e está levando a ideia para o município de Messias. Ele
disse que é uma satisfação estar aproveitando a estrutura da administração para
as pessoas de boa vontade, no sentido de contribuir com a vida humana.
“Eu acho que pra gente é satisfatório a gente poder fazer o
bem para o nosso próximo e o Salve é um serviço que vem para somar. A gente
sabe que o atendimento de urgência do Samu, muitas vezes não consegue chegar em
muitas situações, por conta das demandas que é alta; as dificuldades que são
muitas e o projeto Salve objetiva suprir essa necessidade e chegar mais rápido
aos lugares e levar o atendimento de qualidade às pessoas”, destaca.
Pedro Calheiros
comenta que Messias é uma região que não tem atendimento municipal, com
o investimento necessário “e nós também não temos uma base do Samu para prestar
o atendimento. “Eu acredito que uma base do Salve lá, vai levar esse serviço àquelas
pessoas, principalmente na região, porque estamos à margem da BR-101, que é uma
das principais vias de escoamento de mercadoria e com isso temos grandes
problemas, acidentes, virada de carretas, uma situação muito complicada
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