Olívia de Cássia – jornalista
Fui revisitar alguns escritos meus, para escrever o artigo
da semana e observei que as notícias anteriores não são velhas. Na seara
política o lenga lenga continua, desde 2014, agravado com a solicitação da
saída da presidente Dilma e as trapalhadas de algumas autoridades jurídicas que
avaliam que são deuses.
Ando cansada de bater na mesma tecla, mas não abro mão dos
meus princípios. Vendo a postura de alguns personagens da nossa política, fico
imaginando em que lugar foram parar suas argumentações antigas, modo de ver a
vida; ideologias pregadas. É muita hipocrisia o que a gente vê por aí, tentando
enganar os tolos e ludibriar a credibilidade alheia.
E enquanto isso, a máquina administrativa do país está
estacionada, nada caminha por força dessas circunstâncias. Não querem deixar a
presidente trabalhar. Projetos sociais que precisam ter continuidade, que
tiraram muitos brasileiros da miséria absoluta e que por isso revoltam a
direita, estão sem encaminhamentos.
Esses setores da oposição, que cometem trapalhada,
bizarrices e atos ridículos em público, não querem deixar o governo trabalhar,
para terem a argumentação de que não está fazendo nada. Erros foram cometidos, é
verdade, mas isso não justifica o ódio social das camadas dominantes aos menos
favorecidos, a um partido. Isso não dá o direito de quererem o impeachment de
Dilma.
Se querem mudanças, aguardem a eleição, em 2018, e votem em
seus candidatos, mas deixem a Dilma trabalhar. Eu nem argumento mais com algumas pessoas, que
se recusam a enxergar o óbvio e embotaram suas mentes para outras informações. Pensamentos
atrasados, na minha avaliação, mas que respeito da mesma forma que o exijo para
mim.
Gente agressiva, intransigente movida pelo ódio, rancor,
falta de educação e sem compostura, eu já estou ignorando os comentários e
deixando no limbo. Vivemos numa democracia e nem isso eles aceitam, porque não
têm noção do ridículo que é querer que todo mundo pense igual.
Estamos lutando pela nossa democracia que foi conquistada ao
longo de tantas lutas, mortes e violência, orquestradas por um regime nojento,
de exceção, que não admitia que pensássemos diferente. E é isso que essas
pessoas não querem entender. Defendem o ódio pelo ódio.
Como disse o professor Leandro Karnal, quando vejo um jovem defendendo a ditadura, entendo que ele
precisa de uma aula de história; quando vejo um adulto fazendo o mesmo, ou é
má-fé, ou perdeu a memória, ou estava morando em outro plana quando tudo
aconteceu.
Nossa educação está
capenga, com professores apenas decorando conteúdos a serem transmitidos; alunos
que não respeitam mais o professor, que por sua vez é vítima de agressão e
violência na sala de aula.
Pais que relaxam na
educação dos filhos e deixam a cargo das escolas um papel que seria deles. Li
um artigo na internet, no site da revisa Brasil Escola, que entramos no século XXI com muitas mudanças na educação.
O texto trata da seguinte questão:
ao mesmo tempo em que a escola desenvolve-se, ela, juntamente com a família
parece perder o poder e o espaço que outrora tiveram na formação do indivíduo,
pois as crianças começaram a entrar mais cedo na escola, fato que pode
favorecê-las (quando a criança é bem acompanhada pelos pais) ou prejudicá-las
(quando os pais por deixá-la durante muito tempo na escola geram, um
sentimento de descaso em relação ao seu desenvolvimento).
Outro dia eu conversava com uma universitária
da área de saúde e ela perguntou o que eu estava lendo e eu mostrei um livro da
escritora ucraniana naturalizada brasileira Clarice Lispector e a moça me
disse: “Essa escritora já escreveu coisas melhores, agora não estou gostando
muito dos livros que ela está escrevendo”.
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