quinta-feira, 13 de maio de 2010


Sessão da Ale tem polêmica e votação

Olívia de Cássia – jornalista
(Texto e foto)

A última sessão da semana da Assembleia Legislativa Estadual foi pautada na tarde desta quinta-feira, 13, por polêmica e votação. O quorum inicial contabilizou 22 deputados na Casa de Tavares Bastos. O deputado Jeferson Morais (DEM) foi o primeiro parlamentar a fazer uso da tribuna da Casa. Ele falou sobre a péssima prestação de serviços das operadoras de celular no Estado.
Em seguida, Jeferson também fez uma colocação sobre o que ele chamou de ‘descaso da Eletrobrás (antiga Ceal) com a população de Maceió a respeito das constantes quedas de energia que vêm acontecendo na capital, levando à perda de aparelhos domésticos.
Apesar das críticas à empresa, Jeferson reconheceu a importância do programa Luz para Todos, do governo federal, elencando-o como ‘excepcional’. Jeferson foi aparteado pelo deputado Paulo Fernando dos Santos (Paulão-PT), observando que qualquer equipamento que for danificado por conta de problemas na fornecedora de energia, “é só ir no Procon”.
Segundo o petista, a Ceal (Eletrobrás) é uma das campeãs de reclamação junto ao Procon. “Há deficiência no Stela Maris, na cidade de Arapiraca e em outros locais. Fiz uso da tribuna da Casa há cera de 15 dias para cobrar otimização nas subestações”, disse.
Paulão observou que a parte do litoral norte do estado tem gerador de energia. “É um investimento altíssimo. Vou fazer um requerimento para subscrever junto a Vossa Excelência, encaminhando ao ministro das Minas e Energia para cobrar providências”, destacou. A deputada Flávia Cavalcante disse que já fez vários requerimentos com relação ao problema no litoral norte do Estado, mas até agora não obteve resposta.
Bulhões pede questão de ordem e solicita adiamento de votação

Olívia de Cássia - jornalista
(Texto e foto)

O deputado Isnaldo Bulhões Júnior (PDT) pediu uma questão de ordem à Mesa Diretora da Casa de Tavares Bastos e argumentou que o interstício para a segunda votação da PEC das Licitações não foi cumprido porque o deputado Paulão havia pedido adiamento da votação da matéria (semana passada) e solicitou que o presidente Fernando Toledo (PSDB) adiasse novamente a votação para a próxima terça-feira.

O deputado Fernando Toledo respondeu ao colega que o interstício (prazo) já teria sido cumprido e que ia dar prosseguimento à votação da matéria. Bulhões Júnior sugeriu uma consulta ao corpo técnico da Casa a respeito do seu posicionamento, mas o presidente não abriu mão de sua prerrogativa e encaminhou a votação.

Paulão retira-se do plenário

Olívia de Cássia - jornalista
(Texto e foto)

Por discordar do processo da segunda votação da PEC que modifica a Constituição estadual, no que diz respeito ao prazo para que o governo faça licitação, o deputado Paulo Fernando dos Santos retirou-se do plenário da ALE na tarde desta quinta-feira, 13 de maio.
O petista argumentou que, de acordo com o regimento da Casa, a segunda votação em uma matéria é uma nova votação e concordou com o deputado Isnaldo Bulhões que pediu, numa questão de ordem, o adiamento da votação da matéria, argumentando que o interstício não foi cumprido.
Paulão também disse que conversou com o deputado Sérgio Toledo (PDT) com relação à emenda constitucional e como não existe entendimento, também solicitou adiamento da votação. Como o presidente manteve o posicionamento de que haveria a votação, e não houve entendimento entre a Mesa Diretora e a oposição, o petista se retirou do plenário alegando que se participasse da votação, mesmo votando contra, estaria legitimando a matéria.
Também se retiraram do plenário, além do deputado Paulão, na hora da votação da PEC das Licitações, os deputados Jota Cavanlcanti (PDT), Isnaldo Bulhões (PDT) e Sérgio Toledo (PDT).
“O regimento é soberano e a questão que foi levantada quanto à matéria é legítima. Toda segunda votação é uma nova matéria que o plenário vota”, argumentou Paulão.
Sextafeira se irrita com oposição

Olívia de Cassia – jornalista
(Texto e foto)

Irritado com as argumentações dos deputados da oposição, o deputado Alberto Sextafeira disse que o presidente tem autonomia para encaminhar a votação e que mais uma vez há um contraditório no discurso da oposição. “O requerimento que apresentei na sessão de terça-feira foi para encurtar o prazo da votação. O regimento é claro e se a oposição quisesse adiar novamente a votação da matéria teria que apresentar um requerimento por escrito”, disse o pessebista.
O deputado Sérgio Toledo (PDT) disse que o plenário não pode ser acionado para dirimir as dúvidas de que fala Artur Lira e observou que a votação, “se acontecer pode ser questionada. Eu apelo para que seja transferida”.
O deputado Isnaldo Bulhões argumentou que o adiamento da segunda votação sempre existiu e que o colega (Sextafeira) deveria estudar mais o regimento interno da Casa e disse que se o presidente colocasse a matéria em votação, o regimento estaria sendo descumprido e que o requerimento por escrito caberia na primeira votação.
O deputado em seguida se retirou do plenário, solidário ao deputado Paulão e em protesto porque o presidente Fernando Toledo manteve sua posição inicial de encaminhar a votação.
Outros deputados fizeram uso da fala como o deputado Temóteo Correia, que criticou a oposição pela postura assumida. “A oposição quer manipular com o intuito de procrastinar a votação, o governador Téo Vilela tem realizado um governo probo e Alagoas precisa trabalhar”.
Já o deputado Artur Lira disse que não sabia onde era que o regimento fala em segundo turno. “Onde não tem clareza o plenário se posiciona e vota a matéria. Estão obstaculizando e isso não tem nada a ver”, disse Lira. A matéria foi aprovada por 16 x 1. Apenas o deputado Cícero Ferro (PMN) votou contra.
Em época de eleição, já dá para se perceber que a configuração da ALE mudou. Deputados que antes votavam sem questionamentos aos projetos do governo, atualmente votam com a oposição. O que não faz um ano eleitoral, não é?

O que é a PEC 47

A PEC 47, ou Proposta de Emenda à Constituição (PEC) número 47/2010, de autoria do deputado Alberto Sextafeira (PSB), altera os prazos para o governo do Estado firmar contratos, convênios e licitações em final de gestão. A matéria foi aprovada com 16 votos, o mínimo necessário, e contou com apenas um voto contrário.
De acordo com o texto, o Executivo fica autorizado a realizar os procedimentos acima descritos num prazo de até 180 dias antes do fim da gestão, ao contrário dos 240, como constava na Constituição Estadual. Antes de ser apreciada pelo plenário, a PEC sofreu pedidos de suspensão e adiamento, o que atrasou sua passagem pelo plenário.

domingo, 9 de maio de 2010

A feira e o comércio de União

Olívia de Cássia – jornalista

Chego à minha terra numa tarde de sábado muito abafada, de muito calor e movimento, momento em que está terminando a feira livre do centro da cidade. Pessoas que passam apressadas para voltarem para suas casas, outras entram e saem das lojas em busca do objeto desejado.
Homens e mulheres desarmam suas tordas e bancas e as colocam em carroças ou em carros abertos; outros levam na cabeça mesmo. Deixam para traz a sujeira de um dia inteiro de vendas e trânsito intenso de pessoas que passaram por ali, comprando e outros vendendo suas mercadorias.
São trabalhadores informais que colocaram seus produtos à venda nas ruas. No caso dos produtores rurais, o excedente de sua produção. A feira agora cresceu, agigantou-se e vende-se de tudo por ali. A formação de excedentes de produção acredita-se ser a principal causa da origem das feiras livres nas cidades.
Quando eu era criança costumava ir com meu avô Manoel Paes e ele me contemplava com pequenas compras que eu colocava na minha cestinha de palha. Ele também gostava de comprar livrinhos de literatura de cordel que eram comercializados ali e pedia para que eu ou outro amigo alfabetizado lesse para ele, pois meu avô não sabia ler.
Já mocinha e adulta eu ia à feira com minha mãe, ia ao Mercado Público rever os amigos. Gostava muito de ir ao mercado, pois era lá que encontrava muita gente conhecida. A feira de União, além do local de escoamento de produtos agrícolas e de aporte na economia do município, também é um ponto de encontro de donas-de-casa, local de negócios e de troca de informações.
Lá a gente encontra - além dos produtos agrícolas à venda -, as panelas de barro confeccionadas no Muquém e antigamente também na Rua da Ponte, a feira de mangaio, do lado do Mercado, produtos fabricados com corda, redes, roupas, que são adquiridas na Feira da Sulanca, em Caruaru, sapatos, comidas e tudo aquilo que se pode encontrar numa feira livre e muito mais.
O comércio central de União dos Palmares cresceu muito, diferente da época que eu morava lá. Antes se concentrava mais na Praça Basiliano Sarmento e no começo da Avenida Monsenhor Clovis ou na Praça Antenor Uchôa onde ficava o Cine Imperatriz, a mercearia e a padaria de seu Manoel Félix.
Contava com a farmácia de dona Gerusa, o foto Cabral, lojas de tecidos, o armarinho de seu Nequinho, loja de ferragens, sapataria, lojinha do seu Guilherme, o armarinho do seu Bilu, a loja de seu Zé Piloto, a mercearia do seu Floriano Bento, a lojinha do seu Edvar e a única butique da cidade era a de Rosiete Acioly. Esse era o comércio principal da cidade.
Com o passar dos anos se expandiu e está presente em todas as ruas do centro da cidade. União dos Palmares cresceu, ganhou ritmo e ares de cidade grande com a construção de hotéis e pousadas, grandes empreendimentos foram chegando como lojas de conveniências, padarias e muitas butiques. Em cada rua que a gente passa tem uma casa que foi transformada em ponto comercial como é o caso da Tavares Bastos, rua onde morei dos nove aos vinte e poucos anos, antes só de moradia e agora muito mais de negócio.

sábado, 8 de maio de 2010


Dia das Mães

Olívia de Cássia – jornalista

Amanhã, segundo domingo de maio, comemora-se o Dia das Mães. Data que ao longo dos tempos foi se tornando um apelo comercial, como todas as datas comemorativas, a exemplo do Natal e da Páscoa. A proposta de se comemorar esse dia teve a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem norte-americana, Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em completa depressão.
Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse ampliada para todas as mães, vivas ou mortas. Em pouco tempo, a comemoração se difundiu por todos os Estados Unidos e, em 1914, sua data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson: dia 9 de Maio.
Segundo a Wikipédia, a biblioteca livre da internet, a mais antiga comemoração do Dias das Mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses. O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas. Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães.
No Brasil, o Dia das Mães passou a ser comemorado em 1932, quando o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.
Para quem ainda tem o privilégio de contar com suas mães aqui na terra e para aquelas mulheres que tiveram o privilégio de terem sido contempladas com esse dom divino, será um dia de alegria. Passei muitos anos de minha vida, desde que descobri que não poderia ser mãe, com a ideia de adotar uma criança, que se chamaria Maria Clara.
Ela passou a povoar minha mente durante muito tempo, fiz poesia para minha suposta filha e tudo. Um dia tive uma crise muito forte, precisei entrar na terapia e o médico me recomendou que eu não o fizesse, que fosse viver minha vida, porque sou filha de um portador de ataxia e tenho 50% de chance de me tornar inválida, depender dos outros e de não ter condições de cuidar de outras pessoas.
Foi tudo muito duro para mim. Terapias, leituras, choros e finalmente eu fui deixando para lá a proposta da adoção. Substitui esse sonho pelo trabalho, pelos livros, pelos meus escritos, pelas fotos que tenho o prazer de fazer, pelas minhas amizades e pelos meus bichos de estimação.
Minha mãe costumava me aconselhar, quando me via chorando por ter sido abandonada pelo meu companheiro, dizendo que eu me contentasse com o amor dos meus cachorros. Eu acho que eu deveria também ter escutado ela nesse lado. Posso dizer hoje que também sou mãe. E por que não? Sou mãe, sim dos meus anjinhos de quatro patas, que me proporcionam muita alegria, carinho e que dependem de mim e esperam em troca apenas: carinho e pequenos cuidados.
Desejo para todas as mães alagoanas e palmarinas um dia de muitas alegrias e realizações. Que Deus abençoe a todas as mães.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

O descrédito leva à irreverência
Olívia de Cássia-jornalista

Costuma-se dizer à boca miúda e nos círculos mais intelectualizados do País que os políticos por aqui, em sua maioria, estão desacreditados por conta das várias irregularidades cometidas constantemente e que tiveram grande repercussão na mídia. A população tem na classe política, segundo pesquisas, a mais desacreditada entre as instituições nacionais. Os escândalos se sucedem a passos largos.
O Poder Legislativo foi alicerçado para propor leis e fiscalizar o erário público, entre as suas mais nobres prerrogativas. Mas na maioria das vezes isso não acontece. O que deveria ser uma ação republicana acaba sendo um grande teatro, um grande circo, onde a farsa se torna pouco convincente para uma plateia já cansada de ser enganada.
Diante do envolvimento lamentável dessas ‘lideranças’ em irregularidades, para não citar termos mais fortes, as reclamações se ampliam e não é raro a gente ouvir que por conta disso as pessoas irão votar no que existe de pior na escala política brasileira, o que é uma pena. Política na sua essência é uma ciência séria, mas que foi desvirtuada ao longo de séculos.
Amparando-se nessa prerrogativa do descrédito dessas personalidades e do muito que faturam com suas tramoias, irregularidades e pantomimas, vão surgindo no cenário da política figuras hilárias, extravagantes, dignas da nossa compaixão, do escárnio e do riso.
Em 2006, o estilista Clodovil Hernandes lançou-se candidato a deputado federal e tornou-se o terceiro mais votado do País, com 493.951 votos ou 2.43% dos votos válidos. Falecido recentemente, ficou conhecido principalmente pela postura de polemizador e por declarações consideradas impróprias ou indelicadas, muitas vezes dirigidas a outras personalidades famosas. Entre outras polêmicas, foi acusado de racismo e antissemitismo.
Em 2008 figuras como a cantora Gretchen, o apresentador Sérgio Malandro, ex- BBBs e outros pretensos candidatos também se lançaram no cenário político, mas felizmente não obtiveram êxito. Este ano, segundo notícia veiculada nos principais meios de comunicação do Brasil, novamente seremos agraciados com figuras ‘televisivas’ candidatas, animadas com o fenômeno Clodovil.
Segundo o noticiário, ‘celebridades’ ensaiam o discurso para tentar transformar a fama em votos nas eleições de outubro. A lista vai de ex-participantes do "Big Brother" ao pentacampeão Vampeta, passando pelos ex-bad boys Romário e Edmundo, pelo trapalhão Dedé Santana e pela funkeira Tati Quebra-Barraco.
Além desses nomes, Kleber Bambam, vencedor do primeiro "BBB", há oito anos, aquele que conversava com um cabo de vassoura estilizado, sonha em trocar os bicos como cantor e animador de festas pelo ‘sossego’ de um mandato de deputado estadual. Já teria escolhido até a plataforma de campanha, pelo PTB-SP: o esporte. Bambam promete estudar para aprender as atribuições de um político. "Vou fazer um curso e pedir dicas para o meu cunhado, que é veterinário. Ele me instrui em tudo". É mole?
A lista é imensa e em Alagoas também devem surgir nomes com perfil parecido. Tudo bem, nós vivemos numa democracia e todos têm o direito de se manifestar e de pretender um lugar ao sol. Cabe a nós, eleitores, analisarmos de forma sensata e coerente se eles merecem nosso valioso voto.

Saudade

 Saudade, Oliva de Cássia Correia de Cerqueira  Palavra que só  existe No dicionário de português  Saudade é palavra triste,  sinônimo de no...