quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Um novo recomeço

Olívia de Cássia - jornalista
Recomeçar sempre é a palavra de ordem, para que a gente se fortaleça, aprendendo com as adversidades e se fortalecendo com elas. O ano-novo mal começou e, de fato,  o brasileiro só começa a voltar à normalidade logo depois do carnaval, que esse ano, feliz ou infelizmente, acontece no começo de fevereiro.
Depois das festas de fim de ano, o povo já começa a pensar no carnaval; mas para os palmarinos da minha terra, antes disso vem a festa da padroeira, Santa Maria Madalena que faz parte da vida de todos nós, evento que renova a nossa fé e preces nos fazendo voltar mais para a espiritualidade, no caso daqueles que a tem.
 Na semana de festejos natalinos e de réveillon as discussões políticas nas redes sociais se aquietaram um pouco, mas não quer dizer que esse arrefecimento nos ânimos seja a ‘insustentável leveza da resignação’.
A  gente sabe disso, pois o poder é tão fascinante para muitos que chega a anestesiar mentes e corações com a perspectiva dele e esquecem essa gente o que o ser humano tem de melhor e mais bonito: a humildade.
Não podemos nos esquecer,  mesmo que tenhamos deixado as querelas um pouco de lado, a luta contra a corrupção, pela preservação da nossa democracia, conquistada com sacrifício e morte de muitas pessoas, por homens e mulheres de bem desse país.
Não podemos esquecer também a guinada do conservadorismo estampada nas mídias sociais, por pessoas jovens, estranhamente tacanhas e pequenas na maneira de pensar, o que só revela a verdadeira face daqueles que se escondem por trás de um teclado de computador ou de um celular.
Mas o coração precisa estar arejado para que não nos embrenhemos nessa seara tão perigosa. Nessa época do ano é de praxe que eu fique um tanto quanto acometida de uma ‘macambuzisse’, refletindo sobre algumas situações de minha vida pessoal; minha saúde e escolhas individuais, sem importância para quem quer que seja, sendo-o relevante apenas para mim.
Tenho refletido muito nesses tantos anos de vida que me chega logo no início de mais um janeiro, embora eu não me sinta tão idosa quanto a idade que já me bate à porta.  Não tenho sentimento de culpa de qualquer que tenha sido minhas ações, apenas daquelas que por acaso não tenha trazido nenhum fruto positivo.
As minhas reflexões talvez se deem pela covardia de pensar que posso vir a precisar do auxílio de cuidadoras, tão logo os sintomas da DMJ se agravem. Mas não quero pensar nisso agora. O que me vem à mente são sentimentos de paz, humildade que aprendi com meu pai.
O pensamento que me chega na manhã é de otimismo, esperança e positividade, acreditando que eu possa superar as sequelas e ainda produzir muitos frutos, que no meu caso são as minhas ferramentas de trabalho: a escrita e a fotografia; também as amizades conquistadas ao longo da minha existência.
Meu lema sempre é viver para apreciar e desfrutar da cultura, diversão e arte e ainda aproveitar o que a vida pode me oferecer de melhor. Não posso pensar em situações que não sejam de paz e bem e esse recomeço tem que vir acompanhado desses ingredientes primordiais.  Para reflexão. Fiquem com Deus.

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