Foto: Olívia de Cássia - arquivo 2014 |
Olívia de Cássia – jornalista
Será neste domingo, 17, a procissão do mastro da festa da
padroeira de União dos Palmares, Santa Maria Madalena. São 181 anos de
festividades e fé do povo palmarino, que todo ano representa a sua fé
acompanhando o cortejo.
A árvore esse ano foi tirada na Fazenda Laginha, onde ficava
a antiga Usina Laginha, e como tradição será carregada por milhares de fiéis;
mas antes de falar da fé e da
religiosidade do nosso povo, vai aqui uma sugestão: que para cada árvore
cortada anualmente, outras dez sejam plantadas, para preservar o nosso meio
ambiente.
A saída do cortejo será no final da Rua Juvenal Mendonça
(antigo Castelo Branco), com destino à
Igreja Matriz de Santa Maria Madalena. A procissão percorre cerca de três
quilômetros: são fiéis que fazem o percurso quase correndo: a pé, de moto,
bicicleta; cavalo ou carro.
Um detalhe que se
mistura com a fé é um culto pagão e incomoda muita gente: alguns homens
embriagados durante o trajeto, montados nos cavalos, que às vezes assustam.
Depois da procissão, costumam desfilar na Avenida monsenhor Clóvis Duarte, para
demostrar ostentação e ficam lá até tarde da noite.
Alguns comerciantes de churrasquinho aproveitam para faturar
e até paredões são instalados. Já teve ano que depois do evento ou
durante aconteceram casos de agressões e até tiroteios, por conta da injeção
exagerada de álcool.
Mas a festa de Santa Maria Madalena é o principal evento turístico
religioso/cultural de União dos Palmares e reúne milhares de devotos da santa,
bem como pessoas que querem apenas se divertir.
É nessa época que se dão os encontros fraternos; de amigos e
familiares que passam o ano distante.
Desde criança acompanho esse ritual. Lá
em casa era costume a gente receber os parentes que chegavam do Rio de Janeiro
e era tudo muito bom de se viver tudo aquilo.
São momentos que estão na memória de quem viveu em União dos
Palmares nas décadas de 60; 70; 80 e por aí vai. Um tempo de calmarias, onde a
cidade não tinha essa violência estampada nos dias de hoje, onde a gente ia
visitar as casas dos amigos e familiares; fazia refeições, se divertia
harmoniosamente.
Outro setor que vai festejar o período é o comércio local, pois é uma oportunidade de faturar um pouco mais e
aquecer as vendas. Lembro que nessa época do ano, as moças não repetiam uma
roupa para o evento e nas nove noites de festa se trajavam com peças
diferenciadas.
As atrações artísticas para o evento, que acontece na Praça
Basiliano Sarmento, o point das atividades culturais de União, onde está
localizada a Igreja Matriz de Santa Maria Madalena; a Casa do Poeta Jorge de
Lima e próximo ao Museu de Maria Mariá, ainda não foram anunciadas.
Atualmente a festa cresceu bastante: antigamente estava
restrita apenas na praça, mas atualmente se estendeu até a Avenida Monsenhor
Clóvis Duarte e o pátio da antiga Estação Ferroviária, mudando toda a estrutura
da cidade nessa época, como o deslocamento da principal feira livre e o
trânsito.
Este ano eu não poderei ir para a procissão das charolas e
nem para mais dias de festa, mas por certo neste domingo estarei presente,
embora que discretamente, por conta de motivos superiores, mas estarei daqui,
pedindo a proteção da santa. Fiquem com Deus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário