sexta-feira, 10 de julho de 2020

Em tempos de pandemia

Olívia de Cássia Correia de Cerqueira


Em tempos de pandemia, vamos abrandar os corações, tentar seguir com esperança, respeitar o outro, aquele que, aparentemente tem menos ou quase nada.

Vamos dar uma chance à paz, como queria e escreveu Lennon. Tenho às vezes vontade de voltar no tempo, mas ele , todos sabemos, não volta.
Poder corrigir todas as minhas falhas, mas também sei que são esses desatinos que nos dão experiência.
Desde que me aposentei diminuiu minha vontade para escrever. Não por falta de assunto, que o Brasil está cheio de assuntos, infelizmente, notícias ruins.

Nesse tempo de reclusão em casa, de distanciamento social, tenho optado por colocar a casa em ordem, fazer reformas, tarefas que até então eu não me aproximava muito. Agora tomei gosto pela jardinagem, além da fotografia, leituras e outros quereres.

Não sei se por conta dos sintomas avançados da Ataxia, sinto urgências em realizar mais do que fiz durante toda a minha vida.

Depois da publicação do meu primeiro livro, Mosaicos do tempo, há dois anos, brevemente, depois da pandemia do Covid-19, virá Palavras se nexo e em seguida, dand continuidade ao primeiro, Cheiro de memória, em comemoração aos dez anos do meu blog.

Houve um tempo em que eu saia na rua registrando os sentimentos, fosse na fotografia, ou com um caderninho de anotações. Agora a gente publica essas impressões nas redes sociais .Pensamentos e palavras que nem sempre são compreendidos e recebidos positivamente.

Há quem não goste, discorde e por isso não aceita.m Eu compreendo, pois ninguém é obrigado a concordar com tudo o que se diz e é até salutar, mas por favor, sem ofensas pessoais e com respeito ao que se coloca.

Depois de um tempo no Brasil criou-se uma linha de ódio e violência até nas redes sociais.

Ranços de racismo, machismo, preconceitos, rompantes de fascismos e até pensamentos nazistas, o que de pior a humanidade já produziu, mas apesar dos dias mais frios do inverno ameno por aqui, tenho esperança ainda, muito embora tenha dias de descrença.

E me ponho cansada de tanta caretice, atraso e falta de ter o que falar, como disse o poeta Agenor, o nosso Cazuza.

Felizmente, depois de tudo o que passei e apesar da saúde debilitada, encontrei a minha paz interior, apesar do risco que nos rodeia..
Continuarei na luta da resistência, em busca de um mundo melhor e mais justo, seguindo e perseguindo sonhos ainda. Que a pena me seja leve. Bom dia!

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