domingo, 4 de novembro de 2018
Apesar de tudo
Olívia de Cássia Cerqueira
No dia 1º de outubro veio ao mundo Maria Luísa, minha sobrinha-neta, 15ª entre os de sangue e do coração. Fico me perguntando que mundo vai encontrar essa geração, quando tiver a idade de ter discernimento e entender as coisas.
Malu nasceu faltando poucos dias para o primeiro turno da eleição presidencial, num momento de muitas divergências e embates políticos, quando o conservadorismo, o machismo e a intolerância se fazem presentes mais do que nunca em nossa sociedade.
Social e culturalmente, foi um retrocesso de mais de 50 anos, em pleno século XXI, depois de tantas lutas dos movimentos sociais e políticos, em séculos passados, para conseguir melhorias para o país.
A vitória de um candidato conservador e que defende a tortura, reflete atualmente, o quanto estava escondido dentro de cada eleitor da criatura, sentimentos densos, levados pelo ódio a um partido político, elegendo o que tem de pior na sociedade, no que diz respeito a direitos do cidadão, avalio eu.
Mulheres como Bertha Lutz cientista, líder feminista e política paulista (1894-1976), uma das pioneiras da luta pelo voto feminino e pela igualdade de direitos entre homens e mulheres no país, se pudessem ver o que está acontecendo no país, ficariam de cabelo em pé.
Várias outras mulheres se destacaram em busca de um país melhor e mais justo, ao longo dos séculos e atualmente, mas o resultado das urnas desse ano deram um banho de água congelante em todos aqueles e aquelas que vislumbram um país de direitos.
O assassinato há pouco menos de um ano da ex-vereadora Marielle Franco e seu motorista deu o tom da cor do nosso tempo atual. Crimes ainda sem solução, como tantos outros no país. Quero acreditar que essa luta de todos e todas não foi em vão, apesar de tudo.
Quero acreditar que não devemos abandonar a luta e seguirmos em frente, de mãos dadas, em caravanas se for preciso, defendendo os direitos de todos os cidadãos e cidadãs. É o que tenho para hoje.
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