Por Olívia de Cássia
Em dias de Olimpíadas, em que a mídia procura de tudo para vender como notícia os atletas se tornarem heróis na telinha, a gente vai vivendo dias difíceis, com esse governo interino e golpista, que passou por cima de 54 milhões de votos dados à presidente Dilma, sem ter nenhuma prova confirmada de que ela tenha cometido irregularidade.
Enquanto isso, no Palácio do Planalto se instalou uma gangue de corruptos, comprometidos até a medula com a corrupção e com a operação Lava Jato. Mas as autoridades que estão cuidando do caso, só enxergam irregularidades nos políticos do Partido dos Trabalhadores.
Não estou aqui querendo "tapar o sol com a peneira", mas que as punições fossem estendidas para todos os citados e investigados, que foram pegos com a mão na massa da corrupção e das irregularidades.
As eleições de outubro estão às portas e certamente muitos desses citados vão participar de alguma forma: seja influenciando, financiando ou se candidatando também. Só os tolos acreditam que o Fora Dilma foi para combater a corrupção.
Está mais do que claro que a direita não aceitaria que ficasse mais tempo no poder um governo que teve programas fundamentais voltados para os menos favorecidos. Programas que facilitaram a entrada de jovens pobres e negros à universidade e a chegarem às Olimpíadas deste ano.
O governo Lula (2003-2010) foi marcado por melhorias sociais em todos os setores. Em oito anos de governo, avanços nos setores de economia e inclusão social.
Índices históricos de crescimento econômico e redução da pobreza garantiram ao ex-metalúrgico 83% de aprovação popular – o maior patamar entre presidentes desde o fim da ditadura – e a eleição de sua sucessora, Dilma Rousseff, uma estreante nas urnas.
Com a alavancada de Lula nas pesquisas como provável presidente às eleições de 2018, isso deixou coronéis, empresários conservadores da política brasileira apavorados e inconformados com os avanços e melhorias para as camadas menos favorecidas, pois não poderiam mais trocar favores por votos e nem ter pobres no cabresto, feito burro de canga.
Tenho assistido todos os dias a novela global Velho Chico, gravada em terras alagoanas e com participação do ator alagoano Chico de Assis e que tem um enredo instigante: ainda é o retrato da realidade não só do Nordeste, onde os coronéis mandaram e desmandaram nas terras tupiniquins e hoje não se conformam com as mudanças.
A novela, apesar da licença poética, sem máscaras e com uma atuação brilhante de atores veteranos e novatos, mostra os subterfúgios e tramoias utilizados no mundo político brasileiro. É um enredo que instiga a gente a refletir sobre a atual conjuntura.
O que fazem os poderosos quando se sentem ameaçados pela fiscalização de um vereador, que não está fazendo nada mais do que cumprir o seu papel de parlamentar e o inconformismo de a filha ter se apaixonado pelo seu desafeto, levando-o a atitudes de violência cometida por seus capangas.
No Brasil dos dias de hoje, em tempos de Olimpíadas, onde o mundo está voltado para o Brasil, a atleta nadadora Joana Maranhão foi ameaçada até de morte, com xingamentos e inconformismo de alguns coxinhas, por não ter alcançado o pódio e pela atleta ter posições políticas diferente das suas opiniões, e por apoiar Lula e Dilma.
Não se concebe no século 21 tanto retrocesso de uma sociedade que está produzindo jovens agressivos, conservadores e alienados. O que está acontecendo com a juventude brasileira?, eu pergunto.
Segundo Patrícia Saboya, a violência é, seguramente, o problema que mais aflige e preocupa os brasileiros nos dias atuais. "Ela medievaliza as relações humanas, deixa a sociedade aterrorizada e gera uma sensação de impotência diante do crime".
Infelizmente, ainda segundo Saboya, nesse cenário de medo e insegurança sempre surgem teses arriscadas e precipitadas e é necessário agirmos com cautela nesse debate. As estatísticas mostram que a violência se transformou em uma das principais causas de morte de jovens.
De acordo com o Unicef, 16 crianças e adolescentes brasileiros morrem por dia, em média, vítimas de homicídios. E as pessoas com idades entre 15 e 18 anos representam 86,35% dessas vítimas. É de fundamental importância que sejam garantidas as políticas públicas para a educação e não que elas sejam cortadas, como foi anunciado pelo governo interino golpista.
Outros cortes nos programas implementados por Lula e Dilma já foram anunciados também, prejudicando ainda mais os trabalhadores e os pobres assalariados e os miseráveis. Cadê os inconformados que bateram panela pedindo a saída da presidente Dilma? Para refletir.
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