Olívia de
Cássia C. de Cerqueira
É sempre um
desafio abrir uma página em branco. No meu caso às vezes é urgente dizer sobre
algo que me incomoda as entranhas, quando o dia amanhece.
Não é uma
questão de mesmice, pieguismo ou coisa que o valha. É uma angústia no peito que
me incomoda, cada vez que vou ao chão, literalmente, e o corpo fica dolorido,
com hematomas que incomodam o físico já comprometido, pela idade e pela Ataxia.
Me vem a
vontade de chorar cântaros, mas o choro não brota. Apenas uma lágrima ou outra,
para não dizer que sequei de vez. Até quando?,
me pergunto, e peço às forças superiores que não me abandonem nessa
hora.
Segundo
alguns especialistas no gênero humano, o grande desafio é esquecer o que temos,
dar um tempo e não remoermos negatividade.
Confesso que
tem dias em que esse “jogo do contente”, de tentar esquecer esse mal que me
acomete é quase sempre impossível. Mas como disse Machado der Assis, não tive
filhos e não deixarei de herança esse mal.
Ainda bem que tenho a leitura, a escrita e as palavras cruzadas que me salvam, além de séries e novelas. Tento escrever uma nova história, diferente de todos que herdaram a Ataxia, e não reclamar ou xingar muito e ser pessimista, mas há momentos de muito descredito em mim.
Dizem outros
que a vida é o que fazemos dela e que somos protagonistas, primeiras pessoas de
um livro em branco que recebemos.
Domingo, 14
de maio, comemora-se o dia das mães, talvez seja por isso minhas angústias,
além de três quedas em menos de uma semana, o que resultou em um corpo dolorido
e com hematomas.
As minhas dores vêm me lembrar a velha máxima do
meu irmão falecido que repetia: “cada um tem uma cruz para carregar”, mas o
mais importante, segundo os mais sábios, é disso tirar lições, aprendizados,
que estou tentando decifrar... Bom dia.
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