quinta-feira, 3 de março de 2016

Dia 8 de março é de reflexão

Olívia de Cássia – jornalista

Na próxima terça-feira, 8, comemora-se o Dia Internacional da Mulher; uma data de reflexão para o movimento feminino e todos os que lutam por uma sociedade mais justa e mais fraterna. Dia de comemoração de nossas lutas e conquistas, resistência e enfrentamento.

A data foi concebida oficialmente para homenagear as tecelãs da Fábrica Cotton, de Nova York, que foram queimadas vivas dentro da fábrica por reivindicarem diminuição da jornada de trabalho e outras demandas.

Uma data especial celebrando a luta de resistência da mulher proletária, da mulher das classes oprimidas e exploradas em todo o mundo, que  foi proposta por Clara Zetkin — dirigente do Partido Comunista da Alemanha e da Internacional — na Conferência de Mulheres Socialistas realizada em Copenhague (Dinamarca) em 1910.

Segundo os dados históricos, a Conferência tratava da luta ideológica e política do proletariado e das demais classes oprimidas e exploradas no caminho da revolução socialista e, de maneira particular, da importância da participação massiva das mulheres proletárias nesta luta.


“A proposta de criação de um dia especial a ser celebrado internacionalmente, portanto, representava o crescimento da luta operária e do povo em todo o mundo e a crescente presença da mulher nesta luta naquele momento”, observam os historiadores.

Desta forma, o Dia Internacional da Mulher Proletária foi idealizado e votado pelas militantes do movimento feminino popular e revolucionário a partir da concepção revolucionária da luta pela emancipação feminina.

Ou seja, que a libertação da mulher só é possível com a libertação de toda sua classe, e que esta libertação é obra das próprias mulheres das classes oprimidas e não uma concessão das classes opressoras.

Desde meados do século XIX, os operários organizavam greves para pressionar os proprietários das indústrias, principalmente as têxteis. Em terras americanas foi registrado o primeiro Dia da Mulher, em 3 de maio de 1908.

Segundo o jornal The Socialist Woman, “1.500 mulheres aderiram às reivindicações por igualdade econômica e política no dia consagrado à causa das trabalhadoras”. No ano seguinte, a data foi oficializada pelo partido socialista e comemorada em 28 de fevereiro. Em Nova York, reuniu cerca de três mil pessoas em pleno centro da cidade, na ilha de Manhattan.

Resguardados os dados históricos, de fundamental importância para que se entenda o tema, é preciso que se reflita o nosso papel na sociedade nos dias atuais. As mulheres conquistaram grandes feitos.

Alcançamos o mercado de trabalho, a nossa independência financeira, mas ainda nos submetemos a jornadas extenuantes para garantir a nossa sobrevivência, pois a maioria de nós ainda recebe salários inferiores aos dos homens que ocupam os mesmos postos de trabalho.

Ano passado, quando das atividades das comemorações do 8 de março, Rebeca Campos Ferreira, em texto divulgado na internet comentou que temos que comemorar a data em si, mas para além das comemorações, a luta não deve ser em um dia específico do calendário, e sim todos os dias.

E ela lembra que o comércio invadiu a data, “o que acaba por negligenciar o motivo da comemoração. Às vezes nem aquele que parabeniza sabe, e nem aquela que recebe os parabéns. O 8 de março não é um dia qualquer para sair parabenizando toda mulher por ser mulher: é muito mais que isso, é um marco da luta das mulheres”, observou.

Que todas as companheiras e companheiros despertem para o verdadeiro sentido das nossas lutas e sonhos. Fica a reflexão. Fiquem com Deus!



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