domingo, 8 de setembro de 2024

O domingo chega, de novo

 

Olivia de Cerqueira


Minha rotina não muda. É domingo de novo. A rua está silenciosa. Hoje levantei um pouco mais tarde, fui varrer o jardim, cheio de folhas secas do pé de manga dos Fundos da Estação Ferroviária.

 Levei duas quedas num intervalo pequeno entre uma e outra. Faz parte do meu dia a dia. Sinto que meu tempo encurta cada vez que isso acontece.

As quedas fazem parte da vida, mas no meu caso se tornam mais frequentes, literalmente. Sei o que aguarda a um “herdeiro(a)” desse mal miserável.

Feliz ou infelizmente não deixarei herdeiros diretos, que possam ter 50% de chance de ser portador. E como disse Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881), “não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa miséria”.

Grito em silêncio, para que ninguém me escute. Choro sozinha minhas dores, ao lado dos meus pets. E eles pedem atenção e carinho, que às vezes finjo que não vejo, para ver como reagem. Fiona e Pipico (gatos) sobem no teclado, borrando o que já consegui digitar. Brigo com eles e se aquietam.

Mas é tempo de rock, bebê. Como eu amo esse ritmo, que faz parte da minha juventude, embora o mesmo sentimento tenho para com meus ídolos da MPB.

Para reafirmar isso, comprei duas camisas que adorei: uma do Quem (último show do Fred Mercury) e outra do Pink Floyd. Fiquei de passar depois para comprar novamente. Uma do Guns e outra do AC/DC (amo).

E apesar de tudo e contudo, tentarei conseguir companhia para seguir com a vida, ir no artesanato, nas exposições, Bienal, até quando o Criador permitir. Bom dia!

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