Foto: Inteligência artificial
Olivia de CerqueiraMinha rotina
não muda. É domingo de novo. A rua está silenciosa. Hoje levantei um pouco mais
tarde, fui varrer o jardim, cheio de folhas secas do pé de manga dos Fundos da
Estação Ferroviária.
Levei duas quedas num intervalo pequeno entre
uma e outra. Faz parte do meu dia a dia. Sinto que meu tempo encurta cada vez
que isso acontece.
As quedas
fazem parte da vida, mas no meu caso se tornam mais frequentes, literalmente. Sei
o que aguarda a um “herdeiro(a)” desse mal miserável.
Feliz ou
infelizmente não deixarei herdeiros diretos, que possam ter 50% de chance de
ser portador. E como disse Machado de Assis em Memórias Póstumas de Brás Cubas
(1881), “não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado de nossa
miséria”.
Grito em
silêncio, para que ninguém me escute. Choro sozinha minhas dores, ao lado dos
meus pets. E eles pedem atenção e carinho, que às vezes finjo que não vejo,
para ver como reagem. Fiona e Pipico (gatos) sobem no teclado, borrando o que
já consegui digitar. Brigo com eles e se aquietam.
Mas é tempo
de rock, bebê. Como eu amo esse ritmo, que faz parte da minha juventude, embora
o mesmo sentimento tenho para com meus ídolos da MPB.
Para reafirmar isso, comprei duas camisas que adorei: uma do Quem (último show do Fred Mercury) e outra do Pink Floyd. Fiquei de passar depois para comprar novamente. Uma do Guns e outra do AC/DC (amo).
E apesar de
tudo e contudo, tentarei conseguir companhia para seguir com a vida, ir no
artesanato, nas exposições, Bienal, até quando o Criador permitir. Bom dia!
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