quinta-feira, 11 de novembro de 2021
Entre quedas

A Ataxia
está acelerando a cada dia. Tenho a sorte, até aqui, de não ter quebrado algum
osso do meu corpo. Acredito que meu anjo da guarda não dorme, me protegendo de
um mal maior. Até quando?
Penso que
não quero para mim uma vida vegetativa, como a maioria das pessoas que têm
doença neurodegenerativa.
Como todos
devem saber, “o estado vegetativo acontece quando uma pessoa está acordada, mas
não está consciente e também não tem qualquer tipo de movimento voluntário, não
conseguindo, por isso, entender ou interagir com o que se passa à sua volta”.
Mas sei também que tudo está nas mãos de Deus.
Mesmo assim, peço clemência, por mais uma chance de viver um
pouco mais, sem precisar de terceiros e poder fazer mais viagens, conhecer o
mundo.
Segundo o site Tua Saúde, geralmente, “este estado (vegetativo)
surge quando existe uma diminuição muito acentuada da função cerebral, que
apenas é suficiente para manter movimentos involuntários, como a respiração e o
batimento cardíaco”.
Penso em mau pai, nas pessoas que testão acamadas e nos mais
de 80 membros da minha família que já tiveram a Doença de Machado-Joseph e
outras enfermidades degenerativas.
A gente vai definhando a cada dia, com limitações que vão
chegando, como a escrita, que no meu caso foi a primeira a ser afetada dos
sintomas que foram aparecendo ao longo dos anos.
As células do cérebro vão se apagando aos poucos, como se
fosse a via láctea morrendo, literalmente, como me explicou um dos primeiros
psiquiatras que consultei.
Sinto minhas limitações quando vou digitar um texto e já não
tenho a habilidade, a velocidade, agilidade de antes, ou quando estou lendo um
livro e passo mais de uma semana para concluir a leitura.
Hoje levei mais uma queda, logo cedo na entrada de casa, com
um dos gatos, que felizmente pulou, dos meus braços sem se machucar.
No mais, é agradecer e agradecer, todos os dias. Bom dia.
A lavadeira Maria Rosa e a Rua da Ponte
Foto: José Marcelo Pereira Olivia de Cássia Cerqueira Nos anos 1960, na Rua Demócrito Gracindo, conhecida como Rua da Ponte, viviam a lav...

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Olívia de Cássia Cerqueira – Jornalista aposentada (foto Inteligência artificial) Este texto eu escrevi em 1º de setembro de 2009 ...