sábado, 4 de novembro de 2023

O tempo voa

Olívia de Cássia Cerqueira

Cada ano que vai passando sentimos e vemos o tempo passar; rápido como um furacão, e percebemos que, as metas que planejamos, em sua maioria, não se realizaram.

E sabe de uma coisa, meu diário, não vou mais criar expectativas. Seja lá o que tiver que ser. De uma forma ou de outra, não posso impedir que venha o que tiver que vir. “Há quem tenha medo que o medo acabe”, afirma o escritor moçambicano Mia Couto.

Eu já passei da idade de fazer grandes planos e projetos. Tenho limitações que me chegam a cada dia, de uma forma diferente. E me ponho a pensar em quanto tempo da vida eu perdi.

Perdi parte da juventude pensando e querendo coisas quase que impossíveis, mas entendo também que é na juventude que sonhamos os sonhos mais lindos. É na juventude que nos preparamos para a fase adulta.

A questão que me vem toda hora é: eu não me preparei, para tal. Não tive grandes propósitos, não me qualifiquei como deveria ter feito e como eu sonhava que seria.

Aquela menina sonhadora, aquela jovem que envelheceu tão rápido, já não se reconhece nas poucas vezes que se olha no espelho e o resto de tempo que me resta, não estou podendo aproveitar como deveria.

E quando essas certezas me chegam a galope, eu tenho receio e peço aos anjos de luz, se por acaso eu for merecedora, que me deem uma nova chance.

Se existir outra vida, que eu não cometa os mesmos erros que cometi e cometo ao longo dessa minha existência. Boa tarde!

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Palavras da autora

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