Olívia de Cássia Cerqueira
O tema da
redação do Enem esse ano de 2023 (Desafios para o Enfrentamento da
invisibilidade do trabalho e de cuidado realizado pela mulher no Brasil),
tratou de um assunto que agradou, por estar na pauta dos movimentos femininos
do mundo, desde muito tempo e serviu para um alerta a muita gente por aí, que
ainda acha que o trabalho doméstico não tem valor. Pelo menos no Brasil.
Quando
entrei na Ufal, tive contato com mulheres maravilhosas, que me levaram a ler
livros sobre a luta das mulheres e me identifiquei de pronto com o tema que
sempre defendi, mesmo sem ter pleno conhecimento da questão.
Ainda
adolescente, enfrentei preconceitos em União dos Palmares, por defender certos
temas, considerados “tabus”, “por ser uma mocinha que gostava de ler muito”.
Era assim que alguns namorados de amigas me conceituavam, com o objetivo de que
não andassem comigo, para não serem influenciadas por mim.
A luta das
mulheres não é recente; é secular. Desde a origem da família da propriedade
privada e do estado, como bem descreveu Engels, em seu livro homônimo, baseado
nos estudos de Bachofen (Johann Jakob Bachofen (1815 – 1887) foi um jurista e
antropólogo suíço, professor de Direito romano na Universidade de Basileia, de
1841 a 1845).
”Engels
reconheceu no trabalho de Bachofen a imagem de uma espécie de comunismo
primitivo, tanto denunciando a subjugação do gênero feminino, como sua
contribuição para a evolução da civilização humana”, escreve a revista Sibila.
Mas foi Paul
Lafargue em seguida quem aprofundou e disseminou a leitura de Bachofen feita
por Engels através de uma ideia revolucionária de matriarcado.
No
Matriarcado, os homens saíam para a guerra e as mulheres ficavam em casa,
cuidando da agricultura, que era considerada uma atividade sem valor.
E tudo
começou quando 128 mulheres foram queimadas vivas, dentro da fábrica Coton, em
Nova York, porque reivindicavam a diminuição da carga horária, de 14 para dez
horas. E muitos outros e outras estudiosos e estudiosas começaram a estudar a
questão.
Uma pauta
que tem muito assunto ainda para ser discutido no Brasil e no mundo, mesmo no
Século 21, em que muitos avanços foram conseguidos, mas que nem a Lei Maria da
Penha, sancionada pelo presidente Lula, Lei nº 11.340/2006, com o objetivo de
coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, conseguiu
que a violência e o preconceito fossem dizimados.
Recomendo muita leitura e debates sobre a questão, ainda temos muito que nos atualizar.
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