sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Retrospectiva

 



Olívia de Cássia Cerqueira

 

Levando-se em conta que um ano de 2023 teve 52 semanas e tendo como base, em média duas quedas por semana, eu caí esse ano,104 vezes, não quebrei osso e agradeço todo dia ao meu anjo da guarda e aos seres de luz, pelo livramento.

Apenas alguns hematomas dedo fora do lugar, testa com “galo” e perda de audição (muito pouca) do ouvido esquerdo. Além desses “ganhos”, andar torto e cambaleante de bêbada (e olhe que não tomo mais nenhum golinho), que me dá saudade às vezes.

Não sito falta das besteiras que fiz na juventude, mas das chances que tive de aproveitar a vida, tendo um pouco de firmeza nas pernas. “Eu poderia ter aproveitado” muito mais, mesmo com a idade que tenho, se não fossem essas limitações que me chegam todo dia.

Mas “a vida é bela” e não quero aqui ser negativa, mas também não vou ser hipócrita. No primeiro caso, tento fazer um pouco o “jogo do contente”, para que a ansiedade e revolta não tomem conta do meu pensamento.

No segundo caso, tenho que comemorar (em pensamento) por ter enfrentado uma pandemia de Covid, tendo como base as vacinas, ficar sozinha na maioria dos dias, para mim não é sacrifício, pelo contrário.

Só lamento não ter podido viajar, e nem sei se ainda vou poder, por N motivos que não caberia aqui retratar.  Sinto falta do mar, apesar de morar perto de uma das praias mais lindas de Maceió, poluída pela ação do “progresso”.

No mais é esperar que as limitações não impeçam de fazer pequenas tarefas corriqueiras, sem depender de outrem. Continuar fazendo minas leituras, minhas cruzadas e ainda ver o mar, a Serra da Barriga e outras coisas simples da vida, como ir ao shopping e ao cinema, exposições....Feliz Ano-Novo para todos. Que seja de realizações.

quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Aprendendo mais

 


Olívia de Cássia Cerqueira

 

E no clima que muita gente fica nessa época do ano (festas de fim do ano), vou cumprindo minha trajetória de vida. Não importa o que digo.  As palavras, sentimentos, cores, formas são janelas da alma. Já se autoexplicam.

“Na vivência de cada um ganham intensidades, profundidades, alegrias e tristezas. Sonhar por meio das palavras nos leva a ampliarmos a visão de mundo para alcançarmos a igualdade de direitos e oportunidades”. Rosania Morales (Morroni Dirigente Regional de Ensino-SP).

Cada qual tem direito a opiniões, não importa de onde ela venha. Muitas vezes as palavras que pronunciamos não despertam atenção, mas foram ditas. Depende da visão de mundo de cada um.

Apesar de tudo eu ainda sonho com um mundo melhor, com possibilidades. Muitos sonhos que ainda tenho não costumo expressar, mas estão aqui, nas minhas ideias.

Nietzsche defendia a inexistência em vários sentidos: “para ele, o ser humano deveria abandonar as muletas metafísicas, a chamada morte dos ídolos. O filósofo se opunha aos dogmas da sociedade, principalmente ao defender que a verdade era uma ilusão.

Segundo o Google, “do ponto de vista filosófico, o ser humano é caracterizado como um ser vivo racional, capaz de ser uma unidade e uma totalidade ao mesmo tempo, enquanto matéria. Ele também consegue, através da racionalidade, distinguir coisas e elaborar conceitos”.

O ser humano ainda é capaz de construir e produzir falas e coisas positivas. Preciso acreditar nisso para que minha vivência de torne mais leve. Bom dia! 

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Espírito de Natal


Olívia de Cássia Cerqueira

 

O ano está terminando e com ele vamos encerrando um novo ciclo em nossas vidas. Então é Natal, é tempo de fazer as pazes conosco e com o próximo, de pedir perdão a quem ofendermos e de desejar boas festas para todos.

Um tempo de magia, que assim deveria ser durante todo o ano. É em dezembro, mês de celebração do nascimento de Jesus Cristo, que a gente fica mais saudosa daqueles que já não estão mais aqui de corpo presente.

Em texto que escrevi em 2012, e que resgato aqui,  nos pomos a pensar que poderíamos ter sido uma pessoa melhor, mais tolerante e amorosa e ter desfrutado momentos ainda melhores na companhia dessas pessoas queridas.

Nessa época do ano, as cidades se vestem de luzes para celebrar uma das datas mais lindas da história da humanidade. Os lares e as comunidades se enfeitam e se preparam para a ceia.  É tempo de reflexão e de união. Tempo de paz. O mundo está precisando dela para que não haja tanto ódio entre os povos.

Nessa época do ano, a gente se despoja um pouco do ceticismo e passa a ser mais emotivo, passa a ter muito mais sentimentos e emoções. Esse espírito de despojamento e de solidariedade devia acompanhar todo mundo o ano todo.

Desejos de um mundo sem violências, sem fome, sem misérias, um mundo de solidariedade entre os povos, de união e paz. Solidariedade deveria ser um sentimento que envolvesse a humanidade o ano todo. Eu ainda tenho a estranha mania de acreditar nas pessoas e na vida e avalio que poderemos ser melhores se semeamos boas sementes.

 Para cada pessoa o Natal tem um significado diferente. Para uns ele traz boas lembranças, alegrias, convivência em família; para outros traz más recordações. A época natalina e a que antecede a chegada do novo ano modificam os ares da nossa vida social, o que indica que, mesmo indiferente, toda pessoa sente os efeitos das festas de fim de ano.

Na sociedade de consumo em que vivemos as pessoas já nem se lembram do verdadeiro significado da data.  A simbologia do Natal está em cada um de nós que realiza um sonho, em cada vida construída, na solidariedade que a gente pratica e na bondade do coração.

 “Papai Noel é um símbolo capitalista e uma figura desvirtuada do Natal e a Igreja alerta os católicos para essa confusão”, disse-me em entrevista um religioso, quando eu estava no batente e fazia matérias nessa época do ano, para a Tribuna Independente.

 O padre disse ainda que muita gente anda esquecendo o principal aniversariante do Natal, que é uma das principais festas litúrgicas da fé católica.

Pontuou ainda que no Advento, é preciso que a gente questione e aprofunde a vivência da pobreza. “Não a pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus e não dos bens terrenos”.

Segundo o pároco, os cristãos precisam estar atentos à realidade que os cerca. “A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria, a esperança, a pobreza, a conversão”.

O Espírito Santo do Natal é um espírito de sabedoria e de entendimento, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor do Senhor.

“Se nós temos o verdadeiro espírito do Natal, deveremos partilhá-lo com pobres e aflitos, e seremos julgados com justiça (Is 11,4). Se tivermos o espírito do Natal verdadeiro, estamos levando as pessoas a Cristo, que, então, dará a essas pessoas o seu coração para os pobres e sofredores”, argumenta.

Segundo o padre, o verdadeiro espírito do Natal é o Espírito Santo, “que nos leva a depender totalmente de Jesus Cristo e a fazer justiça aos pobres e oprimidos. O verdadeiro espírito do Natal é o de Jesus, Maria e José, na manjedoura de Belém e em nossos corações”, ensina. Feliz Natal para todos. Bom dia.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Quero a minha vida de antes




Olívia de Cássia Cerqueira

 

Será que você pode me ouvir sem criticar? Estou cansada de falar e poucos me ouvirem. Sabe aqueles dias que você está cansada de quase tudo?  Eu quero a minha vida de antes.

Ficar em casa 24 horas do dia deixa a gente angustiada, às vezes triste, tentando não perder o foco que a Ataxia traz. Preciso organizar minha vida. Eu falo sonhando e sonho falando coisas sem nexo. Nexo causal?

Cansada de só ouvir, não gosto de dar palpites na vida pessoal de ninguém. Quero voltar à minha terra natal. Saudade da Serra da Barriga e de como nos aventurávamos indo pé, ou com amigos, de carona.

Mas sei que metade do que quero fazer, já não posso mais, me falta o equilíbrio, literalmente, para fotografar em pé, com minha máquina que está ficando obsoleta;  ir às exposições, frequentar as salas de cinema, com frequencia  e outras aventuras que fazia a alguns anos passados, claro.

“Em geral, sabemos identificar situações que provocam angústia, mas não temos tantas informações de como lidar com ela. Em geral, sabemos identificar situações que provocam angústia, mas não temos tantas informações de como lidar com ela”, dizem os especialistas.

Procuro não deixar o pessimismo me invadir a alma. Preciso me acostumar com minhas novas limitações, afinal lembrar de quem vive situações mais delicadas que a minha, é o gatilho para que eu tenha esperança.

Que tenhamos dias melhores e mais justos é o que almejo todo dia e como dizem por aí, “é preciso saber viver”.

 

sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

O aniversariante esquecido


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Pergunte a uma criança de hoje quem é o aniversariante do Natal ela não titubiará e dirá que se trata do velhinho barbudo. O grande homenageado está ficando para trás, substituído pela propaganda ostensiva e pelo consumo exagerado.

Não é que eu não ache bonito quem arruma uma casa com enfeite e tudo. Mas tem gente que exagera nisso e esquece do principal: O amor, em muitos lares, foi substituído pela aquisição de coisas de marca.

”Natal virou ostentação, evocação ao consumo! O aniversariante do mês e as crianças pobres, sem amor, continuam esquecidos”, em sua maioria, servindo, muitas vezes de massa de manobra de agentes públicos.

Segundo Antônio Galdino, em texto publicado na Folha Sertaneja, a data foi criada como oportunidade de reverenciar, adorar e conhecer a verdadeira história do mais importante aniversariante do mês de dezembro, Jesus Cristo, mas não é o que acontece.

“As pessoas têm a excepcional disposição de distorcer os objetivos das coisas e de dar a elas outras finalidades, outros interesses e ainda se utilizam da figura, da imagem do Senhor Jesus para dar brilho e valor aos seus próprios interesses”, diz ele.

Acrescentando que “continua se espalhando pelo mundo a fora a imagem benfazeja do velhinho, gorducho, bonachão, que gira o mundo numa carruagem puxadas por renas voadoras, distribuindo presentes para todas as crianças, como ressaltam as lendas televisivas.

E tem sido assim em todo canto. Os grandes empresários investem pesado nas propagandas e muita gente se deixa levar pela magia de que tudo está maravilhoso. Para se refletir. Boa tarde.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

O sol já vai alto

Olívia de Cássia Cerqueira

O sol já vai alto no céu de Maceió. A população está sobressaltada com os últimos acontecimentos aqui e acolá. Já não temos a paz que procuramos.

Moradores dos bairros afetados pela catástrofe proporcionado pela Braskem, fazem protesto, acertadamente, condenando o crime cometido pela mineradora, que causou destruição em bairros de Maceió. Uma das minas, a 18, ameaça colapsar.

O presidente da associação dos moradores, denunciou que foi ameaçado de morte. É o poder querendo se impor e mostrar suas garras, pela truculência.

Precisamos reconfigurar nossas vidas e entender que nem sempre tudo é o que queremos. E pode ser clichê, sem ter a pretensão de dar lição de moral.

No livro Homo Deus,  Yoval Noah Harari  escreve que “No despertar do terceiro milênio, a humanidade acorda, distende os membros e esfrega os olhos. Restos de algum pesadelo horrível ainda atravessaram a sua mente.  Haveria algo como arame farpado e nuvens enormes em forma de cogumelo. Ah, bom, foi apenas um sonho ruim”, diz ele.     

Sonho ruim tornado realidade aqui e alhures, onde guerras esquecem do ser humano e os poderosos só pensam em ganância, poder, dinheiro e só quem sofre com isso é a população civil, crianças inocentes, com mortos e feridos.

No caso daqui, a ganância não é diferente, onde acordos espúrios tentam esconder uma catástrofe anunciada há anos e populações inteiras perderam tudo o que acumularam durante uma vida. Para reflexão. Boa  Tarde.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

E eis que se aproxima o Natal

Olívia de Cássia Cerqueira

 

E eis que se aproxima o Natal. De novo. Nunca fui de me animar muito nessa época do ano. Talvez por cada lembrança de uma época: meus pais, meus avós, primos e parentes que marcaram minha vida. Ou por outras situações que sempre me deixaram deprimida e que eu não entendia o motivo.

E no Natal não tínhamos festa lá em casa (apenas uma vez para nos despedir de uma prima de 26 anos que estava com metástase de um CA violento).

Terminada a Missa do Galo na Praça Basiliano Sarmento, a Praça da Igreja, quando éramos crianças, já exaustos por estar em pé, íamos para casa dormir. Na adolescência, ficávamos torcendo quer a missa terminasse logo, para ir zoar, como se diz agora, com os amigos. 

Hoje acordei com lembranças do meu pai. Um matuto saído das terras da Baixa Seca, zona rural, entre Murici e União dos Palmares. Seu João Jonas, como era conhecido (por ser filho de Jonas, meu avô paterno) vendeu suas terras a preço miúdo.

Naquela época as terras da minha família foram vendidas a preço baixo.  E mesmo não querendo, mas por insistência de minha mãe, acabou cedendo, porque ela não queria criar seus filhos na roça e papai sempre cedia.

E apesar do machismo, próprio dos matutos lá do sítio, dona Antônia tina uma força imensa e mesmo com seus preconceitos raciais, hoje analiso uma força feminina nela. Era uma leoa na defesa de seus filhos. Era do jeito dela.

E agora que não adianta mais entender algumas falhas que ela tinha, e não foram poucas (tanto as minhas quanto as dela), situações que não foram resolvidas me incomodam até hoje, 21 anos depois de sua morte completados no dia 10 de dezembro.

Talvez, se houver outra dimensão (algumas vezes acredito que sim) a gente possa resolver isso. Mesmo que ela fosse cética quanto a existir outras vidas (morreu, acabou), dizia ela.

Mas as lembranças do meu pai me vêm à tona também,  e me interrogo: como um homem tão simples, conseguiu manter uma família de quatro filhos, 3 estudando em Maceió, no ensino médio, com uma mercearia e um armazém de compra e venda de cereais, sendo tão tripudiado e enganado? Bem, chega por hoje. Bom dia.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

As memórias afetivas








 Olívia de Cássia Cerqueira

As memórias afetivas são aquelas que levamos para uma vida: sejam elas positivas ou não. Tenho muitas lembranças assim, como todo mundo.

Tem dias que tenho sonhos com situações que não aconteceram e que mostram para mim a necessidade de aumentar e determinar o foco na vida e na saúde.

Mas as lembranças que me vêm da infância são especiais, na saudosa Rua da Ponte. Com meus avós maternos, que não esqueço. Lembranças de alegria e felicidade, numa fase que não nos preocupamos com problemas da vida adulta.

Já na adolescência, posso dizer que tive muito choro e alegrias também. Achava que a companhia dos amigos era o que importava e aí tive muitos embates, o famoso conflito de gerações da época.

Às vezes penso que nasci na época errada, como disse Adélia Prado, “tenho princípios que já se perderam e amo coisas que já não se dá mais valor”. Ou no texto Solte os cachorros. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1979.

“O sonho encheu a noite

Extravasou pro meu dia

Encheu minha vida

E é dele que eu vou viver

Porque sonho não morre”

 E fico pensando nas pessoas que nasceram, cresceram e constituíram família nos bairros afetados pela catástrofe que a mineradora Braskem proporcionou às famílias, obrigando-os a deixarem os bairros comprometidos, deixarem seus sonhos e agora amedrontados coma possibilidade da mina 18 colapsar. Dá uma tristeza danada. Bom dia e boa semana.

domingo, 3 de dezembro de 2023

Até quando?

Olívia de Cássia Cerqueira

 

Até quando a ganância vai dominar o mundo? Meu Deus, será que não percebem que o mundo está ficando mais pobre? Sim, eles percebem. Mas querem uma grande parte na dependência deles, pedindo arrego, escravizados.

Desde o começo do mundo, que tem sido assim. A ganância pelo dinheiro e o poder, passando por cima de tudo. Este poema fala disso, publicado no site abaixo.

https://eassim.com.br/crime-da-braskem-e-o-belo-poema-de-rodrigo-severiano-buraco/

https://eassim.com.br/bairros-fantasmas-e-dramas-humanos-provocados-pelo-crime-da-braskem/


Semana Santa

Olívia de Cássia Cerqueira (Republicado do  Blog,  com algumas modificações)   Sexta-feira, 29 de abril, é Dia da Paixão de Cristo. ...