terça-feira, 27 de agosto de 2019

Vivências

Olívia de Cássia Cerqueira

Eu tinha muitos conflitos internos na adolescência e juventude. Felizmente me encontrei; a maturidade me trouxe segurança e entendimento sobre situações que eu não entendia e que me causou tanto sofrimento e rejeição de mim mesmo.

Foi preciso sofrimentos internos, apanhar muito da vida e chegar à conclusão que aqueles eram padrões sociais impostos por uma sociedade hipócrita e que não temos a obrigação de ser iguais aos outros. Cada um é cada um e não uma cópia perfeita vinda de fábrica.

Felizmente consegui acessar minhas reais “configurações”, realizei uma ‘restauração interna” para usar uma linguagem tecnológica. Meus pais não entendiam, principalmente minha mãe, aquela menina-moça um tanto quanto infantil, mas inquieta e rebelde. Ela queria mudar o mundo.

Queria e ainda quero viver numa sociedade menos desigual, uma sociedade sem preconceitos e sou acusada ainda de ser sonhadora e utópica; mas como dizia Lenon, felizmente não sou a única pessoa que pensa dessa forma.

Isso não quer dizer que eu seja perfeita e que não tenha tido, em alguns momentos, comportamento feio, preconceituoso, ou agido sem gentileza com algumas pessoas. Aprendi a ser mais vigilante e a obter conhecimentos, por meio de minhas leituras, para atingir esse entendimento que tenho hoje.

No mundo, a desigualdade social é sistêmica e um problema urgente. As diferenças econômicas e de tratamento na sociedade são absurdas, apesar de estarmos no século XXI.

Por aqui a exclusão social é latente, embora tenha diminuído nos governos Lula e Dilma, mas que com esse governo, a exclusão só tem aumentado. Mas esse é um tema para se discutir ao longo dos dias.

A sociedade enxerga e trata as classes menos favorecidas, social e economicamente, ainda, de forma diferenciada. Segundo Carla Mereles, do Politize-se, “a desigualdade social é um tema presente desde a escola, quando se estuda as diferenças econômicas e de tratamento na sociedade, até a faculdade, onde se aprofundam os conhecimentos sobre a área”.

Para Mereles, essa forma de desigualdade prejudica e limita o status social de pessoas por determinados motivos, além de seu acesso a direitos básicos, como educação e saúde de qualidade, trabalho, moradia, boas condições de transporte e locomoção, entre outros.

E eu vou seguindo, diariamente com minhas lutas internas e externas, enquanto me é permitido lutar. Que continuemos a perseguir um mundo melhor e mais justo, que me seja permitido, ainda, lutar pelos meus ideais e dias mais suaves. Bom dia.




domingo, 25 de agosto de 2019

Desabafo

Olívia de Cássia Cerqueira

É domingo. Acordo com os miados dos gatos em frente à porta do quarto e com o chamamento do meu Juca. São seis horas da manhã e eles me fazem entender que está na hora de levantar. Meus filhotes não deixam que eu fique mais do que isso na cama.

Ligo a TV para escutar a missa e vou cuidar do café. Cumpro minha rotina matinal de higiene café e banho e meu casal de Pilcher fica já no aguardo do passeio matinal. Antes vou ao meu jardim ou minha pracinha, como chamo, e vou olhar se minhas plantinhas estão em ordem.

Agradeço a Deus por essa riqueza. Não preciso de muito para ser feliz, apenas de qualidade de vida para viver melhor e com um pouco de resistência para conviver com a Ataxia. Entristeço-me com as notícias que vejo na internet, ao ligar meu notebook ou dar uma olhada no celular.

Ponho-me a pensar que o país poderia estar bem, não fosse o golpe da direita, desde 2014, culminando com o afastamento da ex-presidente Dilma Roussef e a prisão do melhor presidente que o país já teve, Luiz Inácio, nosso Lula da Silva, o homem que deu aos menos favorecidos melhor qualidade de vida e por isso fizeram de um tudo para prendê-lo e transformá-lo em um preso político, há mais de 500 dias.

O personagem eleito para comandar o país não tem condições para ser nem vereador no menor município do país: só fala palavrão, desinformado sobre gestão, bronco, sem caráter. Um ser vil, com uma equipe fraca. Não tem um ministro em sua equipe que me agrade ou que tome alguma decisão que seja em benefício do coletivo.

Governa apenas para empresários ricos e avarentos, que só pensam em ter lucro, acentuando a crise no país. Todos os programas sociais encampados pelos governos do PT foram mexidos ou estão sendo deturpados.

Cortes na educação fundamental e universidades; cortes na saúde, privatizações de setores essenciais e toda uma gama de perversidade estão sendo cometidas por esse desgoverno e o que me causa espécie é a cegueira e entorpecimento, parvonice, burrice e cegueira intelectual de quem votou na criatura e nos ofende desrespeitosamente nas red3s sociais.

Esse desabafo eu faço num momento em que as queimadas na Amazônia se tornaram o assunto mais comentado das redes sociais e ambientalistas, incluído aqueles que votaram em Bolsonaro, observam perplexos e envergonhados, mas que não admitem o erro que cometeram, apenas para justificar o ódio ao PT e a nós que pensamos diferente deles.

Depois da minha aposentadoria, fiquei preguiçosa para escrever meus artigos, mas quero voltar, porque não posso calar, mesmo que as limitações trazidas pela Doença de Machado Joseph me tornem uma pessoa mais lenta nas minhas ações.

Observo amigos da infância se desentendendo e xingando os petistas, democratas, mulheres, comunistas e todos aqueles que pensam diferente deles. Gente que eu aprendi a admirar na infância e que me surpreende com seu ódio e preconceito. Quando é publicado na imprensa alternativa as denúncias contra os golpistas que tomaram o poder, afirmam que são fake news, mas a estratégia dos marqueteiros do coiso para ganharem a eleição, fraudulentamente, são tidas como verdades., Inversão de valores?

E me entristeço e dá uma vontade de me preocupar apenas com minhas plantas, leituras e filhotes, mas não consigo ficar de fora dessa discussão política, não tenho sangue de barata e herdei do meu pai o interesses por esses assuntos. Que tenham todos um bom domingo. Estou de volta.

quarta-feira, 14 de agosto de 2019

Gaspari diz que agressão de Bolsonaro aos argentinos foi assombrosa

247 – O jornalista Elio Gaspari ficou indignado com a agressão de Jair Bolsonaro ao povo argentino, dois dias atrás. "A declaração de Jair Bolsonaro de que a derrota de Mauricio Macri na prévia eleitoral argentina pode significar uma vitória da 'esquerdalha de Dilma Rousseff, Hugo Chávez e Fidel Castro foi coisa inédita, assombrosa. Ele pode achar o que quiser, mas não tem mandato para meter o Brasil numa disputa eleitoral argentina", afirmou.

"Falando de questões internas, pode se intitular 'Capitão Motosserra' ou expor sua teoria da relação do meio ambiente com o cocô. Bolsonaro é assim e, sem dúvida, prefere ver os brasileiros discutindo cocô, em vez do cheiro de uma recessão na economia", escreveu ainda o colunista, que lamentou o fato de o País não ter um chanceler, uma vez que Ernesto Araújo é pau mandado do clã Bolsonaro e não tem qualquer autonomia à frente do Itamaraty.

Saiba mais sobre o caso na reportagem da Reuters:

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que a Argentina pode enfrentar uma crise migratória, com cidadãos deixando o país em direção ao Brasil, caso a oposição ao presidente Mauricio Macri vença as eleições de outubro, como aconteceu em uma votação primária no domingo.

O neoliberal Macri, que é aliado de Bolsonaro, sofreu uma dura derrota para o candidato de centro-esquerda Alberto Fernández nas eleições primárias argentinas, indicando a derrota do presidente na votação presidencial deste ano.

Fernández tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, que liderou o país entre 2007 e 2015.

“Não se esqueçam, mais ao sul, da Argentina, o que aconteceu nas eleições de ontem. A turma da Cristina Kirchner, que é a mesma da Dilma Rousseff, que é a mesma de Maduro, Chávez e Fidel Castro, deu sinal de vida aqui”, disse Bolsonaro em discurso durante cerimônia de inauguração de obra de uma estrada no Rio Grande do Sul.

“Povo gaúcho, se essa esquerdalha voltar aqui na Argentina, nós poderemos ter, sim, no Rio Grande do Sul, um novo Estado de Roraima, e não queremos isto, irmãos argentinos fugindo para cá, tendo em vista o que de ruim parece que deve se concretizar por lá caso essas eleições realizadas ontem se confirmem agora no mês de outubro”, acrescentou.

Bolsonaro já havia afirmado no passado que uma vitória da oposição na eleição presidencial da Argentina poderia transformar o país em uma “nova Venezuela”, fazendo referência à crise atravessada pelo país governado pelo socialista Nicolás Maduro.

Semana Santa

Olívia de Cássia Cerqueira (Republicado do  Blog,  com algumas modificações)   Sexta-feira, 29 de abril, é Dia da Paixão de Cristo. ...