Olívia de Cássia Cerqueira
As filhas
pequenas invadem os armários da cozinha, e já tentei várias “soluções” caseiras
que pesquei na internet, mas as respostas para isso foram mínimas.
Novamente a
lembrança de Clarice na sua introspecção arrumando suas gavetas, me vem a
memória. Só entende quem passou por isso.
Tenho essa
mania de pensar em situações inusitadas, embora não tenha a mesma capacidade da
escritora renomada e não me atreveria.
Minhas dores
cederam um pouco, mas o andar de bêbado se acentua a cada dia mais, agravando a
cerebelopatia. Sou uma cobaia, como diria
Cazuza.
Cerebelopata
é como explica o professor para os alunos na fisioterapia. E me chama a atenção
para eu não falar a sequencia dos exercícios para os novatos, já que estou lá
há sete anos.
Lembro de cenas
do passado que me magoaram intensamente, mas tento me desligar dessas
lembranças que, vez em quando, me acometem.
Tento ser
otimista e me acercar de boas leituras, fazer Palavras cruzadas, conversar com
meus pets, e agora com um andador top que comprei com ajuda de uma vaquinha dos
amigos estou caminhando duas vezes ao dia na rua.
Tenho me sentido
melhor, mais forte, fisicamente com as adaptações. Mudei minha alimentação e a neuro,
as dosagens e a medicação. Tenho ido a vários especialistas, à medida que vão
surgindo sintomas de outras doenças.
Não é fácil
ter esse problema hereditário que tenho e que muitos membros da família herdaram
dos nossos ancestrais. Hoje não me sinto feliz, mas estou grata mesmo assim.
Por ainda pensar, ter muitos bons gostos de antes, embora tenha que refazer a
rotina e canalizar meus costumes para outras situações.
Embora os problemas financeiros me preocupem, essas guerras insanas me preocupam e me deixam mais em alerta. Que todos tenhamos dias melhores e mais leves, sem tanta violência contra mulheres e crianças, e ataques ao meio ambiente. Que todos tenham um lindo dia.
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