domingo, 26 de novembro de 2023

Interrogações

 


Olivia de Cerqueira

 

Começo o dia introspectiva e cheia de interrogações. Penso em passeios e em coisas que eu ainda poderia fazer sozinha e que não posso mais. Passeios culturais, exposições fotográficas, shows, fotografar, entre outras atividades.

Antes, quando eu tinha mais equilíbrio ia à praia do Francês sozinha. Tinha independência de ficar no local o tempo que quisesse. Tomar minha geladinha e depois vir embora. Hoje eu não posso mais: nem uma coisa, nem outra.

Mas apesar disso, não reclamo. Acordo agradecendo os livramentos que tenho tido e os amigos que têm me ajudado a ter mais qualidade de vida,  apesar das quedas semanais: duas por semana.

 Mas tem horas que dá uma angústia no peito, sem saber de onde vem. O sol já vai alto às primeiras horas da manhã. Os pets se assanham, pedindo atenção. Não gostam quando estou no computador, concentrada.

Fiona, mistura de siamês com vira-lata, se deita tomando banho. É o local predileto dela: dormir atrás, ou em cima do notebook. Aos meus pés, Juca e Kely (pinches) fazem brincadeiras, enquanto teclo meu texto.

O que fazer, a não ser as pequenas tarefas diárias: minhas leituras, palavras cruzadas, ver novelas e séries, quando o sono não vem? São perguntas que faço diariamente, ao mesmo tempo fazendo orações e agradecendo aos seres de luz por ainda, permitirem isso. Gratidão!

terça-feira, 21 de novembro de 2023

Violência que se repete

 

Olívia de Cássia Cerqueira

 

Todos os dias assistimos no noticiário relatos de violência que se repete contra mulheres: seja por companheiros insatisfeitos com o fim do relacionamento, ou por relacionamentos tóxicos.

Sob diversas formas e intensidades, a violência doméstica e familiar contra as mulheres é recorrente e presente no mundo todo, motivando crimes hediondos e graves violações de direitos humanos.

A violência contra mulheres constitui-se em uma das principais formas de violação dos seus direitos humanos, atingindo-as em seus direitos à vida, à saúde e à integridade física.

O termo “Violência contra a mulher” resume diversos tipos de violência que acontecem sistematicamente no Brasil e no mundo por questões de gênero. Ou seja, mulheres agredidas porque são mulheres.

Essas agressões não se limitam apenas ao ato físico, mas a atos lesivos que resultem em danos psicológicos, emocionais, patrimoniais, financeiros, entre outros”.

Em Alagoas esse desrespeito aos direitos humanos não é diferente. Segundo dados do Mapa de violência, 99% das mulheres que foram assassinadas em Alagoas no ano de 2019 eram negras.

Apenas uma entre todas as vítimas de homicídio feminino naquele ano não tinha identificação de cor/raça. Foram 89 homicídios de negras e 1 sem cor/raça definida.

O levantamento escancara uma dura realidade: as mulheres negras estão em maior situação de vulnerabilidade social. Mas se formos atualizar esse estudo essa situação se agravou ainda mais nos últimos anos. Tiveram o encorajamento da Lei Maria da Penha que agora pune com mais rigor os agressores.

É recorrente os casos denunciados, sem contar os que ainda são omitidos, por medo, por vergonha ou por dependência financeira.

O estudo recomenda que as políticas públicas para o enfrentamento das altas taxas de violência contra a mulher "não pode prescindir de um olhar sobre o racismo e a discriminação e como estes fatores afetam desigualmente as mulheres".


 (Com informações dos sites: https://www.naosecale.ms.gov.br/violencia-contra-a-mulher/

https://www.fundobrasil.org.br/blog/violencia-contra-a-mulher-como-identificar-e-combater/

https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/violencia-contra-a-mulher/formas-de-violencia-contra-a-mulher/

https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/2021/08/31/99percent-das-mulheres-assinadas-em-alagoas-em-2019-eram-negras-revela-o-atlas-da-violencia.ghtml )

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

A semente da liberdade

Olívia de Cássia Cerqueira

(Fotos Olívia de Cássia-arquivo)


 Hoje é um dia de reflexão para o povo preto e todos que acreditam e lutam por ideais de liberdade. Que militam por causas justas. A causa de Zumbi, Dandara, Acortine, Alquatune  e todos os reis e rainhas que vieram da África e deveria ser uma causa para a maioria do povo palmarino.

Em 16 de abril de 2012, estava lá, como sempre fazia, sentei aos pés da estátua do guerreiro Zumbi, depois de fotografar vários cantos do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, que já fiz leitura fotográfica em outras oportunidades e sempre que visito. Tenho um acervo  fotográfico com o tema.

Lembro que era um domingo  um dia especial para dezenas de crianças carentes da comunidade da Várzea Grande, em União dos Palmares. Aalém de participar de brincadeiras, aprenderam in loco um pouco da nossa história de resistência.

Aprenderam que foi lá, na Serra da Barriga, que Zumbi resolveu se refugiar, fugindo da opressão e da escravidão e formou um exército de mais de 30 mil homens, que lutaram incansavelmente pelo seu povo, para livrá-los daquela situação de subordinação.

Há cinco anos, desde 2017, quando fui diagnosticada com Ataxia, que não frequento a Serra da Barriga, no dia 20 de novembro. Diferente de muitos anos outros. Visitar aquele solo sagrado neste dia, era obrigação, fosse de carona ou a pé, como muita gente faz.

Na ultima vez que estive lá nesta data, devido ao sol muito quente, próprio do local, tive uma sensação de desmaio, me escorei numa pequena árvore, perto de uma senhora muito gentil e fui me abaixando até sentar e melhorar daquele mal-estar. Ainda frequento em outros dias, muito raramente, quando posso e vou à minha terra, com meu amado irmão e gostaria de poder ir com mais frequencia.

Há 328 anos, completados hoje, Zumbi foi assassinado, quando lutava contra seus algozas, mas o preconceito ainda não acabou, o ódio o feminicídio e todas as formas de violência são causas incluídas nessa luta.

Na terra encantada onde se deu o primeiro grito de liberdade do Brasil, gostaria der estar hoje, para  amenizar o aperto no peito que sinto, desde ontem, pela perda do meu pet já idoso,  nem também aquela angústia incontida que não sabia de onde vinha.

A Serra da Barriga me renova as energias. Eu preciso  ir lá novamente,  para receber aquelas forças sagradas, para me revigorar, pois estou precisando desse banho de bênçãos.

A gente não sabe de onde vêm os sentimentos, mas os sentimentos vêm da alma da gente, do coração e da mente. O corpo responde aos estímulos que a gente dá. Na Serra da Barriga, quando estou lá, vou ao encontro das minhas raízes.

Hoje deveria ser um feriado nacional na essência da palavra. Em alguns estados do país isso não acontece, mas precisamos dar ao 20 de novembro a verdadeira importância que ele teve. Que hoje a semente da liberdade, do amor e da paz se espalhe em cada um de nós. Viva Zumbi e todos os heróis que lutaram pela liberdade.





terça-feira, 14 de novembro de 2023

Machismo, covardia, misoginia e tais ...


Olívia de Cássia Cerqueira

 

É revoltante, como se leva em conta, ainda homens que agridem mulheres, seja fisicamente, moralmente e ou psicologicamente, independente das suas posições políticas. Violência se resolve com justiça, mesmo que a do país ainda seja falha e tardia.

Alguns apaniguados tentam justificar o injustificável: a violência cometida contra a apresentadora Ana Hickmann pelo seu companheiro, Alexandre Correa, que a agrediu de forma torpe.

A apresentadora teve o braço apertado e recebeu cabeçadas. Terá sido a primeira vez? Não importa. Ela registrou um Boletim de Ocorrência na delegacia, na manhã deste domingo, 12/11, em Itu, cidade onde mora. Contra este senhor já existem outras denúncias de agressão a outras mulheres. Notícias que circulam na internet.

“Já está em vigor a lei que determina a concessão sumária de medidas protetivas de urgência às mulheres a partir de denúncia de violência apresentada à autoridade policial ou a partir de alegações escritas. Sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei 14.550, de 2023, foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (20).

A norma altera a Lei Maria da Penha. Assim, as regras deverão ser aplicadas a todas as situações de violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da causa ou da motivação desses atos ou da condição do ofensor ou da ofendida.

As medidas protetivas serão concedidas independentemente da tipificação penal da violência, do ajuizamento de ação ou da existência de inquérito policial ou boletim de ocorrência. Deverão vigorar enquanto persistir risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou dos dependentes.

As medidas protetivas poderão ser indeferidas no caso de avaliação, pela autoridade, de inexistência de risco à integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da ofendida ou dos dependentes.

A nova norma é oriunda do PL 1.604/2022, aprovado em caráter terminativo pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado em dezembro do ano passado e pela Câmara dos Deputados em março. Segundo a então senadora Simone Tebet (MS), autora da proposta e atual ministra do Planejamento, as mudanças evitarão interpretações diversas de juízes ou policiais sobre medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha.

Durante a votação na CCJ, a relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), disse ser lamentável que a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tenha caminhado no sentido de que, para aplicar a lei, os juízes devem analisar em cada caso se a violência tenha sido ou não baseada no gênero, o que, na avaliação da parlamentar, diminui a proteção às mulheres”. ( Com informações da Agência Câmara e Fonte: Agência Senado).

O mundo, ou algumas pessoas estão doentes de ódio, intolerância e desamor.  Vamos semear o amor e a paz no mundo, é preciso denunciar.

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

As lembranças que surgem


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Já se passaram tantos anos daquela fase incompreendida, radical e rebelde, ao mesmo tempo de doces lembranças e carência afetiva, que me levaram a erros próprios da idade e muitos sonhos, acalentados pela ingenuidade daqueles anos.

Hoje em dia se resolve muitos desses problemas com encaminhamento a especialistas: psiquiatras ou psicólogos. E percebo que se naquela época tivesse sido analisada por algum especialista, oxalá não tivesse cometido tantos erros.

Nos anos 70 e 80 do século passado vivi a minha adolescência e juventude. A turma jovem brasileira pregava a paz e o amor; em União dos Palmares a gente vivia o auge das discotecas, queríamos aproveitar os finais de semana indo a esses lugares, de sexta a domingo, no meu caso com a repreensão dos meus  pais. Ainda gosto da boa música, rock e queria sempre estar com os amigos.

 No site https://www.psitto.com.br/blog/, há um artigo que define o acima exposto “A carência afetiva é um problema emocional complexo. A pessoa carente raramente consegue o que deseja (o afeto) de maneira apropriada.

 E diz ainda o texto que a carência em excesso pode ser perigosa. Hoje entendo que a maioria das situações vividas poderiam ter sido evitadas. A gente chega a se sentir dependente do outro ou de outras pessoas para ser feliz.

Feliz ou infelizmente, o tempo passa e tudo muda. Passamos por outras situações que nos fazem desviar a atenção para outras paisagens.  Envelhecemos. Vamos analisando cada vivência com outros olhos. Ainda bem.

domingo, 12 de novembro de 2023

Jesus voltará??


Olívia de Cerqueira

 

«Creio em Deus»: é esta a primeira afirmação da profissão de fé e também a mais fundamental”, mas perdoem-me os que acreditam; sou católica não praticante e não creio que Jesus terá coragem de voltar à terra, como é professado nos púlpitos, diante de tudo que vamos presenciando no mundo.

Em primeiro lugar porque uma parte da humanidade não deu certo. É só pegarmos um livro de História, ou vermos o noticiário da TV. Guerras insanas pelo poder exagerado e pelo dinheiro, petróleo, violência contra crianças, mulheres e idosos.

Não sou contra o poder, quando ele se propõe a fazer o bem, mas tem personagens que vão às raias da loucura e são capazes de qualquer situação, inclusive matar, em nome de Deus.

Que Deus é esse que essas pessoas professam? Certamente não  é o que acredito. Confio em um ser de luz, incapaz de nos fazer o mal, que foi torturado, injuriado e morto de forma torpe para nos salvar. E o que fez a humanidade?

 Arrastados pela ganância, os fariseus o entregaram aos algozes. Tudo porque ele fazia o bem e pregava palavras de fé e cura. Infelizmente, nas sociedades atuais precisamos do dinheiro. Esse vil metal, que para sobreviver, pagar contas e ter qualidade de vida, nos é necessário. Para mim seria o suficiente. E tenho dito.Bom dia.

sábado, 11 de novembro de 2023

Além de novembro

Olívia Cerqueira

 

O Dia Nacional da Consciência Negra é comemorado em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, e reivindica essa figura histórica como símbolo de resistência.

No entanto, avalio que as comemorações de novembro que reverenciam nosso herói , deveriam se estender ao longo do ano todo. Afinal, Zumbi merece ser visto do alto da sua importância na história do País.

O Parque Memorial Quilombo dos Palmares, implantado em 2007 pelo Ministério da Cultura, por meio da Fundação Cultural Palmares, na Serra da Barriga, em União dos Palmares, reconstitui o cenário da história de resistência à escravidão: a história do Quilombo dos Palmares, o maior, mais duradouro e mais organizado refúgio de negros escravizados das Américas, índios e brancos degredados da sociedade.

A arquitetura do Memorial reconstitui o quilombo e foi construído depois de muitos estudos e muita reivindicação do movimento negro brasileiro. Recebe visitantes de toda parte: tanto brasileiros quanto internacionais.

A Serra da Barriga foi tombada como Patrimônio Histórico, Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico, em 1986, imortalizando o local como símbolo de resistência e luta pela liberdade. Em 21 de março de 1997, Zumbi dos Palmares foi reconhecido pelo Governo Federal como herói nacional.

No quilombo o povo oprimido era acolhido e bem recebido. Algumas lideranças do movimento negro e da comunidade da Terra da Liberdade reclamam que os olhos dos gestores só se voltam para a Serra da Barriga quando se aproxima o 20 de novembro e durante o resto do ano o local fica subaproveitado.  Zumbi vive em cada brasileiro que luta por uma sociedade mais justa e mais igualitária.

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Invisibilidade social


Olívia de Cássia Cerqueira

 

O tema da redação do Enem esse ano de 2023 (Desafios para o Enfrentamento da invisibilidade do trabalho e de cuidado realizado pela mulher no Brasil), tratou de um assunto que agradou, por estar na pauta dos movimentos femininos do mundo, desde muito tempo e serviu para um alerta a muita gente por aí, que ainda acha que o trabalho doméstico não tem valor. Pelo menos no Brasil.

Quando entrei na Ufal, tive contato com mulheres maravilhosas, que me levaram a ler livros sobre a luta das mulheres e me identifiquei de pronto com o tema que sempre defendi, mesmo sem ter pleno conhecimento da questão.

Ainda adolescente, enfrentei preconceitos em União dos Palmares, por defender certos temas, considerados “tabus”, “por ser uma mocinha que gostava de ler muito”. Era assim que alguns namorados de amigas me conceituavam, com o objetivo de que não andassem comigo, para não serem influenciadas por mim.

A luta das mulheres não é recente; é secular. Desde a origem da família da propriedade privada e do estado, como bem descreveu Engels, em seu livro homônimo, baseado nos estudos de Bachofen (Johann Jakob Bachofen (1815 – 1887) foi um jurista e antropólogo suíço, professor de Direito romano na Universidade de Basileia, de 1841 a 1845).

”Engels reconheceu no trabalho de Bachofen a imagem de uma espécie de comunismo primitivo, tanto denunciando a subjugação do gênero feminino, como sua contribuição para a evolução da civilização humana”, escreve a  revista Sibila.

Mas foi Paul Lafargue em seguida quem aprofundou e disseminou a leitura de Bachofen feita por Engels através de uma ideia revolucionária de matriarcado.

No Matriarcado, os homens saíam para a guerra e as mulheres ficavam em casa, cuidando da agricultura, que era considerada uma atividade sem valor.

E tudo começou quando 128 mulheres foram queimadas vivas, dentro da fábrica Coton, em Nova York, porque reivindicavam a diminuição da carga horária, de 14 para dez horas. E muitos outros e outras estudiosos e estudiosas começaram a estudar a questão.

Uma pauta que tem muito assunto ainda para ser discutido no Brasil e no mundo, mesmo no Século 21, em que muitos avanços foram conseguidos, mas que nem a Lei Maria da Penha, sancionada pelo presidente Lula, Lei nº 11.340/2006, com o objetivo de coibir e prevenir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, conseguiu que a violência e o preconceito fossem dizimados.

Recomendo muita leitura e debates sobre a questão, ainda temos muito que nos atualizar.

sábado, 4 de novembro de 2023

O tempo voa

Olívia de Cássia Cerqueira

Cada ano que vai passando sentimos e vemos o tempo passar; rápido como um furacão, e percebemos que, as metas que planejamos, em sua maioria, não se realizaram.

E sabe de uma coisa, meu diário, não vou mais criar expectativas. Seja lá o que tiver que ser. De uma forma ou de outra, não posso impedir que venha o que tiver que vir. “Há quem tenha medo que o medo acabe”, afirma o escritor moçambicano Mia Couto.

Eu já passei da idade de fazer grandes planos e projetos. Tenho limitações que me chegam a cada dia, de uma forma diferente. E me ponho a pensar em quanto tempo da vida eu perdi.

Perdi parte da juventude pensando e querendo coisas quase que impossíveis, mas entendo também que é na juventude que sonhamos os sonhos mais lindos. É na juventude que nos preparamos para a fase adulta.

A questão que me vem toda hora é: eu não me preparei, para tal. Não tive grandes propósitos, não me qualifiquei como deveria ter feito e como eu sonhava que seria.

Aquela menina sonhadora, aquela jovem que envelheceu tão rápido, já não se reconhece nas poucas vezes que se olha no espelho e o resto de tempo que me resta, não estou podendo aproveitar como deveria.

E quando essas certezas me chegam a galope, eu tenho receio e peço aos anjos de luz, se por acaso eu for merecedora, que me deem uma nova chance.

Se existir outra vida, que eu não cometa os mesmos erros que cometi e cometo ao longo dessa minha existência. Boa tarde!

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Clima de verão


Olívia de Cássia Cerqueira

 

Já estamos no clima de verão e ainda não é a estação mais quente. O Nordeste é assim, “um sol para cada um”. Nesse clima vou seguindo a minha luta. A vida continua e ela é bela, apesar de tudo.

Rogo a Deus e aos seres de luz, todos os dias, para não me deixar perecer, que me fortaleça a cada dia, tanto espiritualmente, quanto fisicamente.

Não sei se tenho medo da morte, mas ultimamente tenho pensado muito nela, não nego. Se vai doer quando ela chegar, só o tempo vai dizer. Eu tenho medo de ter medo. Medo de um dia não poder mais responder por mim. O que será de mim?

Tenho medo de não poder mais ver o mundo. Tenho medo da dependência física de terceiros para as coisas mínimas. Quero ser forte se esse dia chegar, mas não quero pena de ninguém. Será o que tiver que ser.

Sinto o cheiro da minha terra no ar. Seria tão bom se o tempo pudesse voltar, nem que fosse por alguns minutos e eu pudesse reviver tudo aquilo: minha mãe à beira da minha cama com um remédio para passar minhas dores, ou na cozinha, preparando alguma coisa para a gente comer.

Meu pai ali, relembrando sua dura vida de criança, mas dando boas gargalhadas da situação vivida e a gente rindo das histórias dele. Nossa casa cheia de familiares para o almoço, recebendo visita dos parentes do Rio de Janeiro. Tudo uma alegria só; era tão bom.

Lá vou eu de novo, nesse turbilhão de lembranças do passado, aquelas que realmente valeram a pena e marcaram a minha vida. Acho que estou realmente no fim. É quando a gente começa a remoer o passado, fazer contabilidade do que viveu, balanço do que valeu a pena e o que não valeu, a gente acumulou experiências.

Quero força para continuar lutando por uma vida melhor, por dignidade e qualidade de vida. A vida é cheia de contrastes, de desigualdades e preciso estar forte, consciente e preparada para enfrentar o que vier por aí. Boa tarde.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Dia de finados

Conta a história que o dia de Finados é celebrado em 2 de novembro no mundo ocidental. Isso ocorre desde a Idade Média, após essa data ter sido sugerida pelo abade Odilon de Cluny.

O Dia de Finados, como é conhecido, foi instituído inicialmente no século X, na abadia beneditina de Cluny, na França, pelo abade Odilo (ou Santo Odilon [962-1049], como chamado entre os católicos). Odilo de Cluny sugeriu, no dia 02 de novembro de 998, aos membros de sua abadia que, todo ano, naquele dia, dedicariam suas orações à alma daqueles que já se foram. A ação de Odilo resgatava um dos elementos principais da cosmovisão católica: a perspectiva de que boa parte das almas dos mortos está no Purgatório, passando por um processo de purificação para que possam ascender ao Paraíso.

No estado de purgação, as almas necessitam, segundo a doutrina católica, de orações dos vivos, que podem pedir para elas a misericórdia divina e a intercessão dos santos, da Virgem Maria e do principal mediador, o Deus Filho, Jesus Cristo. Nos séculos da Baixa Idade Média (X ao XV), a prática de orações pelas almas dos mortos tornou-se bastante popular na Europa, ficando conhecida pela alcunha de “Dia de todas as Almas”. Essa prática remonta ao período do cristianismo primitivo, dos séculos II e III, quando os cristãos perseguidos pelo Império Romano enterravam e rezavam por seus mortos nas catacumbas subterrâneas da cidade de Roma.

Com a descoberta da América e o processo de colonização, o dia escolhido por Odilo de Cluny tornou-se ainda mais popular. Nos dias atuais, apesar do grande processo de secularização que a civilização ocidental sofreu ao longo da modernidade, o Dia de Finados continua a ser uma data especial, na qual a memória dos entes queridos que já se foram nos vem à mente e na qual, também, milhões de pessoas vão aos cemitérios levar suas flores, velas, sentimentos e orações.

 

Publicado por Cláudio Fernandes ( https://mundoeducacao.uol.com.br/datas-comemorativas/dia-finados.htm#:~:text=Odilo%20de%20Cluny%20sugeriu%2C%20no,daqueles%20que%20j%C3%A1%20se%20foram.)

 

 

Semana Santa

Olívia de Cássia Cerqueira (Republicado do  Blog,  com algumas modificações)   Sexta-feira, 29 de abril, é Dia da Paixão de Cristo. ...