quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Já é carnaval



 Olívia de Cássia Cerqueira

 

Já é carnaval de novo, ou quase. O Carnaval de 2024 iniciará oficialmente no dia 13 de fevereiro, terça-feira.  Agora me restam as lembranças da juventude, que nessa época de folia, me vêm à memória.

Dos pulos que eu dava na Palmarina, ou na Praça Basiliano Sarmento, nas décadas de 1970 e 1980, em União dos Palmares. E dançava e pulava feito cabrito e só parava nos intervalos do baile.

Vale lembrar das paqueras, nas farras que fazia com os amigos, pelas ruas da cidade. Algumas atitudes minhas, se pudesse voltar no tempo, hoje não faria mais, me serviram de lição.

Os erros e acertos da juventude, agora fazem parte do passado, só vale lembrar o que foi bom, se é que alguma coisa valeu a pena. Tenho que pensar afirmativamente agora, pois já não posso estar nas festas e hoje acompanho o que posso, pela TV.

 Lembro que minha mãe, que apesar dos preconceitos e preocupação com a minha integridade física, que eu não entendia os motivos, me dizia: “ felizes são os artistas, que vivem sorrindo”.

Eu não tinha controle da minha rotina diária, era muito ingênua e sonhadora e apesar das leituras que fazia, acreditava nas pessoas, me rendia a qualquer situação que me fizesse acreditar que eu valia a pena e no outro dia me envergonhava.

“Mudanças físicas e psíquicas perpassam a construção da sexualidade na adolescência. Compreensão e diálogo são fundamentais durante esse processo”, mas não existiam naquele tempo, entre meus familiares. 

Era um tempo de muita desinformação. Era como se eu tivesse cometido algum pecado, pois tudo era proibido, apesar de só ter acontecido entre mim e aqueles paqueras, beijos e "amassos" e não tinha sexo naquelas brincadeiras de adolescente, pelo menos comigo, não que eu fosse melhor do que as outras meninas.

... Mas mudando um pouco de assunto, ou de "pau pra cacete", como de diz no popular,  o calor está me sufocando, não me faz bem. Mas o dia está ensolarado e lindo lá fora, dá vontade de ver o mar.

 Se eu pudesse ir sozinha, fazia como antes: vestia roupas apropriadas, pegava minha bolsa e iria pegar a van no posto de gasolina, perto de casa, rumo à praia do Francês, como fazia antes, quando ainda tinha mais firmeza nas pernas e o corpo obedecia. Era tão maravilhoso!

A cabeça dói, a ansiedade vem, é hora de dar uma pausa, ler um pouco e fazer Cruzadas, como tenho feito. Até outro dia. Boa Folia. Bom carnaval para todos!

segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Festa de Santa Maria Madalena movimenta União dos Palmares

Olívia de Cássia Cerqueira

 Mais um ano que não compareço à procissão do mastro da festa de Santa Maria Madalena, em União dos Palmares, minha terra, que este ano completa 189 anos oficialmente, mas há quem diga que é muito mais antiga.

Um evento que faz parte do turismo religioso do local, faz parar a cidade, para assistir ou acompanhar o evento. Este ano, o pé de eucalipto doado por um fazendeiro da cidade possui 20 metros e foi erguido em frente à Igreja Matriz.

O momento do erguimento do mastro é uma emoção à parte. E eu ficava com frio na barriga, porque segundo a lenda na cidade, se o mastro cair o ano não será próspero. Lendas a parte, a festa não teve a divulgação merecida.

Uma pauta que avalio como importante para os moradores locais. Seria as mudanças que os padres e a Comissão   Organizadora efetuaram na festa, segundo informações de moradores do local.


Me perdoem quem aprovou a transferência das atrações musicais principais para a Rua do Jatobá. NJa praça, apenas o estilo Gospel.

É certo que a parte acústica ficava a desejar, devido o volume muito alto e a colocação do excesso de mesas na praça Basiliano Sarmento, dificultando os transeuntes que costumavam se confraternizar com os amigos, visitantes de outros estados, ou não.

Todo ano, antes das dificuldades de locomoção se acentuarem, eu estava lá, registrando o evento. Rever os amigos da infância ou outros era uma felicidade.

Além da demonstração da fé, muitos empregos são criados nessa época, movimentando a economia local. A festa cresceu, se  agigantou e os brinquedos, que antes ficavam armados ao lado da igreja matriz foram colocados, com o passar dos anos,  na Avenida Monsenhor Clóvis e no pátio da antiga Estação Ferroviária.

A atual logística do evento lembra um pouco de como era na nossa lembrança da infância distante, mas está muito longe de ser como era. Eram nove noites de muita movimentação.

A festa de Santa Maria Madalena não tem mais aquele romantismo de antes, o correio sentimental (os telegramas), que eram atração no evento e eram lidos por seu Maurino Veras e equipe.

Tenho saudade daquele tempo de ingenuidade e alegria, quando a gente se confraternizava com os amigos, sem violência. Também as músicas que eram tocadas na festa vinham do serviço de alto falantes Palmares, igualmente de Maurino Veras, pai da minha amiga de infância Rosemary Veras.

As mesas da festa não eram tantas e não tinha esse viés comercial dos últimos anos, antes da pandemiaa, quando se colocava na praça quase 500 unidades.

Outras cidades do interior de Alagoas também celebram suas padroeiras nessa época do ano, mas festejar Santa Maria Madalena é lembrar do seu poder perante os católicos e aqueles que têm fé.

É lembrar da nossa infância, adolescência e juventude, quando vivíamos nossos melhores momentos. Que Santa Maria Madalena proteja todos palmarinos de todo o mal. Viva Santa Maria Madalena.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Os equívocos


Olívia de Cássia Cerqueira

Sim, como todo ser humano, já cometi alguns equívocos. Quando julguei inapropriadamente o meu próximo, quando me comportei mal, fui grosseira com a minha mãe e na juventude , como todo adolescente da época, ou quase todos, eu só queria contrariar.

Tive educação pequeno-burguesa, com contradições cotidianas. Muitas situações só fui ter noção quando entrei na faculdade e o contato que tive com o diferente, com ensinamentos, até então, sem explicação para mim.

Mesmo sonhando com um mundo melhor para todos, desde muito cedo, na independência das mulheres, seu empoderamento e outras causas sociais, diferente do que pensava a maioria dos amigos do interior.

Minha mãe não tinha instrução escolar, ou tinha o mínimo do que era possível na roça dos anos 30. Apesar disso, ela era sábia e tinha noção da importância da família para uma educação pautada no empoderamento das meninas.

Ela defendia que eu estudasse e viajasse, mas não queria que eu me envolvesse com os meninos. E quando percebia meu interesse por algum deles, ia até a casa de alguns e pedia que se afastassem da filha.

Coisas de mamãe que eu não entendia e me revoltava. Tenham um bom dia, com vivências valorosas. Feliz Ano-novo!

Semana Santa

Olívia de Cássia Cerqueira (Republicado do  Blog,  com algumas modificações)   Sexta-feira, 29 de abril, é Dia da Paixão de Cristo. ...