segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

Festa de Santa Maria Madalena movimenta União dos Palmares

Olívia de Cássia Cerqueira

 Mais um ano que não compareço à procissão do mastro da festa de Santa Maria Madalena, em União dos Palmares, minha terra, que este ano completa 189 anos oficialmente, mas há quem diga que é muito mais antiga.

Um evento que faz parte do turismo religioso do local, faz parar a cidade, para assistir ou acompanhar o evento. Este ano, o pé de eucalipto doado por um fazendeiro da cidade possui 20 metros e foi erguido em frente à Igreja Matriz.

O momento do erguimento do mastro é uma emoção à parte. E eu ficava com frio na barriga, porque segundo a lenda na cidade, se o mastro cair o ano não será próspero. Lendas a parte, a festa não teve a divulgação merecida.

Uma pauta que avalio como importante para os moradores locais. Seria as mudanças que os padres e a Comissão   Organizadora efetuaram na festa, segundo informações de moradores do local.


Me perdoem quem aprovou a transferência das atrações musicais principais para a Rua do Jatobá. NJa praça, apenas o estilo Gospel.

É certo que a parte acústica ficava a desejar, devido o volume muito alto e a colocação do excesso de mesas na praça Basiliano Sarmento, dificultando os transeuntes que costumavam se confraternizar com os amigos, visitantes de outros estados, ou não.

Todo ano, antes das dificuldades de locomoção se acentuarem, eu estava lá, registrando o evento. Rever os amigos da infância ou outros era uma felicidade.

Além da demonstração da fé, muitos empregos são criados nessa época, movimentando a economia local. A festa cresceu, se  agigantou e os brinquedos, que antes ficavam armados ao lado da igreja matriz foram colocados, com o passar dos anos,  na Avenida Monsenhor Clóvis e no pátio da antiga Estação Ferroviária.

A atual logística do evento lembra um pouco de como era na nossa lembrança da infância distante, mas está muito longe de ser como era. Eram nove noites de muita movimentação.

A festa de Santa Maria Madalena não tem mais aquele romantismo de antes, o correio sentimental (os telegramas), que eram atração no evento e eram lidos por seu Maurino Veras e equipe.

Tenho saudade daquele tempo de ingenuidade e alegria, quando a gente se confraternizava com os amigos, sem violência. Também as músicas que eram tocadas na festa vinham do serviço de alto falantes Palmares, igualmente de Maurino Veras, pai da minha amiga de infância Rosemary Veras.

As mesas da festa não eram tantas e não tinha esse viés comercial dos últimos anos, antes da pandemiaa, quando se colocava na praça quase 500 unidades.

Outras cidades do interior de Alagoas também celebram suas padroeiras nessa época do ano, mas festejar Santa Maria Madalena é lembrar do seu poder perante os católicos e aqueles que têm fé.

É lembrar da nossa infância, adolescência e juventude, quando vivíamos nossos melhores momentos. Que Santa Maria Madalena proteja todos palmarinos de todo o mal. Viva Santa Maria Madalena.

Nenhum comentário:

Palavras da autora

Olivia de Cássia Cerqueira   Pela primeira vez me arrisco na “ficção”. É este “Antes que seja tarde” o meu quinto livro, que espero não ...